domingo, 18 de novembro de 2012

Líder e a sua importância

Uma situação estrangulante na a sociedade em que vivemos, é a crise de liderança. Porque a comunidade humana é como uma grande empresa, por onde a vida precisa de ser gerida, coordenada, comandada com liderança. E em que é só por intermédio de um homem ou de uma mulher é que parte toda a gestão da encaminhada desse destino, ao tomar as rédeas de sua existência. O designado de Líder.

Desde muito tempo que o mundo em si experimenta grave crise de liderança, e a Guiné-Bissau vive dela que não é fenómeno só do presente. No passado houve também crises, com líderes cruéis e inconsequentes.  Hoje, num mundo globalizado, sente-se mais o efeito e o entorse do resultado  de lideranças torpes, destituídas de significado e consciência das necessidades humanas como um todo. 

Em todos os níveis - educacional, político, económico – a sociedade clama por uma liderança imbuída do sentimento de servir.  Hoje, mediante as conquistas em todas as áreas do conhecimento,  precisa-se de líderes que, movidos por coração e mente, vinculem o conhecimento à responsabilidade moral e aos valores éticos. 

Sabe-se que a maior parte da humanidade vive em regimes democráticos, e a Guiné-Bissau também diz-se fazer parte dela... Mas, a miséria que assola a maior parte dos cidadãos e a população em geral, exclui muitos da sua capacidade de decidir sobre seu futuro. Pois quando uma sociedade citadina está voltada só na luta pela sobrevivência, (trabalhar de manhã para comer a tarde), sua tendência fica muita vulnerável a  fazer concessões e pagar qualquer preço, pois não tem poder algum para negociar ambições, aspirações ou decisões.  

Sendo assim, a figura do líder surge quase como um refresco de fervuras quentes. Que cultiva amor, sentimento de irmandade, levanta astral e sem iguísmo confia naquele que há de guiar o presente ou se perde o horizonte de vida. Isto faz dos líderes pessoas diferentes aos olhos do povo, quase mitológicas.

É o que ainda nos falta e muito, parece que somente suportamos modelos de lideranças egocêntricos, paternalistas, e manipuladores  como uma espécie de esconderijo... Para que participação activa de outras competências e capacidades de assumir  responsabilidades na sociedade não sejam vistas e nem possam tornar-se de protagonistas. 

Realmente Guiné-Bissau precisa, sim, de homens e mulheres interessados pelo povo, que usem toda a sua influência e poder em benefício permanente em prol da liberdade, cidadania e bem-estar do povo. Porque um grande líder não se importa em ter adversário no cargo. Alias, ele trabalha para permitir que hajam substitutos carismáticos, com empenho igual ou superior, pela simples razão de ter concernência da sua não eternidade de vida.

Hoje, mais do que nunca, Guiné-Bissau está cheio de competências espalhados, com  conquistas em todas as áreas do conhecimento humano, ciência, tecnologia e com a explosão populacional... O que falta é, para que o país seja orientado e liderado por pessoas que jamais desvinculem o conhecimento da responsabilidade e valores éticos, movidos por coração e mente.

Os métodos de iguísmo e de exclusão,  dá razão ao medo e o sentimento de impotência, fazendo isso com que aceitemos, concordemos, pactuemos e consintamos em situações e fatos, que já mais permitiríamos. 

Mas no nosso caso, resgatar valores morais, éticos e muitas vezes sair da “zona de conforto” em que estamos para o campo de batalha emocional e real. Aí problema é muito maior do que imaginamos.  Porque se de um lado, estamos  alienados e coniventes com injustiças... De outro lado, temos aproveitadores, espertos, estrategistas que abusam do poder e que não permitem a nova dinâmica florescer com ideias novas e renovadoras.

É tão bom e importante uma liderança que tenha como propósito a transformação social.  Já que a finalidade do processo de transformação social é a promoção de uma civilização em evolução contínua baseada na justiça.  No desenvolvimento de uma sociedade justa em que o bem comum é estimulado por estruturas que facilitem a cooperação e o esforço de cada um... Os benefícios de iniciativa individual devem ser resguardados e encorajados, pois é impossível conceber a transformação social sem a participação ativa dos indivíduos e sua própria transformação pessoal. 

Com um líder, de visão espaldada pela ética, e que tenha coragem para ver além do seu próprio mandato... Que zela pelo futuro e pelas gerações vindouras...  A democracia deixa  de ser somente representativa para ser participativa, estimulando em todos o exercício de sua cidadania. Servindo de um educador, que promova o amadurecimento dos indivíduos para se tornarem menos dependentes e conscientes da sua responsabilidade social e transformadora no  ambiente em que vivemos e do que todos pertencemos.

Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa

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