Governo da Guiné-Bissau abre processo para compra de navios
O governo da Guiné-Bissau lançou o processo para compra de três novos navios para ligar o arquipélago dos Bijagós à parte continental do país e a empresa portuguesa Atlantic Eagle Shipbulding figura entre as concorrentes.
Segundo foi anunciado em cerimónia pública, o processo é organizado pela secretaria de Estado dos Transportes e Comunicações, que pretende ver os navios nas águas guineenses ainda este ano.
De acordo com Cesário Ferreira, chefe do gabinete do secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, cinco empresas estrangeiras manifestaram vontade de apresentar propostas ao executivo guineense, mas apenas três se encontram em Bissau para levar propostas à equipa da avaliação.
Entre as firmas presentes na chamada "conferência de investidores" para aquisição de barcos de transportes de passageiros e cargas, figura a portuguesa Atlantic Eagle Shipbulding (concessionária dos Estaleiros Navais do Mondego, na Figueira da Foz), para além de uma outra holandesa e ainda outra espanhola.
As empresas irão mostrar as características dos navios que podem oferecer, tempo de fabrico, condições de entrega, entre outros aspetos, para depois serem selecionadas para uma lista restrita que será aceite a concurso, indicou Cesário Ferreira.
Atualmente, as ilhas da Guiné-Bissau estão ligadas ao território continental apenas com pirogas, uma situação que o governo pretende mudar, colocando no ativo navios que possam garantir segurança aos passageiros.
O secretário de Estado da Integração Regional, Degol Mendes, adiantou hoje que, brevemente, os navios Baria, Pecixe e Quarto Centenário, embarcações de transporte de passageiros e carga que estavam avariados há vários meses, voltarão ao mar depois de "profundas reparações" pagas pelo governo.
Aos três navios o executivo quer juntar outros tantos, novos, a serem comprados no âmbito do processo hoje lançado.
Degol Mendes afirmou que o governo guineense está a dar resposta aos pedidos das populações para o reforço da segurança no transporte marítimo na sequência de acidentes com as pirogas que têm ceifado vidas.
A Guiné-Bissau conta com mais de 80 ilhas, embora apenas cerca de dezena e meia seja habitada, e várias zonas do país descontinuas para quais apenas se pode viajar de embarcação.
O secretário de Estado da Integração Regional destacou igualmente a importância da aquisição de novos navios para as ilhas no âmbito do projeto do executivo para transformar o arquipélago dos Bijagós numa "zona de turismo por excelência" a partir deste ano.
Lusa, 29 de Janeiro de 2015
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