domingo, 10 de fevereiro de 2013

Guiné-Bissau e os passos de transição
Os passados repetidos na vida de uma sociedade, influi nessa mesma sociedade como histórias caraterísticas que possam projetar alivio ou preocupação partilhada. E nós que somos guineenses, queiramos ou não, estamos na incapacidade de declinar o sabor amargo que estamos a enfrentar.

Nesta semana as autoridades de transição juntaram-se  em jeito de retrospetiva, para analisar os passos dados no processo transitório em curso, que foi apelidado de positiva.

Dos meses que passaram com o clima interna e externa em relação ao executivo e o país; A situação dos direitos humanos, a vida em sociedade e a justiça. São das situações mais quentes que merecem realçar nesta realidade sócio-politica do país, que compete a todos uma profunda reflexão para encontrar aberturas possíveis a explorar em prol da estabilidade.

Cá para mim, é bom que os balanços se façam no fim... Contudo as retrospetivas nos ajudam controlar e posicionar.
A transição vale o que vale, mas do que queremos dela soa mais alto nos destinos futuros perante a desejada estabilidade e desenvolvimento.
Num país onde tudo é prioritário, sem ideias para onde é que fica o primeiro ângulo de ataque, se fala só em reformas no sector de defesa e de segurança...Mas a realidade demonstra a necessidade de reformas em todos os domínios da vida nacional... Porque tudo está embrulhado em cumplicidades conectadas...À necessidade de  até na politica e os políticos não escaparem dessa reforma, seguindo essencialmente para o aparelho administrativo central e local, porque se a mexida deste sector, o Estado continuará a acumular passivos de ineficácia e ineficiência quanto à sua funcionalidade, o que tem permitido, de forma crescente, o incremento da corrupção generalizada e o país só se consegue desembaraçar de tanto marasmo  num concurso de ideias e vontade de todos.

E isso requer um trabalho muito árduo, que não é só cumprir e ultrapassar essa transição. Porque temos necessidade preocupante pensar na vitalidade do próximo ou nos próximos governos depois dessa transição e, de não esquecer que um dos grandes problemas da Guiné-Bissau é a crise de liderança.

Se fizermos um pequeno exercício de votar para trás, verificamos que a partir do levantamento de 1998 a data, Guiné-Bissau viveu ciclicamente de governos transitórios. Pelo que é tão importante estudar com muita ponderação, os mecanismos que possamos ativar para ultrapassar essas necessidades aleatórias de recorrer as transições politicas.

Está provada a pobreza do nosso país e as necessidades prementes de dependência de apoios externos. Mas é certo que com vontade e empenho decisivo, poderemos transformar paulatinamente as esperas milagrosas em nossas autonomias próprias.

Porque afinal, quando as coisas não vêm de fora, as labutas internas e os esforços de demonstrar capacidade de poder fazer consegue suprir imensas dificuldades...
A prova é deste governo que  está isolado de pé a cabeça, ausente no concerto das nações e sem contar com os apoios habituais... Mas está a conseguir pagar regularmente os salários da função pública até alguns atrasados... O problema de luz e água anda num ritmo  que dispensa muita reclamação e graças a Deus o país está longe de uma explosão social.

Já chamei atenção em varias ocasiões que há certas situações na vida,  por não querermos que elas sobrevivam ao nosso lado, ou que elas  façam parte alongada do nosso dia-a-dia... Então devemos todos unir em volta delas de maneiras a que possamos ultrapassa-las com maior brevidade possível. Significando isso dizer que, devemos aproveitar bem esse entendimento "aparente" dos atores políticos do país, para que possamos todos em conjunto criar mecanismos que nos possam garantir o ponto final nas repetidas governações de transição.

Porque de uma forma ou de outra, a transição é uma fase que vamos ultrapassar. Mas o mais importante é para que consigamos ultrapassa-la bem e transitar com segurança de não voltarmos logo a cair de novo. Para isso temos que antes de mais, aceitar e pactuar com essa actual transição como uma grande realidade e presente. E depois com ideias concertadas possamos elaborar soluções das causas político-militares subjacentes às nossas crises recorrentes.

Meus caros compatriotas, queridos irmãos e amigos leitores
Como é bem dito a esperança é ultima coisa a morrer...  Que se afirma através de verdade e determinação, com o custo de repetidos esforços e longa paciência... Reconhecemos que a Guiné-Bissau se encontra numa situação nada confortável... Mas enquanto houver vontade de lutar, está sempre aberto a esperança de vencer... Com certezas de que para alcançar a vitória é necessário ir para além do desespero.


Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá

1 comentário:

  1. A Transição na Guiné-Bissau é para os políticos/militares resolver os seus problemas económicos.
    Desde 1998, se tínhamos pensado na pátria, era o momento ideal para viremos o senario na Guiné-Bissau, digo isso porque 07 de junho de 1998 é feito para travar a Reforma na Defesa e Segurança mais nada.
    Por isso sempre estamos em transições. Mas é momento para pensamos nessa transição e fazemos tudo assim de uma vez por toda.
    Na minha opinião deve durar e preparar a casa para um Governo que é para governar e não para ser governado.
    A administração Pública Guineenses necessita de ser reformado. Numa administração onde não existe Diploma/académicos, só cartão de militante do partido. Como assim, isso que é a Democracia.

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