domingo, 6 de janeiro de 2013

Calma e ponderação neste ano de esperança
Os dias contabilizados em semanas, e as semanas transformadas em meses...  Hoje, estamos caminhando a passos largos para um ano, em nome da transição com momentos de inconformação e muitas vagas de desperdício.

Como repetidas vezes aqui referi, acho bem compreendido que, quando se trata de governo de transição, é porque se vive num momento de suporte temporário, para preparar formas de chegar a uma legalidade constitucional.

Porque afinal, ninguém consegue atravessar um rio dando voltas... Se não passar pela ponte, tem que andar de barco, de bote ou algo que parece. Ou então nadar... Certo é que, para não se complicar com a chegada de outra margem ou afogar sem la chegar, é obrigatório acatar com os meios necessários ou indispensáveis.

Com dificuldade e muito esforço, o governo de transição sobrevive com manifestações de interesse para cumprir com o pacto que o instituiu... O mandato parlamentar foi prorrogado, saboreou-se durante alguns momentos com um certo entendimento partidário, mas na escolha de presidência da CNE o "sim" e o "não" puxou a ribalta um pouco mal estar, e agora se fala a volta do governo usando o termo "inclusão"...

As autoridades do país como se sabe, são de transição, cujo o tempo de duração já vai a alguns valiosos meses... Não sei se seria ideal deitar a baixo todo o percurso e procurar nova adaptação para algo que não será diferente e que nunca deixa de ser uma anormalidade constitucional.

Para já, "Ponto di Mira" consegue chegar bem longe para descobrir a verdade com curiosidade e atento para encontrar respostas que possam encaixar correctamente nas diversas interrogações que tanto acumula e cuidadosamente abafados...

Há cenários que estão a ser desenhados no seio da convivência de coabitação entre os atores políticos  sobretudo entre os dois partidos de peso no país, que nos próximos dias promete aquecer os ânimos de novo. 

Mas como um dos principais objetivos do RISPITO e o seu espaço de analises semanais Ponto di Mira, visa demonstrar o interesse e a importância do entendimento, apaziguar e não fazer parte de quem mete a chama na fogueira.


Para isso, aqui vem mais um solicitar constante aos queridos com-cidadãos, para repensarem melhor e fazer de exemplo  o passado histórico do país. Não vale a pena desistir nos esforços de cativar o entendimento... Porque na vida, tudo o que é bom custa conseguir e tudo o que é importante custa aturar. Daí que a busca de consenso  e o entendimento também não fazem parte da excepção desse sacrifício.


Vai um novo representante do Secretário-Geral da ONU para Guiné-Bissau, a uma semana nomeado, Do qual,  já se ouviu alguns ecos de reação a nível externo (Portugal e Cabo-Verde), mas aos que se espera e que ainda não se ouviu, é o posicionamento do governo e dos partidos políticos em relação a figura de José Ramos-Horta.


Contudo, não deve esperar uma vida fácil ou um mandato tranquilo... Certo é que Ramos-Horta já parte para Guiné-Bissau com desvantagem e uma certa reserva do governo, de vários partidos políticos e se calhar alguns actores da sociedade civil...  Tudo porque as autoridades timorenses já receberam Raimundo Pereira e Carlos Gomes, onde o encontro com próprio Ramos-Horta foi registado.


Mas, para inverter essa tendência desvantajosa e equilibrar as pedras da balança... Tudo dependerá do próprio representante, no que respeita a forma de estar, de relacionar e de posicionar nos inevitáveis sobressaltos e exaltação de ânimos que de certeza vai anotar no seu mandato... Quem viver, verá!


Em todo o caso, não gostaria de terminar, sem pedir a calma e ponderação em todos os momentos da nossa vida... Porque a ponderação é, porventura, a mais poderosa de todas as outras tentações; quem reflete sobre um problema e decide encontrar solução de forma harmoniosa desse problema, consegue... Mesmo que para isso se tenha de afastar um pouco de mais rígidas leis jurídicas ou péssimas regras do moral.

Portanto, é sempre mais seguro reconciliar com um inimigo do que estanca-lo com rigidez de impor e de vigia. Porque ao travar um inimigo pela imposição e vigia, só podes priva-lo de momento o seu veneno e a sua capacidade... Mas   nunca consegues travar a sua  vontade de envenenar ou de prejudicar.

Por isso, vamos lutar todos em conjunto e sem excepção, para fazer da Guiné-Bissau de um espelho que tanto sonhamos a reflectir sobre nós. 

Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público