sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

DSP exorta militares a abandonarem a sede do Parlamento

O Líder do Parlamento, Domingos Simões Pereira, disse que o não é o Decreto Presidencial que impediu o funcionamento da Assembleia Nacional Popular, mas sim "a ocupação dos militares ao hemiciclo guineense".

Simões Pereira falava hoje, 8 de dezembro, em Bissau, no âmbito da visita de dirigentes e membros das estruturas da Coligação PAI-Terra Ranka, onde exortou os militares a abandonarem o Parlamento.

"Informamos que não é decreto do Presidente [da República] que impede a Assembleia Nacional Popular funcionar, são pessoas que colocaram militares na Assembleia Nacional Popular. Eles que deram golpe institucional. Por isso, enquanto guardião da nossa Constituição e da nossa ordem interna, continuamos a exorta-los para que respeitem a Constituição e as leis, e não a vontade de um alguém ou de grupo", assegurou o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP).

Domingos Simões Pereira avisa: "retirem elementos que colocaram ali e que criem condições para o funcionamento da Assembleia Nacional Popular, se não o fizerem, vamos encontrar outra alternativa e o Parlamento continuará a trabalhar".

De acordo com o dirigente, o importante é sentir que aqueles que representam [o povo] continuam a validar os seus atos.
“Desde o início deste processo, não garantimos que vamos resolver todas as batalhas em dois minutos. Mas garantimos que seremos coerentes, vamos acreditar naquilo que é bom, vamos defender sempre a justiça”, referiu.

O líder do Parlamento acrescentou: "podem ouvir todos os rumores, que viram-me buscar, deter-me, me humilhar, podem fazer tudo isso, mas não podem tirar a minha convicção".

Para Domingos Simões Pereira, "quando assaltante do poder agredir o detentor é porque continua a ter medo. Agora tem poder e tem medo. Poder é poder só quando é tranquilo" observou.

Domingos Simões Pereira apelou a população para estar tranquila e disse que a Constituição da República não deu direito ao Presidente [da República] a dissolver o parlamento neste período.

“Temos que ser capazes de alertar a nossa população e tranquiliza-la. Eu disse aos meus colegas que este time [período] de criar problemas, escolher o mês de Dezembro para arranjar problemas, para mim não tem outra explicação, se não pessoas que querem o poder, que não podem fazer a travessia [do diserto] e que não podem viver na oposição, mesmo que perderam claramente [as eleições]. Pressionaram-lhe [Presidente da República], talvez, por isso, se perdeu a memória e esqueceu que a constituição não lhe deu esse direito", vincou.

Domingos Simões Pereira acredita que a dissolução do Parlamento está ligada também a próxima campanha de Comercialização da castanha de cajú.

“Quando fiz análises com todos os pormenores mais objetivos, isto depois da minha conversa com o Primeiro-ministro [Geraldo Martins] que me apresentou o Decreto do Governo, que ele o [ Presidente da República], já promulgou, sobre a próxima operação da castanha de caju, que, provavelmente, garantiria uma campanha muito melhor em relação aos últimos três anos, conclui que isso também tem a ver", patenteou Simões Pereira, "porque se associar uma boa operação da campanha de cajú à redução de preço do arroz, de combustível, de pão e de peixe, isso seria a morte de artista para eles", concluiu o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira.
Rádio Capital Fm - (08.12.2023) 

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público