terça-feira, 23 de outubro de 2012

Tensão e Medo na capital guineense após ataque do quartel
A Liga Guineense dos Direitos Humanos denunciou  um clima de "perseguição e medo" em Bissau, um dia depois de um grupo de militares liderado pelo capitão Pansau N’Tchamá ter tentado atacar uma base dos Pára-Comandos, no que o governo de transição diz ter sido uma "tentativa de contragolpe apoiada por Portugal, pela CPLP e pelo ex-primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior".
"Temos estado a receber chamadas de pessoas apavoradas, que estão a buscar refúgio para não serem atacadas por indivíduos armados", afirmou à Lusa o presidente da Liga, Luís Vaz Martins, adiantando que está em curso uma "caça ao homem".
Uma das vítimas desta perseguição é Iancuba Indjai, porta--voz da Frenagolpe, plataforma de partidos que se opõe ao golpe de estado de Abril. Indjai foi detido por homens armados a meio da manhã de segunda-feira dia 22/10/12 na sede do PAIGC, brutalmente espancado e "enfiado na bagageira de um carro", que só depois foi encontrado na estrada que liga Bula-Cancvhngo abandonado. Indjai terá sido visado porque uma das viaturas usadas no ataque ao quartel dos Pára-Comandos pertence ao ex-secretário de Estado Tomás Barbosa, também membro da Frenagolpe. E Silvestre Alves também politico igualmente bem espancado e abandonado ao longo do caminho em direcção a Hospital Simão Mendes. 
Em Lisboa, o Ministérios dos Negócios Estrangeiros recusou comentar as alegações do governo de transição da Guiné-Bissau, que no domingo acusou taxativamente Portugal, a CPLP e Carlos Gomes Júnior de estarem por detrás do ataque. O PM de transição, Rui de Barros, insistiu  que, até à semana passada, o capitão N'Tchamá esteve refugiado no nosso país. "É estranho que uma pessoa com estatuto de exilado político em Portugal tivesse entrado no país não se sabe como. Não se sabe qual é a colaboração que teve", insinuou.
Segundo a versão oficial, o ataque liderado por N'Tchamá causou no total sete mortos, seis deles de nacionalidade senegalesa, presumivelmente mercenários contratados por N'Tchamá, que está em parte incerta. Porém, fontes em Bissau estranham porque é que um comando de pouco mais de 20 homens decidiu atacar a base de uma força militar de elite, e admitem que tudo pode não passar de um ajuste de contas. 
Pansau N'Tchamá, recorde-se, alegadamente é o homem que liderou o comando militar que em 2009 assassinou o presidente ‘Nino' Vieira.

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