Ao
E Delitos Económicos
Do Ministério Público
BISSAU
QUEIXA-CRIME
No passado dia 4 do corrente mês de Abril de 2017, o
ora denunciante e signatário da presente denúncia realizou uma conferência de
imprensa para dar conhecimento à opinião pública nacional e internacional de
irregularidades verificadas na Federação de Futebol da Guiné-Bissau.(em anexo-Comunicado de Imprensa)
Naquela ocasião informou que em 2016, aquela
instituição de futebol guineense recebeu da CAF (Confederação Africana de
Futebol) cerca de 400.000.000 F CFA (Quatrocentos Milhões de Francos CFA),
apesar de nas vésperas do Campeonato Africano das Nações a Federação de Futebol
da Guiné-Bissau ter declarado que não dispunha de meios financeiros para
assegurar a participação do país naquele maior evento de futebol do nosso
continente.
Na sequência dessa conferência de imprensa, a
Federação de Futebol da Guiné-Bissau realizou, por sua vez, e em jeito de
resposta, uma conferência de imprensa no dia 11 de Abril do corrente ano, na
voz do seu Presidente.
Nessa ocasião, aproveitando da afirmação do ora
denunciante, que na sua conferência de imprensa disse que uma tranche dos cerca
de 400.000.000 F CFA recebidos da CAF no quadro de apoio e prémios de jogos
durante a nossa participação no Campeonato Africano de Futebol foi transferida através
duma conta bancaria num dos bancos de cidade de Bissau, disse o Presidente da
FFGB, que eram falsas as declarações do ora denunciante em como tinha recebido
daquela instituição de futebol africano aquele montante, mas, sim, apenas
138.000.000 F CFA, recebidos no dia 16 de Novembro, e não os anunciados
400.000.000 F CFA.(em anexo-gravação das
declaração)
Com isso estamos
perante um caso de flagrante delito.
Pois, se em
Dezembro de 2016, na véspera do início do CAN, a Federação anunciou que não
tinha dinheiro, quando, a final, recebeu no dia 16 de Novembro de 2016 aquele
montante de 138.000.000 F CFA sem declarar ninguém, é porque estamos perante uma
mentira, e é bom saber o que se fez com aquele montante, se a Federação não
contribuiu com nada para a nossa participação no CAN.
Por outro lado, o Presidente da Federação de Futebol
da Guiné-Bissau pensou que, ao ter feito apenas referência a essa tranche
transferida no dia 16 de Novembro de 2016, o ora denunciante ignorava ou não
tinha prova da transferência de outras tranches daqueles cerca de 400.000.000 F
CFA.Mas enganou-se.
Com efeito, a Federação de Futebol da Guiné-Bissau
recebeu da CAF outras tranches antes e depois do dia 16 de Novembro de 2016.
Neste sentido,
recebeu:
1. No
dia 14-07-16.Um valor------34.500.000 F CFA
2.
No dia.Um valor------------------37.000.000 F CFA
4.
No
dia
16-11-16.Um
valor----138.460.000 F CFA(-460F)
5. No
dia 14-12-16.Um valor-----146.000.000 F CFA
Ora, se a Federação não apresenta as contas desde
2015,
Se nas vésperas do CAN anunciou não dispor de meios,
E se, a final, recebeu cerca de 400.000.000 F CFA em
várias tranches, algumas das quais antes do dia 16 de Novembro de 2016 e outras
depois dessa data, estamos perante fortes indícios de desvio de fundos.
Pois, não se vê motivos para a tanta mentira da
FFGB, na pessoa do seu Presidente, se os referidos montantes tivessem sido
dados a um destino certo.
Nestes termos e nos
melhores de direito, e sempre com o mui douto suprimento dos Meritíssimo, pede
o ora do queixoso que o Ministério Público, através deste Gabinete, promova um
processo-crime contra o Presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau com
vista a apurar o destino dos fundos recebidos da CAF em virtude do apuramento
e participação do nosso país a fase final do CAN 2017.
O Queixoso
Inum Embalo
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