quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Sissoco Embaló é o primeiro líder africano a visitar Kiev e "ouvir a verdade", diz Zelensky

De visita à capital ucraniana, o Presidente guineense defendeu um "diálogo direto" entre as partes e garantiu ao Presidente Volodymyr Zelensky que o continente africano está preocupado com a estabilidade na "sua região".
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, esta quarta-feira (26.10), que o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, é o primeiro líder africano a visitar o país e a "ouvir a verdade sobre a situação".

"É o primeiro líder de um país africano que visita a Ucrânia desde 24 de fevereiro e tem a oportunidade de ouvir a verdade sobre a situação no nosso país e que está a ter influência em todos os outros países do mundo", afirmou o Presidente ucraniano, que falava após um encontro com Umaro Sissoco Embaló, que se deslocou à Rússia e à Ucrânia, enquanto presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com uma "mensagem de paz".

O Presidente ucraniano destacou que a "guerra criminosa desencadeada pela Rússia" piorou as condições sociais e políticas em muitos países.

"Milhões de pessoas na Ásia, África e Europa estão numa situação mais difícil devido à agressão russa", disse, pedindo a união de todos os "líderes conscientes" do mundo para fazer face à ameaça à "segurança comum", que disse ter surgido devido à invasão russa.

Zelensky agradeceu também à Guiné-Bissau o voto na Assembleia Geral das Nações Unidas da resolução que condena a tentativa de anexação da Ucrânia e assegurou que o seu país pode garantir a segurança alimentar.

"Assegurei ao Presidente que a Ucrânia pode continuar a garantir a alimentação e, portanto, a segurança social e política a países parceiros", disse Zelensky, sublinhando a necessidade de se fazer tudo para evitar que a Rússia interrompa a exportação de alimentos pelo seu país para evitar um aumento dos preços, que terá impacto na vida de milhões de pessoas.

O líder ucraniano defendeu também a necessidade de desenvolver relações de cooperação com os países do continente africano, considerando que há possibilidade para a realização de uma cimeira Ucrânia/África no seu país e potenciar a cooperação com a CEDEAO.

"Diálogo direto"
Por sua vez, Umaro Sissoco Embaló defendeu a necessidade de um "diálogo direto" entre a Rússia e a Ucrânia, "dois países irmãos", sublinhando que África precisa de produtos alimentares e fertilizantes, mas que também "precisa e quer reaproximar os dois países para que encontrem verdadeiramente um caminho para a paz".

O chefe de Estado guineense acrescentou que pode chamar "irmão" ao Presidente ucraniano, como pode chamar o mesmo ao homólogo russo, Vladimir Putin, com quem se reuniu na terça-feira. 

"Porque um dia vão encontrar-se. É por isso que nós trouxemos uma mensagem de paz para os nossos dois irmãos. Podemos fazer a ponte para o reencontro", disse, salientando que não se pode ter "outras interpretações" da posição guineense. 
Rispito.com/DW, 26/10/2022

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