domingo, 25 de novembro de 2012

Entendimento parlamentar guineense
Por: Samba Bari
Nesse mundo em que vivemos não nos serve somente como espaço de saborear o gosto, e de fastentar com o dissabor... Mas também é, uma sala de aula em que todos os dias andamos a aprender até quando o nosso corpo for desligado da vida que nos faz mover, pensar e agir.

Nós é que muitas vezes falhamos com o que devemos fazer ou de andarmos a perder o tempo em dar voltas nas certezas que a realidade nos confirma. Tudo o que nos acontece, influencia directa ou indirectamente no percurso historial da vida que levamos, o que de certa forma costumamos tratar de "nosso destino".

O latente desentendimento que se reinava no seio da família parlamentar guineense não deu voto de facilidade para ultrapassar ou aliviar a crise que começou com o golpe do Abril passado.
É verdade que cada um de nós tem a sua maneira de pensar e de agir, mas nunca deve discordar de que quando as coisas correm mal, o único caminho que há, é de todos empenharmos com vontade de resolver o mal... Mas nunca com igual resposta do mal.

Devemos sempre aprender com as palavras não ditas, e com o silencio dos grandes faladores... Ter em conta a tolerância dos intolerantes e não perder de vista com a bondade dos maldosos... 
Nós que também somos soberanos e independentes, não deixemos substituir a nossa soberania nacional pela anarquia e com espadas.

Seja como for, o entendimento alcançado no parlamento guineense, demonstra uma ampla vontade de romper com a fase do desentendimento, para ensaiar uma nova convivência com intuito de recuperar a legalidade constitucional perdida. Alias é mesmo essa a via possível de sairmos da crise em que mergulhamos.

O entendimento parlamentar alcançado na sexta passada, merece ser visto com a cara não franzida por ter aberto uma janela de oportunidade para um futuro entendimento politico que possibilita uma coabitação necessária para chegarmos as eleições. 

Toda via, a plenária merece palmada nas costas, mas é de sublinhar em destaque a vontade tolerante da bancada maioritária, o PAIGC. 

Tudo o que fazemos nunca podemos congregar a unanimidade de acordo ou a partilha de opinião com uma só voz, mas o importante é de ter em conta que temos uma causa comum que está em jogo e que precisa do nosso entendimento para se tranquilizar e avançar, que é a república da Guiné-Bissau.

Daí que, esse despertar de entendimento e tolerância, com que se reuniu e que se chegou os parlamentares, é um grito de sucesso no seio desse órgão eleito e legitimo ainda sobrevivente. Já que a  lei de ouro do comportamento de um ser humano, é a Tolerância mútua. Ou seja, que é uma atitude de paciência racional para com o mal, e uma atitude de indulgência que coíbe um ato de ira ou de castigo... Já que nunca pensaremos todos da mesma maneira... Já que nunca vemos e atacamos os nossos próprios defeitos... Senão fazer réplica de uma parte da verdade e sob ângulos diversos.

A intolerância é o central de bloqueio dos caminhos da compreensão que tanto fustigou os espíritos da nossa sensibilidade, e dividiu os caminhos que podia-nos levar para a convivência harmoniosa. Daí que é bom evitarmos de toda a palavra ou atitude que, por lisonja, adulação ou complacência, estimula ou conduz outrem na malícia dos seus actos e na perversidade da sua conduta.

Pois dessa maneira, vamos estar longe de chegar a um estado de ser feliz... Porque afinal, ser feliz não é permanecer em luta para ter só uma vida particular perfeita. Mas usar as lágrimas de quem chora e mais sofre, para irrigar a tolerância e equilibrar a igualdade... Aprender com as perdas sofridas para refinar a paciência... Considerar as falhas cometidas para esculpir a serenidade. Ser sensível com  a dor que tantos têm, para lapidar o prazer. De saber cuidar com os obstáculos que a vida nos impõe para abrir as janelas da inteligência e de oportunidade.

Com essa luz que começa dar âlo ao que é importante e do lado tão importante, brinda-se com um "bem haja" aos deputados da nação guineense. Solicita-los o empenho, com humildade e dedicação... Ao que lhes cabe e do que lhes compete, para ajudar a aliviar o cordão do marasmo em que a nossa república da Guiné-Bissau se encontra atado.

Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa

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