quinta-feira, 6 de novembro de 2025

PAIGC E PRS FORA DAS ELEIÇÕES DE 23 DE NOVEMBRO

Pela primeira vez na história da Guiné-Bissau, os dois maiores partidos do país, a coligação PAI-TERRA RANKA liderada pelo PAIGC e o PRS foram impedidos de participar nas eleições gerais (legislativas e presidenciais) de 23 de Novembro de 2025.

O Supremo Tribunal de Justiça fez exactamente o que o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló lhe pediu, bloquear os seus principais adversários.

A coligação PAI-TERRA liderada por Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo (PAIGC) que venceu as últimas legislativas, mas cujo o governo foi derrubado por chefe de Estado Umaro Sissoco, não tem nenhum candidato, tanto nas legislativas e nem nas presidenciais. O Supremo Tribunal simplesmente rejeitou o seu dossiê, alegando prazo curto para analisar o referido dossiê.

Por sua vez, o lider do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, legalmente eleito no congresso do partido, viu também o seu partido impedido de participar nas eleições legislativas, Dias pode apenas concorrer as presidenciais como candidato independente, sem apoio oficial do seu partido.

O partido PAIGC, fundada pelo pai da Nação, Amílcar Cabral e que deu independência a Guiné-Bissau, impedido de concorrer, acabou então por apoiar a candidatura independente de Fernando Dias.

O Tribunal admitiu apenas as candidaturas dos partidos aliados do Presidente, Umaro Sissoco Embaló.

Vários lideres da oposição, organização da sociedade civil e analistas políticos acusaram o Supremo Tribunal de Justiça de estar a cumprir a vontade do presidente da República Umaro Sissoco Embaló.

Meses antes do início da campanha eleitoral, o presidente da República explicou a imprensa internacional do país, nomeadamente a agência de notícias LUSA, televisão RTP e a rádio RDP África.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Detenções e desaparecimento de militares abalam forças armadas

A menos de um mês das eleições gerais de 23 de novembro, a Guiné-Bissau vive uma nova onda de tensões políticas e militares.

Nos últimos dias, foram detidos altos oficiais das forças armadas e registou-se o desaparecimento misterioso de um coronel, o que alimenta suspeitas de purga interna e ajustes de contas no seio do aparelho cas trense, precisamente quando o pals se prepara para mais um ciclo eleitoral conturbado.

O major Domingos Nhanque, promotor-adjunto do Tribunal Militar Superior, encontra-se detido desde o inicio da semana, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

A detenção do major Domingos Nhanque ocorreu após este ter sido convocado pelo presidente do Tribunal Militar Superior para integrar uma suposta missão conjunta com o Estado-Maior General das Forças Ar madas. Desde então, o militar não voltou a ser visto, e o seu paradeiro permanece desconhecido.

Na noite desta quarta-feira (29.10), o brigadeiro-general Daba Naualna, antigo presidente do mesmo tribunal e atual diretor da escola de instrução militar de Cumeré, foi levado por um grupo de militares armados e está desaparecido desde então.

As familias de ambos tentaram obter informações jurito das autoridades, mas nenhum esclarecimento oficial foi prestado.

A estes casos junta-se o desaparecimento suspeito do coronel Júlio Naquidanque, chefe da Direção de Operações e Treino do Estado-Maior do Exército, após ter sido convocado para uma reunião em Bissau. Desde então, não voltou a ser visto nem há registo do seu paradeiro.

O padrão de prisões sem mandado e desaparecimentos sem explicação está a gerar alarme generalizado entre militares e civis, num país habituado a ver as suas forças armadas envolvidas em crises politicas e gol pes de Estado

Clima de repressão e contradições oficiais
Enquanto o Governo insiste em afirmar que as forças armadas estão neutras e prontas para garantir a segurança eleitoral, a sucessão de detenções contradiz o discurso oficial e reforça a perce zação política das instituições militares.
A ausência de transparência, aliada ao silêncio do Estado-Maior General e das instâncias judiciais, agrava o clima de insegurança e desconfiança.

Internamente, ha sinais de divisão no seio do exército entre oficiais leais ao regime e outros que manifestam descontentamento com o atual comando e políticas do presidente Umaro Sissoco E

A manutenção do general Biagué Na Ntan como Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, cargo que ocupa há mais de uma década, tornou-se um ponto de fricção dentro das forças segurança.
Várias vozes questionam a longevidade e o poder absoluto de Biagué, apontando a sua permanência como símbolo da falta de renovação e de equidistância institucional das forças armadas em politico.

Tensões políticas e o peso das eleições
As detenções coincidem com um momento crítico do processo eleitoral, já marcado por exclusões de coligações e contestação judicial.
A coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC e por Domingos Simões Pereira, continua afastada da corrida presidencial e legislativa, enquanto o ambiente politico se deteriora.
Oposição e sociedade civil denunciam um clima de medo e controlo político, acentuado pela presença ostensiva de militares nas ruas e pela falta de liberdade de manifestação.

Analistas consideram que o país enfrenta um cenário de militarização discreta, mas progressiva, no qual as fronteiras entre poder político, justiça e defesa se tornam cada vez mais difusas
A ausência de respostas das autoridades sobre as recentes detenções e desaparecimentos mina a credibilidade do Estado de direito e lança dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral.

