sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O governo de transição considera de "vergonhosas" as declarações dos dirigentes cabo-verdianos
O porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, considerou hoje "vergonhosas" as declarações do primeiro-ministro e do Presidente de Cabo Verde sobre a Guiné-Bissau e pediu que acabem as "faltas de respeito".

"Perguntamos se a independência de Cabo Verde é verdade e de que país é que veio. Terá vindo de Portugal?", questionou Fernando Vaz, em declarações à RTP África, em       Bissau, a propósito de declarações do primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves.

Na sequência da tentativa de assalto a um quartel em Bissau, no passado domingo, na qual as autoridades de transição implicam Portugal e a CPLP, o primeiro-ministro de Cabo Verde remeteu para posteriormente um comentário mais consistente, alegando que, de Bissau, nem sempre as declarações políticas correspondem à realidade.
"Não devemos precipitar-nos em relação aos acontecimentos, nem às declarações que têm sido feitas e que nem sempre correspondem à realidade dos factos. São declarações que Cabo Verde não comenta", disse José Maria Neves.
A propósito da situação em Bissau, o Presidente cabo-verdiano, José Carlos Fonseca, disse que sem uma intervenção "firme, determinada e interessada" das Nações Unidas, a Guiné-Bissau corre o risco de não ter solução.
Em Bissau, Fernando Vaz disse à RTP África que, se José Maria Neves pode falar da maneira que fala, hoje deve-o ao povo guineense e aos "milhares de mortos que sofreram".
As declarações dos dois políticos, acrescentou encaixam-se na estratégia "de Portugal, da CPLP e dos seus comparsas, de forma a descredibilizarem o que eles próprios prepararam, este ato terrorista a um quartel e trazer a instabilidade e a morte à Guiné-Bissau, novamente".
"Queremos dizer ao senhor José Maria Neves e ao Presidente da República de Cabo Verde que sim, vamos reforçar o contingente militar, vamos pedir à CEDEAO  para que reforce o contingente militar", disse, acrescentando que a presença de uma força da CEDEAO no país foi pedida por Angola.
Afirmando que o Governo a partir de agora tomará posições "mais incisivas" em relação a "manobras", Fernando Vaz pediu a José Maria Neves e Jorge Carlos Fonseca para que "deixem o papel que fizeram no período colonial, de terem sido instrumentos do colonialismo, e que sejam africanos hoje".
"Eles são daquelas pessoas que naturalmente se calhar defendiam a posição de `Cabo Verde Portugal insular`. Nós sempre defendemos a independência. Nãos nos confundam e não nos faltem mais ao respeito", afirmou à RTP África.

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