sexta-feira, 6 de setembro de 2013


Mulheres da Guiné-Bissau promovem formação sobre liderança feminina e prevenção de conflitos


Quarenta organizações comunitárias da Guiné-Bissau dedicadas à igualdade de género estão a organizar ações de formação sobre técnicas de liderança e prevenção de conflitos com o apoio financeiro da União Europeia.


Nínive Baldé, uma das coordenadoras do projeto "Mindjeris e Força de Paz" (Mulheres são a força da paz), disse à agência Lusa que as ações de formação juntam organizações femininas nas regiões de Bafatá (leste) e Cacheu (norte).

As associações estão a ser formadas sobre temáticas como direitos da mulher, prevenção da violência, métodos ativos para a educação não formal, participação feminina, liderança para a mudança, mediação e resolução de conflitos.

Nínive Baldé, cubana, mas naturalizada guineense, técnica do Serviço Holandês de Cooperação (SVN), aponta a falta de participação feminina nos órgãos e lugares de decisão como "um problema preocupante".

A situação verifica-se nos órgãos políticos, mas também "a nível das regiões", onde o poder tradicional "é quase todo formado por homens".

"Mesmo nas organizações da sociedade civil também se nota a tendência", precisou Nínive Baldé, referindo que o país só tinha a ganhar se contasse mais com a participação das mulheres nas tomadas de decisão.

"Nos espaços de gestão de conflitos", tais como roubo de gado ou outros relacionados com posse de terra, gestão de água ou questões familiares, a pesquisa realizada mostra que a participação é maioritariamente masculina, sublinhou.

De acordo com a especialista, o cenário estende-se às estruturas judiciais de resolução de conflitos: a mulher guineense é pouco presente, facto que, segundo referiu, tem dificultado qualquer estratégia de pacificação do país.

"Falta sensibilidade feminina em quase todos os espaços de decisão" na Guiné-Bissau, observou Nínive Baldé.

A especialista notou ainda que, mesmo havendo um ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social, a questão feminina continua a ser "muito pouco considerada" no país.
Lusa - 05 de Setembro de 2013

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