Campanha eleitoral arranca sob tensão e ausência de propostas políticas

A campanha eleitoral para as eleições gerais de 23 de novembro de 2025 arranca oficialmente a 1 de novembro, num clima de incerteza e forte tensão política. Três fatores contribuem para o ambiente de instabili dade, a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (ST]) de excluir a Coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC e por Domingos Simões Pereira; as recentes detenções de militares de várias patentes; e as amea ças da Coligação de não permitir a realização das eleições sem a sua participação.

Num contexto marcado por silêncio programático e ausência de debate, apenas a Plataforma Republicana "Nô Kumpu Guiné", que apoia o segundo mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló, foi visivelmente ativa em ações de pré-campanha. Os restantes 11 partidos aprovados pelo ST) para as legislativas, oito deles criados após 2020, permanecem praticamente ausentes do terreno político.

Apesar de oficialmente afastada da corrida, a coligação PAI-Terra Ranka tem sido o principal alvo da retórica da Plataforma Republicana, que a acusa de tentar desestabilizar o país. Recentemente, o coordenador da plataforma, Botche Candé, após um périplo político pela zona leste, acusou o líder da coligação de "falta de flexibilidade", afirmando que "se o PAIGC não participar nas eleições de 23 de novembro, será o fim do par tido e a culpa recairá em Domingos Simões Pereira, porque podia chamar Umaro Sissoco Embaló para falarem sobre o país".

As declarações de Botche Candé espelham o peso politico e simbólico que representa a ausência do PAIGC no escrutinio. A possibilidade de o partido participar por via extraordinária é considerada remota, uma vez que o STJ ja enviou à Comissão Nacional de Eleições (CNE) a lista definitiva para a impressão dos boletins de voto.

Entretanto, vários candidatos presidenciais independentes ou da oposição deslocaram-se à residência de Domingos Simões Pereira e à sede do PAIGC para expressar solidariedade, após a exclusão da coligação. Al

guns observadores interpretaram esses encontros como tentativas de obter apoio político, hipótese rapidamente afastada pelo PAIGC, que reiterou o pedido de boicote ao processo eleitoral.

Atualmente, a atenção recai sobre os candidatos presidenciais admitidos, uma vez que nenhum partido tradicional de peso foi aprovado pelo Supremo, A COLID-GB, de Juliano Fernandes, chegou a ser convidada a corrigir irregularidades, mas acabou excluída da lista final. Assim, todos os indícios apontam para uma vitória expressiva da Plataforma Republicana "Nô Kumpu Guiné", que concorre em 21 dos 29 circulos eleitorais, o que, à partida, garante lhe cerca de 70 deputados num parlamento composto por 102 lugares.

No campo presidencial, o cenário mostra-se mais competitivo. Apesar da "quase confirmada ausência de Domingos Simões Pereira", destacam-se nomes como o antigo presidente José Mário Vaz, o independente Fernando Dias e Siga Batista, todos criticos das politicas de Umaro Sissoco Embaló.

Apoios ou não do PAIGC
Com a impossibilidade de concorrer, o PAIGC debate-se agora com a forma de contestar a legitimidade das eleições. O Bureau Político deliberou por duas vezes que o partido "não deve permitir eleições sem a sua participação", promessa repetida pelos seus principais dirigentes, que garantem que "sem o PAIGC, não há eleições.

No entanto, até ao momento não houve ações concretas, nem judiciais nem de rua, contra o processo eleitoral.

A única manifestação prevista é organizada pelo Movimento Pó de Terra, marcada para 1 de novembro, coincidente com o inicio oficial da campanha. Tudo indica que será a única demonstração pública com ligação à coligação PAI-Terra Ranka. Desde que Domingos Simões Pereira assumiu a liderança do partido, não se registaram manifestações políticas de grande escala. A última tentativa, em novembro de 2024, foi imediata mente dispersada pelas forças de segurança, com 12 dirigentes do PAIGC detidos e agredidos

Em 28 de outubro, Carlitos Costa, porta-voz histórico do PAIGC, reafirmou que o partido "vai às eleições" e que "Domingos Simões Pereira será Presidente da República". As declarações foram uma resposta ao lider do PUN, Idriça Djaló, que justificou a exclusão de partidos alegando irregularidades anteriores. Costa acusou Djaló de "falar disparates" e de "proteger os seus próprios interesses". O porta-voz criticou ainda o ex-pri

meiro-ministro Carlos Gomes Júnior, atual aliado de Embaló, que declarara que "Quem não quer a democracia que se afaste".
Carlitos Costa concluiu reafirmando a participação simbólica do PAIGC nas eleições e o compromisso do partido com a luta democrática.

Campanha sem programas nem debate nacional
A margem das controvérsias, a campanha eleitoral, que decorrerá durante 21 dias, inicia sem debates estruturados e sem propostas concretas de governação.

A Plataforma Republicana "No Kumpu Guiné", apontada como vencedora antecipada, não apresentou nenhum programa politico detalhado. Toda a sua narrativa assenta na "comunhão de esforços dos guineenses" para garantir a reeleição de Umaro Sissoco Embaló,

Nos últimos cinco anos, o discurso político dominante centrou-se na figura do Presidente e nos "esforços" do seu governo, mais do que em politicas públicas concretas.

No plano presidencial, os candidatos da oposição prometem uma campanha marcada por criticas severas à governação de Embaló, abordando temas como a violação da Constituição, a militarização da politica, o abuso de poder, as detenções arbitrárias e a falta de separação entre os poderes

Desde a sua eleição, Umaro Sissoco Embaló já nomeou três governos de iniciativa presidencial e demitiu um executivo constitucional, eleito após a vitória da PAI-Terra Ranka nas legislativas de 2023, alegando atos de corrupção e uma suposta tentativa de golpe de Estado.

