sábado, 1 de junho de 2013

Coordenador do grupo parlamentar britânico para a Guiné-Bissau alerta a comunidade internacional

Peter Thomson
O coordenador do grupo parlamentar britânico para a Guiné-Bissau, Peter Thompson, deixou um aviso à comunidade internacional, no sentido em que a Guiné-Bissau deverá reconciliar-se com o seu passado, antes de ter um melhor futuro.

Falando numa conferência internacional de paz, que teve lugar na Irlanda do Norte, Peter Thompson disse que resolver o passado é o primeiro passo para uma Guiné-Bissau mais estável.

«Desde a independência, a Guiné-Bissau foi andando de crise em crise, de golpe em golpe, de assassinato em assassinato. Ao povo da Guiné-Bissau nunca foi dada a dignidade de um processo de verdade e de reconciliação nacional. Várias comunidades guineenses no país têm perguntas sem resposta acerca do passado e desejam falar sobre isso», referiu o coordenador do grupo parlamentar britânico.

Peter Thompson disse que «chegou o tempo de as vítimas serem legalmente reconhecidas como tal. Justiça histórica, através de amnistias verdadeiras ou ainda os tradicionais «fóruns locais» deverão ser tidos em consideração. Estas respostas não se encontram num livro, encontram-se nos corações do povo guineense. Vamos ouvi-los e dar-lhes força para prosseguir».

O responsável pelo grupo parlamentar britânico afirmou também que os membros das Forças Armadas que foram mortos, feridos ou torturados durante a guerra da independência, a guerra civil ou noutro conflito interno, deverão ser formalmente reconhecidos como vítimas, em paralelo com as suas famílias.

«Um processo de reconciliação nacional não pode ter uma hierarquia de vítimas. Soldados que sofreram devem ter o mesmo reconhecimento que as vítimas civis da guerra colonial ou das vítimas da violência militar guineense nos últimos 50 anos. Não nos vamos esquecer que os soldados guineenses são também seres humanos e que as Forças Armadas do país deram ao seu povo a dignidade da independência e da auto-determinação», apelou.

Peter Thompson, ele próprio uma vítima do conflito na Irlanda do Norte, é o membro internacional da Comissão de Reconciliação na Assembleia Nacional Popular (ANP).

3 comentários:

  1. Meu irmão. na verdade na Guiné-Bissau não temos a historia. por isso ninguem lembre ou quer lembrar do passado. para muitos não temos direito de falar sobre passado por que isso incomoda...

    ResponderEliminar
  2. A Guiné-Bissau precisa ter um novo rumo que não o que agora está andando,num país onde ninguém tem a ousadia de falar o que está sentir ou então revendicar o seu direito.

    ResponderEliminar
  3. Viva Peter! Você é um humanistas e espírito de Matahama Gandhi.
    Bacar Queta
    quetaqueta2@yahoo.com.br

    ResponderEliminar

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público