terça-feira, 19 de setembro de 2017

Grupo dos 15 dissidentes do PAIGC quer enterrar "machado de guerra" a bem do país 


O grupo dos 15 deputados dissidentes do PAIGC defenderam nesta segunda-feira que seja enterrado o "machado de guerra" e que seja iniciado o diálogo para sarar as feridas.

"Nós promovemos este encontro porque sabemos que o nosso partido está a atravessar uma situação extremamente difícil, temos desafios sérios pela frente e é preciso de facto agirmos para salvar o partido", afirmou o deputado Rui Diã de Sousa, que faz parte dos 15 deputados dissidentes do PAIGC.
Rui Diã de Sousa falava à Lusa à margem de um encontro que aquele grupo de deputados organizou para fazer uma reflexão sobre o partido, que celebra hoje o seu aniversário. O PAIGC foi criado a 19 de Setembro de 1956.
"O objectivo é chamar a atenção dos militantes e dirigentes do PAIGC sobre a gravidade da situação e da necessidade de enterrarmos o machado da guerra", salientou.
O grupo dos 15, coordenado por Braima Camará, que ficou em segundo lugar na corrida à liderança do partido, que foi ganha por Domingos Simões Pereira, entrou em ruptura com a direcção do PAIGC, tendo-se juntado ao PRS no parlamento para chumbar o programa de Governo do então primeiro-ministro, Carlos Correia.
Carlos Correia substituiu no cargo Domingos Simões Pereira, que foi demitido de funções pelo Presidente guineense.
Na sequência da decisão, o PAIGC expulsou aqueles 15 elementos do partido por alegada infracção à disciplina partidária.
"Penso que a manter-se este braço de ferro entre a direcção do partido e seus militantes estaríamos a concorrer de forma a prejudicar mais e mais o partido", defendeu Rui Diã de Sousa.
Para Rui Dião de Sousa, a subsistir a crise no partido, o PAIGC pode perder as próximas eleições legislativas, previstas para 2018.
"O que nós queremos mostrar aqui aos participantes é que ninguém sairá bem deste braço de ferro, nem os 15, nem a direcção do partido, nem o país. Não podemos dar-nos ao luxo de deixar o partido andar à deriva e depois irmos para a oposição e depois dizermos que é preciso unidade para enfrentar outros partidos que estão no Governo", salientou.
O grupo dos 15 é um dos signatários do Acordo de Conacri, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), prevê a formação de um governo consensual integrado por todos os partidos representados no parlamento e a nomeação de um primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, bem como a reintegração daqueles elementos no PAIGC, entre outros pontos.
O actual Governo da Guiné-Bissau, de iniciativa presidencial, não tem o apoio do partido do PAIGC, ganhou as eleições com maioria absoluta, e o impasse político tem levado vários países e instituições internacionais a apelarem a um consenso para a aplicação do Acordo de Conacri.
Rispito.com/Lusa, 19-09-2017

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público