24 dias das eleicoes, a GB entra numa das campanhas mais tensas e imprevisiveis da sua historia recente, sem programas claros com partidos fragmentados e uma oposicao fragilizada pela exclusao e pela censura institucional

domingo, 26 de outubro de 2025

JOMAV VISITA DSP NA SUA RESIDENCIA PRIVADA

O ex-Presidente da República, José Mário Vaz (JOMAV), e o líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, voltaram a sentar-se à mesma mesa neste sábado, 25 de outubro, em Bissau, após dez anos de afastamento político.

O encontro, que teve lugar na residência privada de Domingos Simões Pereira, marcou o primeiro contacto direto entre os dois dirigentes desde a rutura de 2015 — um episódio que mergulhou o país numa das mais profundas crises políticas da sua história recente.

Segundo fontes próximas das partes, a reunião decorreu num ambiente cordial e construtivo, embora não tenham sido divulgados detalhes sobre os temas abordados. Tudo indica, porém, que o diálogo tenha relação com o atual contexto eleitoral, em particular com as eleições presidenciais de 23 de novembro, nas quais José Mário Vaz é apontado como um dos principais candidatos, apoiado pela Convergência Nacional para a Liberdade e o Desenvolvimento (COLIDE-GB).

O reencontro tem grande significado político e simbólico, ao aproximar dois antigos aliados que, em 2015, se tornaram protagonistas de uma disputa que desestabilizou o país durante vários anos.

Em 12 de agosto de 2015, José Mário Vaz, então Presidente, demitiu o governo chefiado por Domingos Simões Pereira, alegando uma “crise de confiança entre o Presidente e o Primeiro-Ministro”. A decisão abriu uma fase prolongada de instabilidade, marcada por divisões no PAIGC, sucessivas trocas de governo e intervenções diplomáticas da CEDEAO e da CPLP para restaurar o diálogo político.

As divergências entre ambos surgiram poucos meses após as eleições de 2014, quando o PAIGC conquistou a maioria parlamentar e a Presidência. As tensões centraram-se em questões de gestão das finanças públicas, nomeações de Estado e controlo das decisões governamentais.

Enquanto JOMAV acusava o Executivo de falta de transparência e abuso de competências, Simões Pereira denunciava ingerência presidencial e tentativas de limitar a ação governamental. O impasse culminou com a dissolução do governo, mergulhando o país numa crise institucional sem precedentes.

Agora, dez anos depois, o reencontro entre ambos pode sinalizar um gesto de reconciliação política ou uma reconfiguração estratégica de alianças à medida que se aproximam as eleições presidenciais.

Bissau, 25 de Outubro de 2025
Por: Rádio Voz Esperança / DMG TV Digital Mídia Global TV

terça-feira, 21 de outubro de 2025

PAI Terra Ranka (PAI-TR) e API-CG acusaram de violar a lei eleitoral

As coligações PAI Terra Ranka (PAI-TR) e API-CG acusaram esta segunda-feira o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau de atuar de forma parcial e de violar a lei eleitoral no processo de validação das candidaturas às eleições gerais de novembro.

Em carta aberta dirigida aos juízes conselheiros do STJ, as duas plataformas políticas afirmam que o tribunal tomou “decisões incongruentes e discriminatórias”, ao indeferir os convénios de coligação apresentados em setembro e ao não apreciar as reclamações apresentadas dentro dos prazos legais.

Segundo o documento, o convênio da coligação PAI-TR, submetido a 19 de setembro, foi analisado “96 horas depois”, quando a Lei Eleitoral determina que a apreciação deve ocorrer no prazo máximo de 24 horas. O texto denuncia ainda que o tribunal “não respeitou os prazos que ele próprio impõe às coligações” e que “avançou com listas definitivas sem apreciar os recursos pendentes”.

As coligações sustentam que houve “denegação de justiça” e tratamento desigual em relação a outras candidaturas, incluindo a do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, cuja candidatura presidencial, segundo os signatários, “nunca chegou a ser submetida ao plenário do STJ”.

“Esta atitude do STJ representa denegação de justiça, consubstanciando um tratamento discriminatório”, lê-se na carta.

As formações políticas criticam também as justificações públicas apresentadas pelo tribunal, considerando-as “sem fundamento legal” e alegando que a decisão de excluir a candidatura de Domingos Simões Pereira foi tomada fora dos trâmites legais.

“Por mais absurda que a decisão do STJ possa ser, ela deve ser uma deliberação validamente tomada em plenário, o que não chegou a acontecer”, acrescenta o documento.

No texto, os signatários — Domingos Simões Pereira, em nome da coligação PAI Terra Ranka, e Jorge Fernandes, pela API-CG — afirmam que a atuação do STJ “põe em causa a credibilidade do processo eleitoral” e pode ter “consequências imprevisíveis para a sociedade guineense”.

As coligações apelam aos magistrados para que “reavaliem as decisões com isenção e sentido de justiça”, e pedem à sociedade e aos restantes candidatos “uma postura patriótica” em defesa de eleições “livres, justas e inclusivas”.

“Ainda não é tarde para assumirem a vossa responsabilidade. O nosso apelo é que sejam patriotas e não se esqueçam que a história vos julgará”, conclui a carta aberta.
Digital Mídia Global TV
Bissau, 21 de outubro de 2025


quinta-feira, 16 de outubro de 2025

DSP adia marcha convocada e apela à mobilização contínua

O Presidente do PAIGC e líder da Coligação PAI – Terra Ranka, Domingos Simões Pereira, anunciou esta quarta-feira, 15 de outubro, o adiamento da marcha pacífica que havia convocado para esta quinta-feira, destinada a exigir maior transparência no processo eleitoral.

