segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Dizem que a situação está calma... Mas se calhar nem por isso.
Um grupo de militares invadiu hoje por duas vezes a sede do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, tendo levado à força Iancuba Indjai, líder do Partido da Solidariedade e Trabalho (PST), e um dos lideres da Frenagolpe
De acordo com a fonte do PAIGC, os militares, alguns à paisana e outros fardados, entraram na sede do partido dizendo que estavam à procura de pessoas.
"Os membros do partido estavam na reunião aqui na sede, mas de repente foram surpreendidos por militares armados com armas automáticas e pistolas, alegando que andavam a procurar pessoas que estariam escondidas  na sede", disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
Os dirigentes do PAIGC, que continuam reunidos na sede para preparar um comunicado sobre os últimos acontecimentos no país, afirmaram que evitam falar abertamente aos jornalistas com medo de represálias dos militares.
"É a segunda vez que vieram cá hoje. Não sabemos o que pode acontecer", disse ainda a fonte, que confirmou que da segunda vez os soldados levaram o líder do PST, Iancuba Indjai, quando este se preparava para entrar na sede do PAIGC.
A fonte confirmou também que Iancuba Indjai "foi violentamente agredido" pelos soldados que o levaram "na bagageira do carro" para parte incerta.
O porta-voz e vice-presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil (plataforma que reagrupa mais de 100 organizações da sociedade civil), Mamadu Queitá, que se deslocou à sede do PAIGC, pediu calma aos dirigentes deste partido, prometendo que a sua organização vai contactar as chefias militares para saber o que se passou com Iancuba Indjai.
Este político é um dos líderes da Frenagolpe (plataforma criada por partidos e organizações da sociedade civil) que condenam o golpe de Estado de 12 de abril.
Questionado pela Lusa sobre o que se estava a passar na sede do PAIGC, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de transição, Faustino Imbali, disse que não tinha informações concretas. 
Contudo através das microfones da RDP África, referiu sobre a intenção da rebelião, que era de desestabilizar o país, atacar alguns locais públicos e a sede das Nações Unidas, para mostrar a comunidade internacional que a transição não está a fazer nada nem CEDEAO  tem capacidade de gerir o processo da crise e conduzir a reposição da ordem constitucional. Obrigando para isso a substituição da força de CEDEAO para outra força comandada pelas Nações Unidas... Mas ainda o plano frustrou, disse o Imbali.

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