quarta-feira, 13 de novembro de 2019

 Artur Sanhá lança Movimento Patriótico Contra Colonização do país

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O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau Artur Sanhá lançou em Bissau o Movimento Patriótico Contra a Colonização do país, desferindo fortes ataques à Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).


Numa conferência de imprensa, no chamado espaço verde de Bissau, Artur Sanhá apresentou o que diz ser um "movimento para acordar os guineenses contra a invasão estrangeira" por parte da CEDEAO.

O ex-primeiro-ministro afirmou que é pela paz, mas também pela justiça, e pediu aos guineenses para que se levantem e se manifestem contra as decisões tomadas na última cimeira de líderes da organização em relação à Guiné-Bissau.

"Que nos levantemos e protestemos firmemente contra a invasão estrangeira, sobretudo a partir da decisão da última cimeira da CEDEAO, realizada no dia 08 de novembro, de enviar forças militares estrangeiras para o nosso país", disse Artur Sanhá.

Lendo um manifesto, Artur Sanhá observou que a deslocação de tropas da CEDEAO "com o capote de ajudar a assegurar as eleições" presidenciais, marcadas para o próximo dia 24, não é mais que a "submissão e humilhação" da Guiné-Bissau.

"É um programa de um grupinho de pessoas à volta do primeiro-ministro, Aristides Gomes, que pretende colonizar a Guiné-Bissau. Isso é um programa falhado e fantoche", declarou Artur Sanhá.

Para o dirigente guineense, o que alguns países da CEDEAO pretendem é explorar os recursos naturais da Guiné-Bissau, nomeadamente bauxite e fosfatos, disse.

Artur Sanhá questionou ainda o facto de a Ecomib (força de interposição da paz da CEDEAO estacionada na Guiné-Bissau desde 2012) ter sido anunciada, inicialmente, como paramilitar e estar agora a comportar-se como militar.

Sanhá perguntou ainda se não seria mais sensato a CEDEAO enviar os dois mil soldados que pretende mandar para a Guiné-Bissau para outros países, onde existem conflitos armados, dando como exemplos o Senegal, Guiné-Conacri, Togo e Nigéria.

O político guineense criticou ainda o que disse ser o "silêncio do parlamento", acusou o primeiro-ministro de ser o autor do apelo para a presença de militares da CEDEAO e questionou aquela organização sobre se pensa que o Presidente da Guiné-Bissau vai ser "uma simples boneca".

A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais no próximo 24 num momento de especial tensão política, depois de o Presidente, José Mário Vaz, ter demitido o Governo de Aristides Gomes, saído das legislativas de 10 de março, e nomeado um outro liderado por Faustino Imbali.

Grande parte da comunidade internacional opôs-se a estas decisões e a CEDEAO exigiu a demissão de Imbali, sob pena de impor "pesadas sanções" aos responsáveis pela instabilidade política.

Imbali acabou por se demitir na sexta-feira, pouco antes de serem conhecidas as decisões dos chefes de Estado da CEDEAO, que decidiram reforçar a presença da força de interposição Ecomib no país e advertir José Mário Vaz de que qualquer tentativa de usar as Forças Armadas para impor um ato ilegal será "considerada um golpe de Estado".

No sábado, chegam a Bissau seis chefes de Estado da CEDEAO para dar a conhecer as decisões da cimeira ao Presidente da Guiné-Bissau e avaliar a situação no país.

As forças da Eomib estão na Guiné-Bissau desde 2012 na sequência de um golpe de Estado militar e têm a missão de garantir a segurança e proteção aos titulares de órgãos de soberania do país.

A Ecomib foi autorizada em 26 de abril de 2012 pela CEDEAO.

O objetivo da força de interposição é promover a paz e a estabilidade na Guiné-Bissau com base no Direito internacional, na Carta das Nações Unidas, do Tratado da CEDEAO e no protocolo sobre prevenção de conflitos daquela organização.
Rispito.com/Lusa, 13-11-19

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