A decisão, segundo o próprio, surge na sequência de uma importante concertação interna com as estruturas do partido e da coligação. Apesar de expressar descontentamento com a necessidade de adiar a iniciativa, Simões Pereira apelou à população para manter e reforçar a mobilização.
“Com determinação e unidade, seguiremos firmes no nosso propósito”, afirmou, sublinhando que o próximo passo será anunciado oportunamente.

O adiamento acontece num momento de tensão política, após a exclusão da candidatura de Domingos Simões Pereira às presidenciais de 23 de novembro, decisão tomada pelo Supremo Tribunal de Justiça, e que tem sido alvo de forte contestação por parte do PAIGC e seus apoiantes.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

DOMINGOS SIMÕES PEREIRA CONVOCA MARCHA PACÍFICA AO PALÁCIO DA JUSTIÇA

O líder do PAIGC e da coligação API – Cabas Garandi, Domingos Simões Pereira, apelou a todos os cidadãos para que o acompanhem, nesta quinta-feira (16), numa romaria pacífica a pé até ao Palácio da Justiça, partindo de suas próprias residências. O objetivo da manifestação é exigir a clarificação do processo eleitoral em curso.

O apelo foi feito através de uma publicação na sua página oficial do Facebook, na qual justifica a convocação com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), que, segundo ele, voltou ontem a se pronunciar em conferência de imprensa por meio de "indivíduos estranhos aos processos eleitorais".

A marcha ocorrerá caso persista o silêncio institucional e a ausência de uma notificação oficial e formal da decisão do STJ.

Simões Pereira dirige-se especialmente aos jovens, independentemente da sua filiação partidária, pertencentes a bancadas parlamentares, associações e movimentos sociais, convidando-os a participar nesta "pequena marcha pela liberdade e pela reposição dos direitos fundamentais".

O líder político sublinha ainda que o STJ deve reunir hoje a sua plenária, conforme estipulado por lei, e, ao final, notificar oficialmente todos os candidatos que depositaram suas candidaturas, conforme o princípio da transparência.

"Chegam-nos, porém, indicações de que o juiz-presidente Arafan [ou Arafam, confirmar ortografia correta] se recusaria a convocar essa reunião", escreveu Simões Pereira, exortando todos os cidadãos a manterem-se atentos ao desenrolar dos acontecimentos. Ele recorda que “sem notificação, não há decisão” e que todos têm o direito de saber os motivos pelos quais as suas candidaturas são aceites ou rejeitadas.

O apelo de Domingos Simões Pereira surge num contexto de forte tensão política, marcado por disputas judiciais eleitorais e acusações de manipulação institucional.
RSM: 15 10 2025

domingo, 12 de outubro de 2025

NUNO NABIAM MUDA O DISCURSO E APARECE COM OUTRA LINGUAGEM

O ex-Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Nuno Gomes Nabiam, surpreendeu este sábado (11) com um discurso inflamado em Dongol, no setor de Bula (norte do país), garantindo uma vitória à primeira volta ao Sissoco Embaló, nas próximas eleições presidenciais.

“Sissoco Embaló será reeleito logo na primeira volta!”, declarou Nabiam perante uma multidão entusiasmada, marcando o seu regresso ao palco político com uma postura e discurso completamente renovados.

A intervenção de Nabiam gerou surpresa e agitou o cenário político, sobretudo porque há menos de 9 meses, o antigo chefe do Governo tinha classificado Sissoco Embaló de “ditador” e afirmado que o seu mandato terminaria a 27 de fevereiro. Hoje, porém, o tom é outro: o ex-líder da coligação “API–Cabas Garandi” apelou à mobilização nacional para garantir uma vitória expressiva do atual Presidente.

> “Fui apunhalado pelas costas por membros da coligação API–Cabas Garandi. Quando fomos a Paris para assinar o acordo com a coligação "Pai Terra Ranka", percebi logo que o caminho não era o certo. Hoje entendo que a prioridade é o desenvolvimento do país. Não farei parte da desestabilização da Guiné-Bissau. A política deve ser feita de forma diferente. Chegar ao poder não pode ser a qualquer custo”, afirmou Nuno Gomes Nabiam.

Com esta nova aliança pública, a corrida presidencial de 2025 ganha contornos inesperados e promete ser uma das mais intensas e imprevisíveis da história recente da Guiné-Bissau.

ANTIGOS FIÉIS DE DSP ACUSAM-NO DE TRANSFORMAR O PAIGC EM FEUDO PESSOAL

A tensão interna no seio do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) voltou a ganhar visibilidade, com dois dirigentes, ambos actualmente integrados no Governo de Iniciativa Presidencial, a acusarem o presidente do partido, Domingos Simões Pereira (DSP), de ter colocado a sua "ambição pessoal acima dos interesses colectivos" da formação histórica fundada por Amilcar Cabral.

A denúncia foi feita publicamente durante uma conferência de imprensa realizada num dos ho-téis de Bissau, convocada pelos ministros Carlos Pinto Pereira, dos Negócios Estrangeiros, e José Carlos Esteves, das Obras Públicas, dois antigos quadros próximos de Domingos Simões Pereira que decidiram romper o silêncio num momento particularmente sensível da vida política guineense, a poucas semanas das eleições presidenciais e legislativas de 23 de novembro.

