Guiné-Bissau
falha Jogos da CPLP
A
Guiné-Bissau estará definitivamente ausente dos oitavos jogos da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por falta de
dinheiro, segundo o governo de transição, e por "má vontade
política", segundo as federações desportivas.
Contactado
pela Agência Lusa, o ministro da Presidência do Conselho de
Ministros e porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz, disse
que perante a falta de condições financeiras o Governo pediu apoio,
por duas vezes, à embaixada do Brasil e que este lhe foi negado.
Noutros
jogos, acrescentou, tem sido o Brasil ou Angola a darem "boleia"
aos atletas guineenses. Perante essa recusa, referiu Fernando Vaz, o
Governo decidiu enviar a secretária de Estado dos Desportos a
Portugal para "ver como ultrapassar a situação", mas o
visto foi-lhe recusado pela embaixada de Portugal em Bissau.
"Face
a estes bloqueios não tínhamos lamentavelmente outra solução. Com
os nossos meios não era possível, temos de ser rigorosos com a
gestão do dinheiro", disse.
Outra
visão tem no entanto o presidente do Fórum das Federações
Desportivas, Eugénio Lopes, que também contactado pela Lusa disse
haver "má vontade política" do Governo de transição.
Eugénio
Lopes, também presidente da Federação de Andebol, disse que as
federações contactaram o Presidente de transição, Serifo
Nhamadjo, e que este "fez todas as diligências" para que
fosse possível a participação guineense.
"A
não ida da delegação é porque a embaixada de Portugal não
concedeu visto à secretária de Estado da Juventude, Cultura e
Desportos", disse o responsável, acrescentando: "Nós não
vamos aos jogos mas não é por uma questão financeira, é por má
vontade política".
As
federações já tinham pedido os vistos nos serviços consulares da
embaixada de Portugal na Guiné-Bissau, que foram dados, e procuraram
apoios junto de Serifo Nhamadjo. A embaixada de Portugal concedeu os
vistos, isentos de emolumentos.
Segundo
Fernando Vaz não há qualquer "má vontade política, porque se
houvesse nem haveria diligências junto da embaixada do Brasil,
dizia-se pura e simplesmente que não".
"Perante
a recusa do Brasil, perante a recusa do visto, ficámos bloqueados e
dissemos aos jovens 'este ano não temos possibilidades'. Não
podemos inventar dinheiro", disse o ministro à Lusa, lamentando
"a grande frustração dos jovens, que andaram um ano a treinar
para os jogos". "Entendo que estejam revoltados",
acrescentou.
Para
Eugénio Lopes, Portugal não pode ser acusado de "má vontade".
"Não há falta de vontade, se assim fosse não nos tinham
convidado", disse à Lusa, acrescentando que os serviços
consulares concederam os vistos a todos os atletas. "Podíamos
ir busca-los hoje", frisou.
Questionada
pela Agência Lusa, fonte da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau
lamentou "a eventual não participação guineense nos jogos",
disse que a embaixada estava pronta para isentar de emolumentos e
conceder os vistos, acrescentando depois, sobre o visto para a
secretária de Estado: "Não comentamos casos individuais".
Os
oitavos jogos da CPLP realizam-se de 7 a 15 do corente mês em Mafra,
Portugal.
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