Trabalhadores contra privatização do porto comercial da Guiné-Bissau
O presidente do sindicato dos trabalhadores da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), Ivo Cá, disse que estão "liminarmente contra" a pretensão do Governo de privatizar a gestão do principal porto comercial do país já em setembro.
Fontes do Governo guineense indicaram à Lusa que no próximo mês de setembro o Conselho de Ministros irá anunciar o nome da empresa vencedora do concurso internacional para a gestão do porto de Bissau.
Na disputa são conhecidos a ICTSI, das Filipinas, e a Necotrans, de França.
Quem vencer ficará com a responsabilidade de pagar uma divida de 5,9 milhões de euros à Tertir (Terminais de Portugal) que ao abrigo da empresa Guiport geriu o porto comercial de Bissau entre 1992 e 1999, ano em que o então governo de transição na Guiné-Bissau rescindiu, de forma unilateral, o contrato de concessão e exploração.
O ministro dos Transportes e Comunicações, Fidelis Forbs, indicou à Lusa, no passado mês de julho, que estava tudo encaminhado e explicado aos trabalhadores sobre os moldes da cedência da gestão do Porto comercial de Bissau.
Hoje, o presidente do sindicato, Ivo Cá, negou que os trabalhadores tenham sido alguma vez informados e pede a intervenção urgente do chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, para evitar o que disse ser um "descalabro iminente" para o próprio país. E sublinha que Estado guineense é maior devedor de APGB, com mais de cinco bilhões de francos Cfa de 2004 à 2014.
Ivo Cá desmentiu o Governo quando afirma que o porto tem de ser privatizado por ser a única forma de o salvar da bancarrota, desafiou o executivo a apresentar o resultado de um estudo sobre o modelo de gestão e ainda instou o Estado guineense a pagar uma dívida com o porto.
Cá perguntou também ao Governo por que razão é que não avançou para a privatização de outras empresas do setor dos transportes e comunicações, nomeadamente a Guinetelecom, a Sotramar e os Correios, ao invés de querer ceder aos privados e estrangeiros o porto de Bissau.
Rispito.com/DN, 31-08-2017
Em todo mundo, é totado o sistema de privatizaçao dos portos para melhor, mas, nao entendo, a posiçao de nao querer a privatizaçao dos portos da guine Bissau pelos trabalhadores.
ResponderEliminarO que é muito importante para o sindicato como defensor da classe dos trabalhadores, é defender o enquadramento de todos trabalhadores, este deveria ser uma alerta ao governo.
Mas o que é do meu conhecimento, é o Ministro dos Transportes sempre defendeu que qualquer que venha a ser a decisao de governo seja por concessao ou concurso internacional, o cedido ou vencedor do concurso, mesmo tendo melhor proposta mas que nao enquadra os trabalhadores em causa, nao podera assim passar ou ter a concessao do porto.
Defender os trabalhadores é o papel preponderante do sindicato mas recusar ou impedir a privatização das infrastruras para melhor, é duvidoso.
quando que a APGB procedera a dragagem do Porto de Bissau, o balizeamento, forolhagem, pagamento de dividas citadas pelo prsidente do sindicato; é precizo uma estrategia para assim poder ultrapassar estas situaçao, e pensamos que era ou são as prespectivas preconizadas pelo actual governo