Greve na Saúde e Educação da Guiné-Bissau com "adesão considerável"
A greve de cinco dias nos setores da Saúde e da Educação da Guiné-Bissau para reivindicar salários em atraso, subsídios de vela e de isolamento, está a ter uma “adesão considerável” no primeiro dia, segundo a Frente Comum.
O porta-voz da organização sindical, Yoyo João da Silva, disse, em conferência de imprensa, que a greve também visa exigir do Governo a reintegração na Função Pública de cerca de quatro mil profissionais, entre professores e pessoal médico, demitidos pelo executivo no passado mês de setembro.
O Governo considerou que aqueles profissionais, considerados novos ingressos, não tinham sido admitidos de forma legal na Função Pública.
O pessoal da saúde reclama cerca de 10 meses de salários em atraso.
Sobre dados mais concretos da adesão à greve, o responsável remeteu um balanço para os próximos dias
Yoyo João da Silva indicou ainda que a greve é “para protestar e denunciar” a recente medida do Governo de suspender da base de dados da Função Pública os profissionais dos dois setores que atualmente se encontrem em formação ou especialização por conta própria no estrangeiro.
Na prática, aqueles profissionais vão deixar de receber salários.
“O Governo acaba de assinar um acordo com a Venezuela para formar especialistas guineenses, tudo muito bem. Agora é pena saber que o Governo vai cortar apoios aos quadros que decidiram por conta própria buscar especialização”, observou João da Silva.
O porta-voz da Frente Comum considera a medida do Governo “como se estivesse a dizer” aos profissionais da saúde e educação “que a partir deste momento não devem preocupar-se com a especialização”.
A greve também serve para denunciar a medida do executivo de cortar dos bancos de dados os professores cujas escolas funcionam em regime de autogestão, escolas cujos pais e encarregados de educação dos alunos pagam mensalmente aos professores.
Devido às constantes greves nas escolas públicas guineenses, muitas comunidades decidiram pagar aos professores.
O porta-voz da Frente Comum disse que compreende a posição dos pais, enalteceu a postura dos professores, mas referiu que não aceita a decisão do Governo pela forma como foi tomada, “sem um aviso prévio” aos docentes, disse.
“Até porque este tipo de escola é uma transferência da responsabilidade do Governo, do Estado, para os pais e encarregados de educação dos alunos”, notou Yoyo João da Silva.
Nos últimos três meses, esta é a segunda greve do pessoal da saúde e de professores das escolas públicas na Guiné-Bissau.
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