sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Governo de transição da Guiné-Bissau afirma desconhecer qualquer encontro na Etiópia

O Governo de transição da Guiné-Bissau disse hoje  desconhecer qualquer reunião com as autoridades depostas no golpe de Estado de 12 de Abril, na capital da Etiópia.


Na quinta-feira dia 08/11/12, o primeiro-ministro deposto no golpe, Carlos Gomes Júnior, disse em conferência de imprensa em Lisboa que as autoridades de transição e o Governo deposto se iriam encontrar ainda este mês, na capital da Etiópia, para retomar o diálogo.
Hoje, em Bissau, o porta-voz do Governo de transição e ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Fernando Vaz, disse que o executivo em Bissau "não tem conhecimento de nenhum encontro" em Adis Abeba.

Quem tem sido o mediador de todo este processo é a CEDEAO (Comunidade dos Estados da África Ocidental) "e as informações que temos não apontam para nenhuma reunião", afirmou aos jornalistas, frisando: "A nós não nos foi transmitido nada".

Questionado sobre se o encontro estará a ser organizado pela União Africana (UA), como disse Carlos Gomes Júnior, o porta-voz do Governo afirmou que se tal se vier a concretizar o executivo de transição "na altura própria analisará", acrescentando: "Tudo o que for para a estabilidade, a paz e o progresso da Guiné-Bissau este Governo estará disponível".

A propósito de uma missão de observadores que na próxima quinta-feira deverá chegar ao país (composta pela ONU, CEDEAO, UA, União Europeia e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) o porta-voz avisou que "os países que recusam vistos à Guiné-Bissau também não terão visto para entrar no país".

Questionado sobre se se estava a referir a Portugal, Fernando Vaz disse que "Portugal é um deles".
"Portugal não dá visto a nenhum membro do Governo, de igual forma nós iremos proceder", disse, acrescentando que "é absurdo" algum responsável de Portugal vir dialogar com um Governo de transição que não reconhece.
"Primeiro tem de haver reconhecimento, depois do reconhecimento o diálogo", disse, esclarecendo que essa restrição não se coloca por exemplo a Moçambique.
"Houve membros deste Governo que se deslocaram a vários países da CPLP sem problema, houve um reconhecimento ainda que não formal. Portugal recusou sistematicamente visto a qualquer membro deste governo, não nos peçam visto para nenhum membro ou representante oficial do Governo português", afirmou.

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público