quinta-feira, 29 de maio de 2014

Guiné-Bissau tem a menor pressão fiscal da costa ocidental africana

A Guiné-Bissau é o país da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) com a menor «taxa de pressão fiscal», disse hoje à agência Lusa o diretor-geral das Contribuições e Impostos guineense, Suleimane Seidi.
O dirigente falava em Bissau à margem de um seminário de apresentação de dois manuais sobre a legislação de fiscalização tributária.

De acordo com aquele responsável, razões históricas ligadas à presença colonial ainda estão na base da «cultura» do guineense de evitar pagar impostos.
Aliada a esse fator, Suleimane Seidi apontou também a ineficiência dos serviços de cobrança em atingir todos os contribuintes o que faz com que a Guiné-Bissau tenha uma pressão fiscal de 8,5% quando «em certos países da UEMOA a carga fiscal chega aos 17%» - sendo a média regional de 14%.
O responsável afirmou que tanto o «comerciante estabelecido formalmente», como «o vendedor informal», todos fogem ao fisco.
Menos de metade das empresas formais declarou este ano o balanço de fim de exercício económico.
Ainda assim, a receita fiscal contribui com 40% do Orçamento Geral de Estado (OGE), em situação normal do funcionamento do país.
Suleimane Seidi notou que nos últimos dois anos - desde o golpe militar de abril de 2012 - o Governo de transição apenas contou com as chamadas receitas internas para pagar as despesas do Estado.
O diretor-geral das Contribuições e Impostos aponta para a necessidade de haver reformas e mudança de atitude dos governantes.
«Há reformas em curso. Há esforços internos, mas também é preciso que a comunidade internacional apoie o país na implementação dessas reformas, em termos de formação e aquisição de programas informáticos», observou Suleimane Seidi.
Como exemplo, apontou a substituição do Imposto Geral sobre Vendas (IGV) pelo Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), cumprindo uma exigência comunitária da UEMOA, mas que só pode ser concretizada com uma nova aplicação informática.
«O módulo [de cobrança de impostos] em uso na Direção-Geral das Contribuições e Impostos é obsoleto, é dos anos 90», afirmou Suleimane Seidi, explicando ainda que o país terá que adquirir um programa informático que possa fazer a gestão integrada dos impostos.
Lusa 29 de Maio de 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público