terça-feira, 23 de abril de 2013

Cadogo tem dúvidas sobre datas do congresso e das eleições gerais na Guiné-Bissau 

Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro guineense deposto no golpe de Estado de Abril de 2012 na Guiné-Bissau, afirmou hoje (segunda-feira) ter dúvidas que sejam cumpridas as datas do Congresso do PAIGC e das eleições gerais, reporta a Lusa. 

Numa entrevista conjunta à agência Lusa, RTP África e Deutsche Welle, Gomes Júnior assumiu-se como "candidato natural" do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) nas presidenciais, reafirmando que não se apresentará na corrida à liderança do partido, prevista para Maio. 

Gomes Júnior negou que a recente detenção do ex-chefe do Estado-Maior da Armada guineense, Bubo Na Tchuto, e as acusações norte-americanas de envolvimento no tráfico de droga e de armas do actual chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da Guiné-Bissau, António Indjai, possam condicionar as duas datas. 

Sobre a realização do congresso do PAIGC, previsto para Maio e em que será eleita uma nova direcção, Gomes Júnior, argumentou que as dúvidas que tem passam sobretudo por problemas de logística e financeiros, lembrando a instabilidade política que se vive no país desde Abril do ano passado. 
Gomes Júnior, que participou no fim de semana, na qualidade de presidente do PAIGC, nos trabalhos do XIII Congresso do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), defendeu que a instabilidade gera receios entre os militantes de todo o país em deslocarem-se com segurança a Bissau. 

Recusando indicar quem apoiará no Congresso, caso venha a concretizar-se, Gomes Júnior admitiu que gostaria de estar presente na reunião, até porque quer apresentar o relatório dos quatro anos de presidência do PAIGC. 

"Se houver condições, estarei presente, até porque tenho de apresentar o relatório dos últimos quatro anos à frente do partido. Para a votação (da nova direcção) já não estarei, deixarei isso para os mais novos, que deverão apresentar as moções de estratégia aos militantes", afirmou, salientando que são se considera insubstituível. 

Sobre as eleições gerais que a comunidade internacional exige para por termo à transição, Gomes Júnior disse também ter dúvidas, uma vez que os custos previstos são elevados - "entre 20 a 30 milhões de dólares", e o país não tem dinheiro. 
"Alguém tem de as financiar. Se a ONU conseguir fazer esse trabalho, tanto melhor", disse, assumindo que não terá medo de se apresentar à votação. 

"Sou o candidato natural. Eu ganhei a primeira volta das presidenciais (de 2012), isso não há dúvida para ninguém. Como candidato do PAIGC, ganhei eleições", sublinhou, indicando que concorrerá independentemente de ser a segunda volta das presidenciais ou uma nova votação feita a partir do zero. 

"Mesmo que a comunidade internacional, em nome da estabilidade, queira realizar novas eleições, que ponham as urnas. Garanto que ganho as eleições à primeira volta, com um resultado convincente e que nunca mais será questionado", reagiu. 
Sobre quando pensa regressar a Bissau, Gomes Júnior indicou que aguarda pelas diligências que estão a ser feitas pelo novo representante especial do secretário-geral das Nações Unidas, o ex-presidente timorense José Ramos Horta. 

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