sexta-feira, 8 de setembro de 2023


CASO 1 DE FEVEREIRO: ADVOGADO DOS PRESOS EXIGE A “LIBERTAÇÃO IMEDIATA” DOS SEUS CLIENTES

O Advogado de vários detidos, na sequência da alegada tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022 voltou a pedir a “libertação imediata” dos seus constituintes.

Marcelino N’Tupe que falava em exclusivo a Voz de América justificou o pedido com alegações de ter excedido o prazo limite de detenção preventiva prevista na lei.

O pedido do Advogado surge um dia depois do primeiro vice-presidente do Parlamento guineense, Fernando Dias, ter solicitado a intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para a libertação ou julgamento dos militares e civis presos por alegado envolvimento no caso 1 de fevereiro de 2022.

Marcelino N’Tupe, que representa 23 dos 37 detidos, disse que as novas autoridades governamentais têm de ordenar a “libertação imediata” de todos os detidos, com base na anterior decisão judicial.

"Nós não temos nenhuma movimentação jurídica para fazer. Tudo que está aqui é a libertação imediata das pessoas detidas. Há uma decisão do Tribunal e essa decisão tem que ser cumprida imediatamente", defende N´Tupe.

O advogado de José Américo Bubo Na Tchuto, antigo Chefe de Estado-maior da Armada, Júlio Nhaté, ex-Comandante do Para-comando e Chefe de Quadros do Estado-maior General, e outras dezenas de oficiais e civis atrás das grades, espera das novas autoridades a tomada de medidas conducentes a soltura dos detidos.

"As novas autoridades foram eleitas para governar e governar significa resolver os problemas do povo. Ora se governar incide sobre o interesse do povo, acho que o novo Governo deve dar prioridade à libertação dessas pessoas, sob pena de não estar a governar", diz aquele advogado.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) pediu autorização para visitar os presos, o que até agora foi sempre negado.

Para a LGDH, na pessoa do seu vice-presidente, Bubacar Turé, à luz da legislação guineense, os detidos do caso 1 de Fevereiro estão numa situação de sequestro.

"Já pedimos uma autorização ao Ministério do Interior para proceder a primeira visita aos detidos, já que nunca fomos autorizados para esse efeito. Portanto, será uma oportunidade para reiterar a nossa posição de pedir a libertação imediata de todos os detidos em conexão a este caso. Neste momento, todos os prazos legais e processuais foram largamente ultrapassados. Portanto, o regime jurídico ou a situação jurídica desses detidos é o sequestro. Ou seja, estão sequestrados pelo Estado da Guiné-Bissau", disse Turé.

As novas autoridades governamentais estão sob pressão para ordenar a libertação de mais de três dezenas de militares e civis presos em conexão ao ataque armado contra a sede do Governo no dia 1 de Fevereiro de 2022, quando o então Governo estava em reunião de Conselho de Ministros, que estava a ser presidida pelo Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
Fonte: ANG, 08-09-2023

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público