Estudantes guineenses inscritos para estudar em Portugal pedem ajuda para agendar pedido de visto
Um grupo de estudantes guineenses cujos nomes constam na lista dos admitidos no ensino superior em Portugal pediram hoje ajuda para conseguir fazer o agendamento para tratarem do seu processo de visto.
“Estamos preocupados e decidimos dar um grito para ver se a entidade responsável da embaixada ou da agência nos dão informações”, disse Dionísio Tavares, que representa o coletivo de estudantes de licenciatura, mestrado e de cursos técnicos cujos nomes constam nas listas divulgadas pela Direção-Geral do Ensino Superior de Portugal.
Segundo Dionísio Tavares, foi indicado, numa publicação na rede social Facebook da embaixada de Portugal em Bissau, que seriam abertos agendamentos a 24 de outubro, mas isso só aconteceu no dia seguinte e durante cerca de uma hora.
“Neste momento estamos preocupados com a situação de agendamento para a obtenção de vistos. Todos os dias ficamos debaixo do sol em frente à embaixada e da agência para nos darem informações e ninguém sai para dar informação”, disse.
Dionísio Tavares lembrou que algumas pessoas já estão a faltar às aulas desde 19 de setembro, outros têm as “dívidas a aumentar” e alguns podem mesmo perder o ano letivo.
“Isto é uma preocupação. Entregámos já uma carta e até agora não recebemos nenhum tipo de resposta e isso é uma preocupação. Estamos a apelar aos responsáveis da embaixada para agilizar para que o processo corra mais rápido para que não fiquemos num impasse”, pediu Dionísio Tavares, salientando que ninguém está a exigir, mas que estão só a fazer um pedido.
“O nosso sonho é sair daqui para ir estudar e voltar para a construção do nosso país e do mundo, porque as sociedades precisam de homens qualificados e estamos a pedir para nos darem esta oportunidade”, salientou.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzi Barbosa, reuniu-se no passado mês de outubro com os responsáveis da embaixada de Portugal para fazer um ponto da situação.
Em declarações feitas aos jornalistas, à margem daqueles encontros, Suzi Barbosa disse saber que a questão dos vistos para os estudantes guineenses é fundamental.
A ministra explicou também que Portugal vai adotar uma nova legislação já aprovada pela Assembleia da República portuguesa e que a Guiné-Bissau será beneficiada.
Segundo Suzi Barbosa, os vistos para estudantes estão a demorar um pouco mais porque se aguarda a publicação da nova legislação que vai respeitar o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A Lusa contactou a embaixada portuguesa para obter mais esclarecimentos e aguarda resposta das autoridades.
O novo regime de entrada de imigrantes em Portugal entrou domingo em vigor e fez alterações ao regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos estrangeiros do território nacional para atrair uma “imigração regulada e integrada, para o desenvolvimento do país, mudar a forma como a administração pública se relaciona com os imigrantes e garantir condições de integração dos imigrantes”.
Também os cidadãos da CPLP vão ter um regime de facilitação de emissão de vistos em Portugal, no âmbito do acordo sobre a mobilidade entre Estados-membros da CPLP.
Segundo o decreto, os cidadãos da CPLP podem obter um visto para procura de trabalho ou visto de residência CPLP, ficando dispensados da apresentação de seguro de viagem válido, comprovativo de meios de subsistência, cópia do título de transporte de regresso e apresentação presencial para requerer visto.
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