sábado, 31 de dezembro de 2016

MENSAGEM DA PASSAGEM DO ANO 2016 -  2017
Queridos irmãos e caros compatriotas guineenses!
As minhas saudações de sempre. CLICA E OIÇA

Chegamos mais um fim de ano com incertezas, pior dos últimos anos... e aguardando com alguma expectativa as consequências políticas depois do chefe de Estado ter exposto a sua divergência com o mediador da CEDEAO para a crise guineense e num país com um governo sem reconhecimento e apoio da maioria dos partidos que compõem o parlamento.

Começamos mais um novo ano com esperança adiada, sujeitos a enfrentar nova cartada de demonstração pratica daquele ambiente da convivência empolgada  sempre revelada pela incompetência dos que se auto-proclamam ser experientes políticos mas que nunca conseguiram converter as suas ideias politicas em ações praticas para o bem estar social.

Estamos outra vez, perante um ano novo, sem conseguirmos reverter a fadiga da instabilidade que data de longe, criada num sistema de sucessões de desentendimento, que mina a inteligência, que remove a moderação e que acaba com o espírito de bom senso para a coabitação necessária.

Estamos na mais uma viragem com um presente sem cabeça e um futuro politico imprevisível, num país onde a humildade e o sofrimento do povo sempre foi retribuído de forma ingrata e impiedosa dos "ditos políticos", com as maliciosas vivências da instabilidade, onde os protagonistas vão buscar razões no conflito geracional.

Estamos a iniciar mais um ano a viver com receio, com medo e tímidos num estado onde os partidos também servem como espaços de refúgio para as pessoas envolvidas em crimes, com ditos empresários em fuga ao fisco, de pessoas descontentes ou dissidentes, ou então dos que simplesmente são obstaculizadores de quem governa para tirar proveito de seu beneficio pessoal...

... Infelizmente, quem conhece o processo politico da Guiné-Bissau, as atuações dos partidos, a deterioração continua do país, as condições miseráveis do povo, a falta de politicas publicas e a continua falta de perspectivas ideais para melhorar o estado passado e actual... como cidadãos somos obrigados a confessar com muita magoa  de que, "partido politico no seu verdadeiro sentido de palavra não existe na Guiné-Bissau, e ao contrario disso, o que existe são varias organizações dedicadas em táticas de enganar o povo, para dar vida fácil a certa camada de militância (liderança e derivados) e que estão a sobreviver a volta de umas siglas em nome de partido.

Queridos irmãos e caros compatriotas guineenses!
O mais dramático é que o problema não circunscreve só a nível partidário, mas também a nível da magistratura suprema da nação. Um lugar onde todos os compatriotas que se assumiram como "Presidende de Republica" e "garantes de estabilidade", desiludiram o país e penalizaram o povo com graves sofrimentos.

Todos os presidentes, de uma ou de outra forma, conseguiram marcar profundas decepções ao povo guineense. Com ações, decisões e praticas, muita das vezes aquém da boa conduta de um estadista no mandato presidencial. Provocando o chumbo de cada um, no controlo do regime a que se dirige e na falha total no desempenho do seu papel de garantir a paz e a estabilidade comprometida e jurada.
Varias vezes, com comportamentos de maneira pessoal, onde a ganância e arrogância abalam o bom senso, mata o espírito de moderação e agrava a instabilidade no país.

Como prova, nenhum chefe de estado conseguiu chegar ao fim do seu mandato e (salvo Malam Bacai Sanha) todos os presidentes de republica escolhidos pelo povo não saíram da presidência de forma digna.

Queridos irmão e caros compatriotas guineenses!
Após 12 de Agosto de 2015, a crise voltou caraterizar a Guiné-Bissau, e desde então de nada se consegue tratar em termos políticos a não ser da crise.  o medo, a tensão e a fragilidade das instituições piorou, com o papel do Presidente da republica fortemente abalado, dentro de apenas dois anos e meio de mandato, o chefe de estado já soma quinto chefe de governo e com a rotatividade constante dos governantes.

É verdade que um dirigente se deve qualificar num exemplar e duma figura que orgulha o seu povo, mas os nossos não só nos envergonham como também nos tiram a voz quando o país é só referenciado em distinções desagradáveis;

É verdade que um cidadão titular de  órgão de soberania merece um elevado prestigio, mas os nossos embora de pouco ou nada se preocupam em fazer para a firmeza dessa distinção, ainda nos levam em desespero e nos provocam espíritos de revolta.

