quarta-feira, 23 de outubro de 2013

ONU quer técnicos do FMI no Ministério das Finanças da Guiné-Bissau depois das eleições

O Representantes Especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), José Ramos-Horta, informou que depois das eleições Gerais no país, as Nações Unidas vão colocar técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) no Ministério das Finanças para a gestão das finanças públicas da Guiné-Bissau.

Em declarações à PNN no enceramento da 2.ª Conferência do Instituto da Defesa Nacional, José Ramos-Horta sublinhou que este é o sentimento dos organismos internacionais. 

«Nas fianças públicas, ter técnicos internacionais do FMI a trabalhar com o Ministro das Finanças, as Alfândegas e o Porto de Bissau entregue ao grupo inglês «Craus», que actuam em todo o mundo, vai dar resultado», disse o Representantes Especial do secretário-geral da ONU.

O diplomata timorense recomendou que a comunidade internacional se disponibilize, no que for necessário, para negociar com o Executivo saído das urnas. 

«A minha receita e recomendação para a Guiné-Bissau é que, depois das eleições com as Nações Unidas, Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, União Africana, Comunidade de Estado de Desenvolvimento da África Ocidental e os países amigos da Guiné-Bissau, vamos colocar técnicos internacionais, no número que for necessário, para entrarem em negociação com o Governo», disse José Ramos-Horta, confirmando que Ban Kim Moon se disponibilizou para presidir à mesa redonda de doadores internacionais a favor do país, se as próximas eleições correrem bem, anunciando grandes ajudas financeiras sob a condição de ver as eleições realizadas da melhor forma possível.

José Ramos-Horta avisou que, se isto não for feito, depois das eleições tudo vai continuar na mesma situação. «Tudo tem que ser bem pensado porque se não, depois das eleições, nada vai mudar. Os professores vão continuar a ser não pagos, as alfândegas vão continuar a produzir dinheiro que não vão para os cofres do Estado» advertiu o representante da ONU, sublinhando que não se trata de uma questão de vergonha e dando o exemplo muitos portos no mundo que são geridos por empresas estrangeiras com muito bons resultados económicos. 

Para sair desta situação de forma definitiva, o Nobel da Paz disse que os guineenses têm que abandonar as práticas passadas, referindo que esta é a oportunidade, que passa pelas eleições Gerais ainda agendadas para 24 de Novembro. 

«É uma oportunidade única de fazer eleições e formar Governo com todos os partidos que ficarem em segundo e terceiro lugares. O Presidente da República e o Primeiro-ministro têm que colaborar», expôs o diplomata timorense.

Sobre os militares, Ramos-Horta informou que estão sempre vulneráveis às críticas quando se introduzem nas questões políticas.
PNN - 23 de Outubro de 2013

2 comentários:

  1. Finalmente alguém ouviu o grito do POVO Guineense!!!

    Nha mantenhas

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  2. De facto, esta me parece uma receita a tomar em conta, a corrupção é um grande mal cujos efeitos ultrapassam largamente o ambito economico viciando a sociedade em geral e a estrutura política do estado. A nucleo familiar esta em crise já ninguem consegue controlar os filhos e as filhas, ninguem agora quer sacrificar rumo ao mérito porque ele já não compensa.

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