terça-feira, 18 de setembro de 2018

Situação na Guiné-Bissau mostra "elevado grau" de corrupção que impera no país

O ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares guineense, Agnelo Regala, disse hoje que a situação no país é demonstrativa do "elevado grau" de corrupção que impera na Guiné-Bissau.
Agnelo Regala falava na sessão de abertura de uma conferência sobre o combate à corrupção na Guiné-Bissau, organizada pelas Nações Unidas, e que vai reunir durante dois dias 50 profissionais de vários setores do país.
A Guiné-Bissau, segundo o Índice de Perceção da Corrupção da Transparência Internacional, está no 177.º num ranking de 180 países.

"Pensamos que hoje o diagnóstico já está feito e a própria situação que se vive no país, é demonstrativa do elevado grau de corrupção que impera na Guiné-Bissau e dos efeitos devastadores que esse fenómeno tem na nossa economia e, consequentemente sobre o Estado e a sociedade", afirmou o ministro.
Para Agnelo Regala, o sinal "mais evidente" de que a corrupção se entranhou na Guiné-Bissau é o facto de se assistir a "manifestações que promovem os mais corruptos, os que mais ostentam sinais exteriores de riqueza, ao invés de realçar o mérito daqueles que vivem do seu trabalho e da sua competência técnica e profissional".
"Tudo isto demonstra que se não formos capazes de combater aquele fenómeno e de proceder ao retorno aos valores da moral e da ética, a democracia e a nossa sociedade estarão condenadas e à mercê dos corruptos, em aliança com o crime organizado e o narcotráfico", salientou o ministro.

O ministro alertou que o fenómeno poderá também criar uma "corrupção sistémica" que vai "fragilizar e gangrenar cada vez mais as instituições do Estado e agravar as desigualdades sociais".
No discurso, Agnelo Regala questionou as razões pelas quais a legislação existente na Guiné-Bissau não é aplicada e os implicados em atos de corrupção não são responsabilizados, bem como a razão pela qual os processos levantados pela Inspeção Superior contra a Corrupção se "encontram nas gavetas das instituições judiciais".
Para fazer face ao fenómeno, o ministro disse que é preciso reformar o sistema judicial, investir na formação em prevenção e luta contra a corrupção e que a legislação passe a prever auditorias às contas do Estado e supervisão de áreas de risco.
As Nações Unidas na Guiné-Bissau estão a apoiar o combate à corrupção através do aumento das capacidades nacionais para garantir a supervisão do uso de fundos públicos e formação de funcionários públicos.
Rispito.com/Lusa, 18-09-2018

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público