De acordo com os intervenientes, o líder do PAIGC terá "violado os estatutos do partido" e con-duzido a estrutura de forma personalista e centralizadora, ignorando as instâncias internas e o princípio da colegialidade.

"Domingos Simões Pereira confunde o partido com a sua própria pessoa. A sua estratégia é pautada pela sede de poder e não pela defesa dos valores que inspiraram o PAIGC desde a luta de libertação nacional", declarou Carlos Pinto Pereira, visivelmente crítico.

José Carlos Esteves, por seu lado, reforçou a ideia de que o actual presidente do partido mudou-se das bases e tem posto em causa a unidade interna. “Não podemos continuar reféns de uma liderança que submete as decisões do coletivo a interesses individuais. O PAIGC é maior do que qualquer dirigente”, afirmou.

Estas declarações surgem num contexto de sinais de divisão no interior do PAIGC, que desde a dissolução do Parlamento em 2022 e a nomeação do atual Governo de Iniciativa Presidencial, se tem confrontado com fraturas internas entre dirigentes alinhados com a Presidência Umaro Sis-soco Embaló e os que mantêm fidelidade a Domingos Simões Pereira.

Os analistas políticos em Bissau consideram que o momento escolhido para as acusações a Domingos Simões Pereira (DSP) não é casual, mas insere-se claramente na dinâmica da actual campanha eleitoral, marcada por fortes rivalidades entre as principais forças políticas. Segundo várias leituras, trata-se de uma nova agressão da Plataforma Republicana, coligação que congrega diferentes sensibilidades próximas da Presidência da República, fragiliza o presidente do PAIGC e minar a sua seleção junto do eleitorado em poucas semanas das eleições de novembro.

Fontes independentes sublinham que esta estratégia tem sido recorrente na política guineense, onde a utilização de dissidências internacionais como instrumento de desgaste eleitoral se tornou uma prática habitual. Para os observadores, as recentes declarações dos ministros Carlos Pinto Pereira e José Carlos Esteves reforçam a percepção de uma coordenação política destinada a enfra-quecer a coligação PAI - Terra Ranka, vencida por Simões Pereira, num contexto em que a disputa pelo poder se tornou cada vez mais personalista e polarizada.
e-Global

sábado, 11 de outubro de 2025

Agressores de Luís Vaz Martins "filmaram" todo ato de agressão

Horas após o rapto e espancamento do advogado e analista político, Luís Vaz Martins, começam a surgir relatos sobre como o ex-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) terá sido tratado pelos seus agressores.

Numa nota em que manifesta a sua "revolta" e "indignação", a LGDH recontou o que ouviu de Luís Vaz Martins, explicando que, enquanto era espancado, o jurista era, ao mesmo tempo, filmado pelos agressores.

"Segundo o seu relato [de Luís Vaz Martins], enquanto era espancado, um dos agressores filmava o ataque, evidenciando o modus operandis de um esquadrão de rapto e tortura ao serviço do regime autoritário que hoje governa a Guiné-Bissau", explicou a Liga num comunicado carregado de revolta.

"Estes grupos atuam com total impunidade, espalhando medo, terror e censura, num padrão sistemático de perseguição contra opositores políticos, jornalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos", acrescentou a organização.

Prosseguindo com as explicações sobre o tratamento "desumano" de Luís Vaz Martins, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que chegou a ser dirigida pelo advogado, revelou que, em dado momento, o analista político ficou "inconsciente", por força da tortura.

No entanto, a organização dos direitos humanos tranquiliza os cidadãos sobre a atual situação de Luís Vaz Martins.

"Em consequência da violência extrema, o Dr. Luís Vaz Martins ficou inconsciente e foi abandonado pelos agressores. Ele já foi assistido no estabelecimento clínico apropriado e encontra-se atualmente na sua residência a descansar", tranquila a nota.

A LGDH afirma que este ataque não é um episódio isolado, lembrando ainda que Luís Vaz Martins já havia sido vítima de "tentativas de agressão", por três vezes, "pelo facto de exercer a sua liberdade de expressão, defender os direitos humanos e lutar pela justiça".

Para a Liga, a Guiné-Bissau vive hoje num clima de medo, repressão e censura, em que a violência se tornou "instrumento de poder", e o silêncio das instituições prova a trágica degradação democrática que o país atravessa.

"Este atentado ocorre num contexto pré-eleitoral extremamente delicado, em que se esperava que o Estado garantisse liberdade, transparência e pluralismo. Em vez disso, o regime escolhe o caminho da força, perseguição e terror", denunciou.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos exige a abertura imediata de uma "investigação independente", rigorosa e imparcial, com vista a identificação e responsabilização exemplar dos autores materiais e morais "deste ato criminoso".
Por CFM

terça-feira, 30 de setembro de 2025

ADVOGADOS DE PAI TERRA- RANKA CONFIRMAM A PARTICIPAÇÃO DA COLIGAÇÃO NAS ELEIÇÕES DE 23 DE NOVEMBRO

Um dos coletivos de advogados da Coligação da Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI Terra-Ranka) garante a participação de PAI nas eleições gerais marcadas para 23 de novembro, contrariando rumores de uma suposta exclusão do pleito.

Em publicação na sua página oficial no facebook nesta noite, Otávio Lopes, explicou que, a ausência do nome da Coligação da Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI Terra-Ranka) na lista provisória de concorrentes deve-se apenas ao facto de a Plenária do Supremo Tribunal de Justiça ainda não ter analisado o recurso interposto pela coligação na semana passada.

