Antigo líder da Liga Guineense dos Direitos Humanos ouvido em processo de corrupção
O antigo presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos Fernando Gomes foi ouvidoesta quarta feira (12 Dez) , na qualidade de declarante, no Ministério Público, num caso ligado a suspeita de desvio de fundos públicos em 2010, quando era membro do Governo.
A saída da audiência com os magistrados do Ministério Público, Fernando Gomes não quis entrar em pormenores, alegando segredo de justiça, mas disse ter entrado e saído "de consciência tranquila" em relação ao processo.
O responsável apenas disse estranhar o facto de a sua convocação ocorrer numa altura em que fez denúncias contra magistrados do Ministério Público, que acusa de envolvimento em corrupção.
Fernando Gomes, advogado, criou, com alguns causídicos guineenses, a Frente Nacional Contra a Corrupção, a que preside, organização que denunciou vários casos de alegadas irregularidades envolvendo magistrados do Ministério Público.
Segundo Gomes, "alguns magistrados andam a deter cidadãos, sem quaisquer indícios de crime, metem-nos na cadeia e dias depois negoceiam a sua libertação a troco de dinheiro".
O responsável lembrou ter feito, no passado mês de março, uma denúncia de "uma associação criminosa instalada" no Ministério Público, apontando nomes de magistrados alegadamente envolvidos, sem que haja até hoje nada contra os mesmos, disse.
Fernando Gomes aproveitou as declarações aos jornalistas para novamente questionar o Procurador-Geral da República, Bacari Biai, sobre o que se passa em relação às denúncias.
"Porque é que outros processos estão a andar quando as nossas denúncias estão na gaveta há mais de oito meses?", perguntou Gomes.
"Temos que fazer um combate sério contra a corrupção, não é da forma como faz Bacari Biai. O que o Procurador-Geral da República tem feito é fingimento", acusou Fernando Gomes.
O líder da Frente contra a Corrupção na Guiné-Bissau exortou os responsáveis do país a serem sérios e ainda avisou o Procurador de que irá avançar com uma queixa-crime contra o próprio, caso não avance as suas denúncias contra os magistrados.
"Se isto é para me meter medo, então faço saber ao Procurador-Geral da República, que está completamente enganado", sublinhou Fernando Gomes.
Rispito.com/Lusa, 132-12-18
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