Pedido de aterragem de avião suspeito foi emitido pela Chefe do Gabinete do PR
Comissão Especializada da Assembleia Nacional Popular (ANP) informou os deputados, esta terça-feira 9 de Novembro, que o pedido de aterragem do avião suspeito, cuja descolagem ainda está interdita, foi efectuado pela Chefe do Gabinete do Presidente da República (PR), Isilda Lobo de Pina, horas antes de o aparelho chegar ao pals, proveniente da Gâmbia.
Depois de aterrar, segundo o presidente da Comissão, a tripulação composta apenas por três elementos (piloto, co-piloto e um mecânico) abandonaram o país, sem deixar qualquer rasto.
O Conselho da Administração da Aviação Civil não soube explicar que mercadoria a aeronave transportava, porque o mecânico que integrou a tripulação imobilizou o aparelho antes de seguir a parte incerta. O memo organismo confidenciou à Comissão da ANP que os seus membros estão a ser fortemente pressionados para libertar o aparelho.
O Presidente da Comissão, José Carlos Macedo, defendeu que o parlamento não deve permitir que os que estão a pressionar "vençam essa luta", devido a que todos falam no combate à corrupção, na transparência, pelo que, não devem ser os mesmos a cometerem ilegalidades.
A Comissão Especializada da ANP para área de Defesa e Segurança é presidida por José Carlos Macedo, deputado do MADEM-G15, partido que apoiou Umaro Sissoco Embaló nas eleições presidenciais, prometeu continuar a trabalhara nesta matéria que considera de "muito sensível" e requer urgente intervenção do parlamento.
"Quando se começou a falar deste assunto, fomos directamente ao Aeroporto onde mantivemos um encontro com o PCA da Aviação Civil. Primeiro, confirmou que tinha ordens superiores para reter a aeronave. Depois disse que só lhes compete autorizar aterragem e a descolagem. As restantes tarefas, como vistorias, avaliação de cargas e demais outras operações, compete a outras operações, compete a outras instituições. Mas lamentou o facto de nenhuma instituição ter feito o seu trabalho, porque ninguém sabia nada da aeronave", explicou José Carlos Macedo na plenária da ANP.
Sem boletim de bordo, porque os tripulantes mal desceram do aparelho foram recolhidos por uma viatura na pista e levados para um hotel desconhecido, a leitura da missão e a carga do avião se resumiu numa carta do Chefe do Gabinete do PR.
"Segundo o depoimento do PCA da Aviação Civil, o pedido da Chefe do gabinete do PR era de 29 de Outubro a 4 de Novembro. Eo aparelho estava na Guiné-Bissau para a manutenção. Ainda colocamos um conjunto de questöes ao PCAS, mas ele disse que não sabia, porque não tinham acesso ao Boletim de Bordo e nem sabem quem era responsável do aparelho", continuou José Carlos Macedo, um deputado que há cerca cinco meses alegou ter sido ameaçado devido aos seus posicionamentos.
Perante estes depoimentos o presidente da Comissão especializada da ANP apelou à mesa da Assembleia para intervir, devido a que o PCA está a ser pressionado no sentido de desbloquear o aparelho. "Foi ele quem nos disse que está sob pressão, embora dissesse que não tem medo de ninguém. Mas não devemos ficar calados, porque fomos nós que colocamos o PCA onde está. Se isso é verdade, ele não pode sujeitar-se a estas ameaças", advertiu.
O deputado entende ainda que, ANP deve intervir, porque foram várias as manifestações de vontade de uma intensificação no combate ao narcotráfico, que se ouviu de várias pessoas, e não podem ser estas mesmas pessoas a colocarem-se numa situação tao complexa como esta. Durante a campanha eleitoral na corrida para a Presidência, Umaro Sissoco Emabaló anunciara que pretendia estabelecer a pena de morte nos crimes de narcotráfico.
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