Em publicação, Otávio Lopes afirmou estar confiante de que o Supremo Tribunal de Justiça corrigirá a situação, contrariando tentativas de manipulação do processo democrático por uma minoria.

Liderada pelo PAIGC, o maior partido da Guiné-Bissau, o adovgado, afirmou que a coligação pretende não apenas participar das eleições, mas também conquistar uma maioria absoluta.

“Não basta que todos sejam iguais perante a lei. É preciso que a lei seja igual perante todos”, concluiu o advogado.

Por: Rádio Jovem Bissau

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

SUPREMO TRIBUNAL DA JUSTIÇA JUSTIFICA EXCLUSÃO DA COLIGAÇÃO PAI TERRA RANKA

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau anunciou nesta quinta-feira, em comunicado oficial, a exclusão da coligação Plataforma Aliança Inclusiva – PAI Terra Ranka das eleições gerais marcadas para 23 de novembro. A decisão foi justificada pelo não cumprimento do prazo estabelecido para a entrega da candidatura.

O juiz desembargador Mamadú Embaló explicou que a candidatura da coligação foi entregue fora do prazo estipulado pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), o que impossibilitou seu aceite.

“O requerimento de inscrição do convénio político apresentado pela coligação foi depositado após o prazo limite estabelecido pela CNE. Dessa forma, não havia tempo legal para corrigir eventuais irregularidades, conforme previsto no calendário eleitoral”, afirmou Embaló.

Segundo o magistrado, o pedido foi submetido em 19 de setembro, enquanto o prazo para a recepção das candidaturas expirava apenas em 25 de setembro de 2025. Apesar disso, o STJ entendeu que qualquer tentativa de correção das falhas ultrapassaria os prazos legais definidos.

Apesar da exclusão da coligação, o juiz ressaltou que os partidos que a compõem ainda podem registrar candidaturas individuais até as 18h desta quinta-feira, em Bissau.

A coligação PAI Terra Ranka reúne cinco partidos: Movimento Democrático Guineense (MDG), Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Partido da Convergência Democrática (PCD), Partido Social Democrata (PSD) e União para a Mudança (UM).

Para as eleições gerais de 2025, entre os candidatos já confirmados estão o atual presidente cessante, Umaro Sissoco Embaló, apoiado por uma plataforma independente, além de Siga Batista, João Bernardo Vieira e o ex-chefe de Estado José Mário Vaz, entre outros.
Bissau, 24 de setembro de 2025

JOÃO BERNARDO VIEIRA PROMETE DEVOLVER VALORES DA GUINENDADE E PROMOVER CONCÓRDIA NACIONAL

O mandatário do candidato presidencial João Bernardo Vieira, Edmundo Mendes, afirmou esta quinta-feira, em Bissau, que o seu candidato pretende “devolver os valores da guinendade” e trabalhar para uma verdadeira concórdia nacional.
A declaração foi feita momentos após a entrega oficial da candidatura de Vieira no Supremo Tribunal de Justiça, no âmbito das eleições gerais previstas para novembro.
Segundo Mendes, a candidatura é “do povo, com o povo e para o povo”, sublinhando que João Bernardo Vieira sacrificou a juventude para servir o país e agora se compromete a liderar o desenvolvimento nacional.
Edmundo Mendes acrescentou acreditar que o Estado irá assegurar a organização dos processos eleitorais com transparência, credibilidade e de acordo com os ditames legais.
A Guiné-Bissau prepara-se assim para um momento decisivo, que testará a capacidade do país em garantir eleições livres, pacíficas e inclusivas.
RSM 25 09 2025

Impedimento de jornalistas: LGDH arrasa Supremo Tribunal de Justiça

Apresentamos, na íntegra, o comunicado de imprensa, da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), sobre o impedimento de jornalistas a cobertura da conferência de imprensa do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) recebeu com profunda indignação as notícias de que três jornalistas das rádios Capita FM, Quelelé e Galáxia de Pindjiguiti foram hoje, 25 de setembro de 2025, impedidos de exercer a sua atividade profissional no Supremo Tribunal de Justiça, sem qualquer justificação.

Ao silenciar jornalistas, o Supremo Tribunal de Justiça atenta não apenas contra o exercício da profissão, mas também o direito inalienável da sociedade guineense a ser informada de forma livre, plural e transparente.

Aliás, transformar a justiça que deveria ser a guardiã dos direitos fundamentais - em instrumento de censura e intimidação é um abuso intolerável, que destrói a já frágil confiança dos cidadãos nas instituições e mina os pilares de qualquer Estado democrático de direito.

A LGDH condena veementemente este ato como uma afronta direta à liberdade de imprensa e à transparência democrática.

A Liga exige uma explicação pública imediata por parte do Supremo Tribunal de Justiça e alerta que a liberdade de imprensa não é uma concessão do poder, é um direito que nenhuma autoridade pode suprimir ou limitar arbitrariamente.

A Liga exorta o STJ a evitar tentações autoritárias que visam restringir ilegalmente o pleno exercício do jornalismo na Guiné-Bissau.

A LGDH reafirma a sua total solidariedade com os jornalistas atingidos e convoca os cidadãos, a permanecerem vigilantes perante as crescentes tentativas do regime em confinar as liberdades fundamentais em nome da sua sobrevivência política.

Feito em Bissau, aos 25 dias do mês de setembro de 2025.