Caros compatriotas guineenses
De toda a esperança e força da vontade popular que virou a pagina para a maior tábua de salvação da nação e da nossa democracia em 2014;  esta mesma legislatura agora se redundou a depender não somente da constituição mas principalmente de um acordo ainda feito e coordenado por alem fronteiras

Quanto a magistratura suprema, graças a Deus, o presidente da republica ainda continua a cumprir o seu mandato, se calhar, poderá chegar de forma inédita os seus cinco anos na chefia de estado.

Há quem diga que, o homem não teria alcançado o possível se repetidas vezes não tivesse tentado o impossível.
O chefe de estado guineense,  repetidas vezes reiterou garantias de não pretender dissolver o parlamento... Neste momento, o país anda coxo, com um governo mutilado e de muletas... bem inclinado para mais uma queda, devido ao seu aparecimento num ambiente desconfortável instalado no interior dos partidos e entre os partidos, que agora evoluiu numa confusão total e de ódio no seio da classe politica. 
É nesta circunstancia que surgiu o quinto primeiro-ministro escolhido pelo PR fruto da sua estrita confiança e um governo que o chefe de estado disse "Estou tão feliz, tão motivado de que finalmente a era da Guiné-Bissau está em marcha"... Deus queira que assim seja. 

Certo é que a boa visão analítica demonstra que já estão reunidas as condições para uma futura evolução politica cujo o PR esteja tranquilo em dissolver o parlamento porque já tem o chefe de governo da sua confiança e uma equipa governamental que lhe inspira felicidade e motivação para um eventual governo de gestão,  se for o caso. 

Tudo porque, infelizmente, o papel moderador de estabilidade do chefe de estado se contaminou muito na presente crise e enfraqueceu bastante a sua capacidade de influencia para conter essa exaltação descontrolada de emoções e de ter um mandato tranquilo. 
E como se isso não bastasse,  acresce o agravante com o jogo de parlamento bloqueado e, ao que tudo indica a tendência é de continuar. E se assim for,  o PR não tem outra saída se não dissolver o parlamento e convocar eleições antecipadas Se de facto  conduzir uma nação e a liberdade de um povo não é um luxo dos tempos de bonança; mas sim é, sobretudo, garantir a maior  estabilidade das instituições... ou então, se o PR queira dar cobro a instabilidade e a ingovernabilidade que o país enfrenta desde Agosto de 2015. Porque a força da realidade é superior a força da vontade.

Caros irmãos e queridos compatriotas guineenses
Contudo o que já vivemos no passado e que a leitura do presente nos diz que o futuro não deverá ser risonha. Também devemos acreditar de que as coisas que nos parecem impossíveis, ainda podem ser conseguidas através de uma teimosia pacífica. Por isso, é bom acreditarmos no velho ditado de que a esperança é ultima a morrer...

Assim sendo, a semelhança de todos os anos, o  grande presente que temos neste momento é de mais um novo ano, onde a tradição é de renovar as esperanças e de desejar a todos e a cada um de nós a bênção de Deus... tudo de bom e de melhor ainda não alcançado... a base de tudo, estabilidade politica e governativa.

É mais um momento de festa, de alegria, de felicidade e que requer a calma necessária, para que possamos todos reflectir bem, de julgarmos a nós mesmos, onde cada um de nós em privado consiga fazer um balanço de todo o percurso falhado e do que queremos dessa vida. Sem esquecermos de lutar connosco mesmos contra o ódio e egoísmo, que normalmente nos leva ao isolamento cruel e ao desespero.

Termino pedir a todos os cidadãos da guineenses... que sejamos unânimes no espírito de entendimento; que sejamos unânimes na implementação do nosso projeto comum "Guiné-Bissau"; de nunca desistirmos de lutar pelo que que queremos e do que sonhamos... A paz, a tranquilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau, sempre com esperanças de que um dia vamos vencer esse mal estar agravado com o desentendimento

Lembremos sempre que a vida é feita de percalços e desilusões, o que não significa que tenhamos de desistir após cada derrota... mas sim, devemos saber procurar dentro de cada ponto negativo que a vida nos impõe, o lado positivo deste mesmo ponto.
Porque na verdade, ninguém é  capaz de correr atrás do tempo,  muito menos retroceder-se ao passado.  
Daí que devamos aproveitar bem o nosso tempo presente a cada minuto da melhor maneira possível e de forma digna de vivermos com capacidade, de fazer escolhas sensatas, inteligentes, com cautela e equilíbrio... Mediante argumentações e atitudes racionais.
Bem haja e um bom ano para todos.
Samba Bari 

2 comentários:

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