terça-feira, 10 de setembro de 2013

Parlamento guineense chumbou amnistia para golpistas

A Assembleia nacional popular guineense rejeitou nesta terça-feira a proposta de lei do governo de transição prevendo uma amnistia para os autores do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. O PRS, signatário do pacto de transição, não descarta voltar a apresentar ao parlamento um novo texto nesse sentido.

Não se conseguiu maioria absoluta no hemiciclo para viabilizar a aprovação da lei de amnistia. Eram necessários 51 votos para tal. 

Apenas 72 deputados estavam presentes (está-se em período de férias), 40 votaram a favor, 25 contra e 7 abstiveram-se.

Os votos contra vieram, sem surpresa, da bancada do PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, no poder até ao golpe de Estado do ano passado.

O partido do primeiro-ministro derrubado, Carlos Gomes Júnior, questionou quais seriam, mesmo, os civis e militares a ser abrangidos pelo dispositivo legal em caso de aprovação e denunciou a falta de medidas em relação às autoridades legítimas de então.

Já o PRS, Partido da renovação social, do antigo chefe de Estado Kumba Yalá, também ele derrubado por um golpe de Estado, mas em 2003, rubricara o pacto de transição estipulando esta amnistia, agora rejeitada.

Porém este partido equaciona voltar a submeter um texto nesse sentido por achar que tal se inscreve na normalização em curso como afirmou Florentino Mendes Pereira, secretário-geral do PRS e presidente em exercício da respectiva bancada parlamentar.

Uma lei de amnistia já fora adoptada no país em 2007. Desde 1980 e o "Movimento reajustador", protagonizado pelo ex presidente "Nino Vieira" (assassinado a 2 de Março de 2009) que a Guiné-Bissau tem sido palco de vários golpes de Estado.

A impunidade dos autores tem vindo a ser denunciada pela liga dos direitos humanos. O colectivo da sociedade civil denunciara também ser "inoportuno" o debate de uma lei de amnistia pela voz de Fodé Mané.
RFI - 10 de Setembro de 2013

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  2. Finalmente os deputados da Nação Guineense fizeram um bom trabalho de casa.
    Não devemos estar sempre a premiar os golpes e os golpistas e os seus apoiantes.
    Há que ter coragem de estancar o mal pela raiz.
    Obrigado aos Deputados pela coragem de enfrentar o senhor poderoso da nossa praça Bissau-Guineense o general António Indjai.

    ResponderEliminar

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público