PAI vai pedir explicações ao STJ sobre o seu afastamento das eleições

A Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka) vai dar entrada esta quinta-feira (25.09), no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau ao pedido de esclarecimento do órgão sobre a decisão de excluí-la das próximas eleições legislativas, disse à Rádio Capital FM, uma fonte da coligação, que não se quis identificar.

A PAI Terra Ranka foi notificada, terça-feira, pelo Supremo Tribunal de Justiça, que a informou que decidiu não apreciar os dossiês da sua candidatura, uma decisão que, automaticamente, afasta os vencedores das últimas eleições legislativas do ato eleitoral de 23 de novembro próximo.

A máxima instância da justiça guineense considera que não terá tempo para analisar os documentos da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva, entregues no Supremo Tribunal de Justiça.

"Vamos entregar o documento no Supremo Tribunal de Justiça e dar-lhe o acompanhamento com as intervenções políticas, para abordar o afastamento, para já, da PAI Terra Ranka das eleições legislativas", adiantou a fonte da coligação.
Por CFM

terça-feira, 23 de setembro de 2025

João Bernardo Vieira anuncia candidatura à Presidência da República

O ex-secretário de Estado dos Transportes e Comunicações e dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), João Bernardo Vieira anunciou, esta terça-feira (23.09), a sua candidatura à Presidência da República, nas eleições de 23 de novembro.

João Bernardo Vieira fez o anúncio na sua página de Facebook, explicando no texto que tomou a decisão após um período de reflexão.

"Tenho a subida honra de vos informar que após uma reflexão profunda com a minha familia, camaradas e amigos, a minha consciência patriótica, obrigou-me a tomar a árdua decisão de aceitar o pedido de uma formação política e de centenas e centenas de compatriotas, para me candidatar ao cargo de Presidente da República. Em tempo útil, enviei uma carta à direção do meu partido, PAIGC, manifestando a minha intenção", lê-se no texto.

O ex-governante não revelou o nome do partido que o convidou para ser o seu candidato presidencial, mas sublinhou que vai ao encontro com o destino, assumindo-se como candidato.

"Neste encontro com o destino, convido cada cidadão, cada voz deste país, cada comunidade, para juntos reconstruirmos a confiança entre os guineenses e relembrar que antes de qualquer bandeira, ideologia ou partido, somos uma só nação, um só povo, uma só esperança. Acredito que os guineenses não mais terão que emigrar a procura de emprego, saúde e escola de qualidade. As nossas forças de defesa e segurança, que tem a nobre missão de nos proteger, não mais terão de viver em condições deploráveis dentro de uma Guiné-Bissau democrática e desenvolvida", refere João Bernardo Vieira.

O anúncio de João Bernardo Vieira foi feito no dia em que Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, mesmo partido do ex-secretário de Estado de Transportes e Comunicações, vai depositar a sua candidatura no Supremo Tribunal de Justiça.
Por CFM


APU-PDGB e Nuno Nabiam abandonam API-Cabas Garandi 

A Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) renunciou, esta segunda-feira (22.09) à sua integração à Aliança Patriótica Inclusiva (API-Cabas Garandi), através de uma carta endereçada ao presidente da coligação, Baciro Djá.
Na missiva a que a Rádio Capital FM teve acesso, assinada por Nuno Nabiam, presidente do Partido, APU-PDGB não justificou a decisão e limitou-se a informar que deixa a Aliança Patriótica Inclusiva, com "efeito imediato".
Na base desta decisão, apurou a CFM junto de fontes da API-Cabas Garandi, está o facto de Nuno Nabiam ter sido derrotado na votação interna para a escolha do candidato presidencial da coligação. Os membros daquela congregação de partidos escolheram Fernando Dias, em detrimento de Nabiam, que viu desta forma frustrada a sua intenção de concorrer ao mais alto cargo do país.
"Ele fez uma antecipação. Decidiu cessar a sua participação na API, antes da divulgação das resoluções da cimeira de líderes que ainda decorre. Sabe que, na resolução, vai constar os resultados da votação, em que até membros do seu partido não votaram nele", confidenciou à CFM uma fonte da Aliança Patriótica Inclusiva.
Por CFM

PAI TERRA-RANKA DENUNCIA MANOBRAS PARA TRAVAR ENTREGA DE CANDIDATURAS.

A coligação eleitoral Plataforma Aliança Inclusiva – PAI Terra-Ranka denunciou esta terça-feira, em Bissau, alegadas “manobras” destinadas a dificultar a obtenção de documentos exigidos pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para validação das candidaturas às eleições legislativas e presidenciais previstas para novembro.

Segundo a coligação, entre os principais visados estão o presidente da Assembleia Nacional dissolvida, Domingos Simões Pereira, e o antigo primeiro-ministro Geraldo João Martins.

Em declarações à imprensa, após a entrega das candidaturas no STJ — que na Guiné-Bissau também desempenha funções de Tribunal Eleitoral —, o dirigente da plataforma, Agnelo Regala, garantiu que todos os candidatos do PAI Terra-Ranka já solicitaram as certidões de quitação e os registos criminais junto das autoridades competentes.

Apesar das dificuldades reportadas, Regala assegurou que a coligação está preparada e otimista:

“O PAI Terra-Ranka vai ganhar as eleições legislativas e presidenciais para resgatar o país das mãos do atual regime político”, afirmou.

Os nomes mais destacados da plataforma, Domingos Simões Pereira e Geraldo João Martins, ambos dirigentes do PAIGC, continuam associados ao chamado processo do “resgate” de 2015, cujo desfecho permanece sem conclusão.

