terça-feira, 27 de agosto de 2013

Taciana Baldé disse que perdeu mas Guiné-Bissau passou a ser conhecido 

A legião de brasileiros naturalizados não começou bem o Mundial de judô. No primeiro dia, três judocas pisaram no tatame e todos deram adeus à competição de forma precoce. Representando a Guiné-Bissau, Taciana Lima venceu seu primeiro duelo, mas foi eliminada em seguida pela medalhista de bronze em Londres 2012, a belga Charline Van Snick, que terminou em 3° lugar no Rio ao lado de Sarah Menezes. Emocionada, Taciana viu um filme passar por sua cabeça, do tempo em que ainda não conhecia o pai ao momento em que teve o primeiro contato com a família na Guiné, até se naturalizar em busca de mais chances no judô.

Apesar do choro, Taciana garante ter deixado o Maracanãzinho de cabeça erguida e vencedora, também no que não diz respeito ao esporte. Nascida em Pernambuco, ela só conheceu o pai em 2007, após fazer uma busca na internet e encontrar o sobrenome Baldé, da família do seu pai e usado com muito orgulho às costas do quimono, juntamente com o sobrenome Lima, da mãe.

- É a primeira vez que eu luto no Maracanãzinho pela Guiné-Bissau. Mobilizei muita gente e hoje as pessoas conhecem meu país. Saio muito triste pela derrota, mas fico feliz por tudo que passei e estar aqui hoje é uma superação. Mundial é isso aí, todo mundo é igual. Estou construindo meu caminho e até 2016 tem muita coisa ainda - disse Taciana, emocionada.

No primeiro duelo do dia, a brasileira naturalizada venceu por ippon a dominicana Isandrina Sanchez, dominando o duelo desde o início. Na sua segunda luta, Taciana encarou uma pedreira. Pegou a medalhista de bronze nos Jogos de Londres, a belga Charline Van Snick. Com um minuto e dez segundos de combate, Taciana levou dois wazaris e foi eliminada da disputa no segundo round.

Depois, sem mais ter chances de medalha, o lado genuinamente brasileiro voltou a falar mais alto, já que Sarah Menezes avançou às semifinais.

- Vejo que as pessoas me apoiaram. Não estou lutando pelo Brasil, mas tenho muitas pessoas que torcem por mim, muitos amigos. Fico muito feliz por isso e agradeço a todo mundo. Represento a Guiné-Bissau, mas brasileira eu nunca vou deixar de ser. Já que eu não consegui, vamos torcer pelo Brasil - frisou.

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