domingo, 16 de dezembro de 2012

Koumba Yalá na retaguarda do PRS

As manobras dessa vida, por vezes se desdobra em façanhas estranhas e incompreensíveis... Porque nos momentos que por vezes damos menos valor ou então damos mais valor, pode nos ser ingrato e de nos deixar aquém das espetativas, e na tentativa insistente de procurar entender no que possa estar na origem do facto real que nos surpreendeu.

O Partido da Renovação social PRS, a segunda maior força politica do país, realizou o seu IV Congresso na história do partido. Mas uma das ideias a priori na convocatória da baila, não há quem pudesse imaginar que o congresso não passava de simples legitimação democrática do seu líder cessante, fundador e carismático.

Certo é que, tão sedo os pilares da legalidade e de cumprimento da tradição democrática começou-se a verificar no interior do PRS provado pela  disputa de liderança com varias candidaturas. Mas com destaque e favoritismo claro do Dr. Koumba Yalá.

Obviamente, o congresso abriu-se com discurso vibrante e unificador do partido na voz do presidente cessante  Koumba Yalá... Moderado com palavras que visam catapultar a imagem e força do partido, mas também direcionadas  numa projeção preparada para que o PRS volta governar a Guiné-Bissau.

No meio de uma espetativa muita alta dos delegados e militantes para o fase seguinte de votação, chega com pouco atraso na sala, o esperado Koumba Yalá com um discurso surpreendente que anunciava a sua desistência da corrida para a liderança do partido.

Um momento surpreendente vivido com emoções fortes, que provocou lágrimas na cara de um numero significante dos que no coração da politica escolheram os renovadores como partido politico e que vive dele com amor e esperança.

Uma emoção intra-partidária partilhada de forma distinta... 
Para uns, o partido vive de uma nova oportunidade de liderança diferente demonstrada num espírito inédito (na Guiné-Bissau nesse caso) de fazer politica e de respeitar democracia.
Mas para a maioria, a emoção se centrou em temer o arruinar do partido... Pelo cepticismo de pensar um PRS sem a liderança de Koumba Yalá? 
Um PRS sem o rosto Carismático e popular do seu próprio fundador na liderança? 
Um PRS sem discursos afamados e cativantes do homem líder e fundador que catapultou a imagem e a força do partido num lugar chave na vida politica guineense? 
Será que PRS resiste sem a liderança ativa desse líder flexível? 
De uma ou de outra pergunta, hoje no seio de PRS, vive-se uma nova fase, de incerteza, mas também com tristeza e muitas interrogações...

Cá para nós,  não resta dúvidas que a politica tende aos picos estratégicos, caraterizados com a tradição inata de sempre atingir ao poder.
Na verdade, koumba Yalá retira-se de liderança do partido, mas continua no partido com política ativa... Como? Com que estratégia? e de que maneiras... O futuro dirá.

Certo é que, o próprio garante a decisão de não disputar mais uma Presidência do PRS decorrente do reconhecimento de que o tempo, os novos costumes políticos e as circunstâncias lhe indicavam esse caminho, resumindo que «é chegada a hora de deixar a liderança do partido» ficando na posição «da retaguarda do PRS».


Não podemos duvidar que a figura de Koumba Yalá tem uma projeção popular incontornável que  marca muito a vida política da Guiné-Bissau... Cujo a sua grandeza popular não só lhe colocou na presidência de república, como também arrastou a imagem do partido PRS, até na vitoria eleitoral inesperada.

Do jeito e modo como se retirou da liderança do partido que ele próprio fundou, faz crescer nele mais respeito e admiração no interior do partido, como também de uma garantia "eterna" de ser ouvido e bem acreditado

Para isso, se é notável  que a cara de Dr Koumba Yalá retira-se do chamado líder ou presidente do PRS, também é certo que as suas orientações mantem-se  e manterá mais viva e melhor localizado para visualizar, orientar, atacar ou contra-atacar... na hora que ele quiser e da maneira como quiser.

Hoje, se os militantes do partido emocionam chorando porque o "Santo" decidiu ficar fora do "Santuário"... A república da Guiné-Bissau espera desse com-cidadão "retaguarda do PRS", mobilizado com espírito nacionalista, imbuído de sentimentos de piedade com esse povo martirizado... E enquanto retaguarda dessa grande formação política do país, que seja equilibrador moderado de  valores guiados para uma orientação política justa e tranquila que serve para todos. 
Porque o povo precisa e a república da Guiné-Bissau agradece.

Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa

1 comentário:

  1. Irmão, li o Ponto Di Mira da semana, gostei e coloco as mesmas perguntas.
    Mas devemos reconher que o PRS e um "Partido que tem as suas bases num culto de personalide tribal por um lado e por outro constitui um braco armado roubado do PAIGC, dito por outras palavras, a dissidencia do seu fundador daquele Partido, arastou com ele uma boa parte dos militres outra hora simpatisantes.

    Como explicacao da retirada do Dr. K Y da corrida para a Presidencia da sua familia politica, o PRS, diremos que o Dr. K Y reconhe os factos apontados sobre a sua imagem e sobre as crises que afectam a classe politica em geral na Guine-Bissau, entao, ele deseja tratar a imagem do PRS por um lado e por outro dar uma "chance" aos camaradas no futuro embate que se avinha. Mas, como nao ha logica na politica, o SENHOR DR pode ter usado esta sua reterida da corrida como estrategia de nao ser "alvo par abater" tanto no campo dos adversarios directos no plano nacional, como os outros alem fronteira.
    Por mim, nao sera por isso que o PRS vai sair reforcado, ainda muito menos com a perspectiva de uma nova imagem, antes pelo contario, o PRS deu prova da sua pertenca TRIBAL balanta. E muita Pena...

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