No entanto, no último domingo, em conferência de imprensa na sua residência em Bissau, Simões Pereira reforçou que não existe “rigorosamente nada” nesse processo que possa comprometer a sua candidatura às presidenciais.

Bissau, 23 setembro de 2025
Por  TV Digital Mídia Global TV

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Braima Camará nomeado Primeiro-ministro

Do conflito à Cooperação, o Presidente Sissoco Embalo nomeou hoje, 7 de agosto, um novo Primeiro-ministro, faltando pouco mais de três meses para as eleições legislativas e presidenciais, marcadas para novembro próximo.

O Decreto Presidencial não fundamenta a decisão de demitir o Governo e nomeação de um novo primeiro-ministro, cuja tomada de posse pode acontecer a qualquer momento.
Ao aceitar as novas funções, Braima Camará dá o "dito por não dito". Afirmou, em várias ocasiões, que só assumiria a chefia de um Governo na Guiné-Bissau, se o seu partido, o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) ganhasse as eleições legislativas.

Eis o ditado que adverte dizer: "nunca se deve afirmar que nunca direi, serei ou farei algo". Pois o Braima acaba de assumir o cargo de Primeiro-ministro por iniciativa presidencial, através de decreto do Presidente Umaro Sissoco Embalo, com quem desencadeou nos últimos tempos uma "luta política intensa" que começou com a realização de um congresso extraordinário do MADEM-15 por militantes descontentes com a liderança do coordenador nacional do partido.

O político, que viu a sua adversária à liderança do MADEM-15 ser reforçada pelo Tribunal de Relação, que recusou uma providência cautelar contra o congresso extraordinário que elegeu Satu Camará coordenadora da segunda maior força política, agora resta saber se Braima Camará continuará a luta para manter a coordenação do partido ou se renderá a favor dos dirigentes inconformados.

Por: CNEWS

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Novo Governo "sem data indicada" mas vai ser nomeado em breve

A nomeação de Braima Camará como primeiro-ministro e a constituição de um novo Governo de iniciativa presidencial estão a aproximar-se cada vez mais da realidade, segundo apurou a Rádio Capital FM, através de fontes que estão a acompanhar o processo.

Braima Camará deverá deixar cair a garantia que deu ao país em várias ocasiões, de que só assumiria um Governo na Guiné-Bissau se o seu partido, o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) ganhar as eleições legislativas.

Esta terça-feira (05.08), segundo as mesmas fontes, o Presidente Umaro Sissoco Embaló deverá "formalizar" o convite a Braima Camará, para assumir a chefia do futuro Executivo, embora isto não queira dizer que haverá, de imediato, o decreto da sua nomeação para o cargo.

Braima Camará deverá ir ao Palácio da República, acompanhado de pessoas da confiança política, que deverão testemunhar a "formalização" do convite de Umaro Sissoco Embaló que o chama para aceitar as funções do primeiro-ministro.

No entanto, a CFM soube que o processo de formação do Executivo não está a ser fácil e regista-se, por isso, muita movimentação no seio das estruturas que apoiam Umaro Sissoco Embaló e Braima Camará. Quem sai e quem entra, mas para onde entra? São as interrogações para as quais não há ainda uma resposta.

Braima Camará, diz uma fonte que acompanha o processo, não quer, para já, iniciar qualquer negociação para a formação do Governo, preferindo ainda aguardar pela sua nomeação.

Se Camará for nomeado primeiro-ministro, será a sua primeira participação num Governo, apesar de ter exercido as funções de conselheiro de vários Presidentes da República, o que não é comparável e é de experiência ínfima, em relação ao exercício num Executivo.

Por CFM

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Fernando Gomes quer combater corrupção a começar pelo Ministério Público

O novo procurador-geral da República, Fernando Gomes, disse esta quinta-feira (31.07) após ser empossado ao cargo, que quer iniciar uma luta contra todos os males que afetam a sociedade, mas diz que o Ministério Público, instituição que dirige, deve ser o ponto de partida para o combate.

Fernando Gomes, que tinha sido procurador-geral da República entre abril de 2020 e novembro de 2021, volta a ocupar as mesmas funções, após a exoneração, esta semana, de Bacar Biai, anterior titular da pasta.

Em declarações aos jornalistas momentos após ser empossado, pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, no Palácio da República, Fernando Gomes assumiu que volta a uma casa que bem conhece.

"Estou a voltar a uma casa que conheço, que é o Ministério Público. Vou lá com o espírito de equipa e de trabalho, juntamente com os magistrados cuja maioria nos conhecemos, para trabalharmos juntos, dignificar aquela casa e lutarmos contra toda a forma de criminalidade, o banditismo, a corrupção e o narcotráfico, mas a começar na nossa casa", disse, antes de mandar um recado aos magistrados.

"Nós [do Ministério Público] é que temos que ser exemplo e não vamos admitir esses males no Ministério Público. Nós é que temos que combater o mal e não sermos apontados o mal", disse o agora procurador-geral da República, que admite ainda usar mecanismos pedagógicos para combater os males, não apenas o recurso a sanções.

Fernando Gomes pede a colaboração dos cidadãos para o melhor funcionamento do Ministério Público.

"Vamos trabalhar e esperamos que teremos a colaboração de todos os cidadãos. A porta do Ministério Público está aberta a qualquer cidadão que tenha algo para nos ajudar, com a ideia ou se sentir lesado. Nós acionaremos mecanismos legais para fazer prevalecer os seus direitos", finalizou.

Por CFM