Tabanka Djaz: "Alegria do povo guineense e orgulho da nação"
Há 30 anos que a orquestra pinta a imagem positiva de um país mergulhado numa sucessiva onda de instabilidade. Para muitos guineenses Tabanka Djaz é a imagem de uma Guiné positiva voltada para a alegria do povo.
Conhecida na Guiné-Bissau como "Alegria do Povo e Orgulho da Nação”, a banda Tabanka Djaz com 30 anos de carreira lança em finais deste mês de outubro, o sexto disco de originais. Dois singles estarão disponíveis no mercado no final desse mês.
São três décadas de sucessos um pouco por todo mundo de um dos maiores conjuntos musicais dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). Orgulho de um pequeno país da África Ocidental, Tabanka Djaz é tido pelos guineenses como uma "Guiné positiva", que sempre funcionou. Micas Cabral é quem comanda a banda.
"A imagem que nós fazemos passar da Guiné-Bissau, é a tal Guiné positiva. Existem vários guineenses que fazem também o mesmo em várias áreas da sociedade. Nós passamos uma imagem da Guiné, que é esta que temos, de credibilidade, de seriedade, de trabalho, de honestidade e de profissionalismo”, disse à DW África na curta passagem do grupo pela Alemanha.
Na Guiné-Bissau real, a situação política tende a piorar e o sonho de uma Guiné melhor para todos é cada vez mais, uma miragem. Micas canta a esperança de um povo que aos 46 anos de independência ainda não viu sinais de mudança.
"Repare, eu tenho 55 anos de idade. Eu cresci, vivi com a independência e sonhei ver uma Guiné diferente. Há uma canção que fizemos em 1996, a Esperança. Que reflete a esperança que temos em dias melhores. É complicado... passados mais de 20 anos esta canção continua atual. É duro e desmotivador”.
A caminhada começou em março de 1988, mas foi com o terceiro disco editado "Esperança” que Tabanka Djaz conquistou o coração dos fãs e foi o primeiro grupo africano de expressão portuguesa a ganhar o disco de Platina, em Portugal, atingindo 40 mil exemplares vendidos. O disco teve ainda direito a três grandes nomeações no prémio equivalente ao Grammys de África, em 1997. O percurso do grupo poderia ser melhor não fosse a instabilidade e a falta de reconhecimento por parte do Estado da Guiné-Bissau.
"É uma sensação de frustração muito grande, quando a cada dia que passa temos conflitos internos entre os políticos. E o que está em causa é o povo da Guiné-Bissau. Os nossos políticos devem pensar muito mais no povo do que neles. Tudo isto fez com que a gente perca alguma esperança”.
Em 1999, a convite de músico brasileiro Martinho da Vila, o grupo participou no projeto «Lusofonia» e consolidou o seu estatuto, em especial como embaixador do Gumbé (o ritmo tradicional da cidade de Bissau). O ano de 2002 marcou o regressou dos Tabanka Djaz com o álbum "Sentimento”, que contou com a participação de Martinho da Vila.
Depois de onze anos, os Tabanka gravaram o quinto e último disco em 2013 intitulado "Depois do Silêncio”. A música "Todos os sentidos" foi incluída na compilação "Africa: 50 Years of Music - 1960 / 2010 - 50 ans d'indépendances". Antes do final de 2019, o grupo conta apresentar o novo disco inspirado pela alma africana, pela sociedade atual e pelo amor, disse em entrevista exclusiva à DW África, o líder do grupo Micas Cabral.
A banda assinala este ano três décadas de carreira com várias iniciativas, incluindo o lançamento de um DVD gravado no 25° aniversário de carreira que foi um concerto no Coliseu, em Lisboa.
Rispito.com/DW, 03-10-2019
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