domingo, 13 de janeiro de 2013

Bacai Sanhã, de herói à fenómeno

As datas que marcam um povo são guardadas na memória e são inesquecíveis...  Embora  que outras são recordadas com muita tristeza, mas são datas importantes para comemorar sempre na chegada do período  homólogo.

9 de Janeiro,  é uma data que num ano atrás centrou atenção de todo o mundo a volta de uma tristeza profunda pela morte do presidente legal e democraticamente eleito da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhã

Um acontecimento que chocou todo o mundo e abalou a esperança dos guineenses,  ao assistirem o desmoronar de uma arquitetura bem conectada para um futuro risonho de reconciliar o povo guineense tão sofrido e martirizado.
Malam Bacai Sanhã é, um nome e uma personalidade única na Guiné-Bissau, que subiu os degraus paulatino na carreira politica, sem ressaltos nem usurpações. Que conheceu a simpatia do povo e aceite como um homem do povo, durante todos os momentos e todas as fases da sua vida familiar, privada e politica.

Foi um homem que durante toda a sua caminhada politica, conseguiu manter a sua postura calma, sereno e consequentemente muito respeitado.
Um homem muito idóneo não só na sua carreira politica como também na sua vida privada e familiar. Que sempre se caracterizou em trabalhar afincadamente com lealdade e transparência, para merecer um respeito no seio de pessoas inteligentes;
Um homem que soube gozar de carrinho do seu povo para dilatar as confianças e conquistar mais espaço de manobra;
Com a sua flexibilidade e moderação, soube ganhar bom reconhecimento entre pessoas qualificadas na base de um poder desigual de saber suportar até a traição de falsos amigos.

Guiné-Bissau vive de uma perda que dificilmente possa recuperar em breve... Mas que a sua alma descanse em paz, de ver o dever cumprido... Com uma certeza de que estará sempre presente neste mundo nos nossos corações.
Exactamente por isso é que esta semana, na data alusiva a primeiro aniversário do seu desaparecimento, alguns camaradas e amigos em sua honra, conseguiram concretizar um avento que levou seis meses para preparar uma homenagem  com designação "Festival Malam Ka Murri".

Para o homem que por muitos considerado um "obreiro da paz e símbolo da unidade nacional", foi homenageado no sul do país, não em sua própria terra natal "Laman" (Empada), uma vila tradicionalmente caracterizada de grandes "bentanas" negras e doces... Mas sim na vila de Cassacá, bem conhecido como o inicio da luta armada contra o colonialismo Português e palco de realização de um dos congressos do PAICG.

Uma homenagem que vale o que vale... Da sua intensidade na emoção e nos sentimentos de pesar. Contudo a data fez com que a Guiné-Bissau e os guineense se revivam daquela esperança que outrora depositou num homem, que hoje está sem vida e desaparecido.

Mas como é do ditado popular, sempre  que morre um herói é mais um livro que nasce... Daí que as tácticas para  compilar alguns pormenores que necessita de sigilo, dá motivos para recursos estratégicos.
Não em Bissau nem em Laman, surge o "fenómeno Cassacá" onde o Malam Ka Muri ressalta desse convívio para uma interpretação analítica.

Numa altura em que o PAIGC se confronta com franjas, guerrilhas internas e partilhas que praticamente não se consegue precisar em quantas com exatidao. E dentre as partilhas o Malam Ka Muri é pronunciada com uma verdade e certeza... Uns membros em ativo outros suspensos, mas com uma tónica coerente e persistente de auto-intitularem-se em ídolo e substituto de Bacai Sanhã.

Certo é que, o apoiado morreu, mas os apoiantes ainda vivem... O titular desapareceu, mas os seguidores ainda existem... Enquanto a realidade nos ensinou de que, as ideias e/ou programas, não acabam com a queda ou morte dum líder.

Ora, se "Malam Kari", mas na verdade desaparecido fisicamente, só se pode esperar o ideal dele e os programas dele numa continuidade... E se tudo isso continua, é porque espera-se uma nova cara moldada e com orientações segundo os ideais e os programas dele.

Mas em todo o caso, ninguém se deve iludir que as características e as maneiras de estar de uma pessoa pode passar para outra... seja ele filho, muito menos amigo, companheiro ou algo que parece.
Simplesmente é, porque a lógica da realidade politica se objetiva para a chegada no poder. Daí que só podemos assistir as politicas disfarçadas de usar a capa e o nome de MBS, cujo a postura e reputação se passou de um herói a um fenómeno... A fim de atingir certo objetivo politico e nada mais.
Porque só se consegue trançar na moda igual ao da colega, quando são de cabeça e de cabelo igual... O que não é o caso... Pois, o percurso politico de MBS, a sua maneira mansa e meiga, do seu poder de ponderação e de saber aturar, até hoje é um exclusivo dele só.

Assim sendo, eu sou da opinião de que cada luta individual deve ser encarada com individualismo. Porque a confiança conquista-se, não é imposto... Da mesma maneira que o heroísmo resulta de provas dadas ao longo do tempo, não em confianças de poder ser como quem já é um herói. 
E quem usa a capa e o mérito de outrem como a sua arma de conquista ou de luta politica, é igual ao subestimar a sua idoneidade e colocar em dúvida o seu futuro politico perante o mundo intelectual. E tentar iludir simplesmente o povo, da camada menos intelectual e analfabeta, numa pura aventura que nunca deixara de ser uma decepção futura.

As contribuições de Malam Bacai Sanhã neste mundo, em especial no meio da politica guineense, ficaram para um exemplo de todos os tempos. E para quem quiser ser reconhecido com uma reputação igual... De certeza não deve ser com simples auto-titularidade, de ser filho, amigo, companheiro, seguidor ou algo que parece... Mas sim através de provas dadas, durante muitos anos de luta, de modéstia e de verdade.
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa

Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá

7 comentários:

  1. Dr. Samba Bari, não vou me identificar por razões pessoais, estratégicas e politicas, mas devo-lhe dizer que sou leitor constante do Rispito.
    As tuas postagens são fantasticas e o seu "PONTO DI MIRA" tem analises que revelam um alto nivel de competencia e escritas de forma educada.
    Aconselho-lhe seguir essa linha com certeza de que estás a contribuir positivamente para o seu/nosso país, que por sinal tens muito amos.

    Bem haja Dr. Bari
    Abraços

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  2. País que o senhor tem muito amor queria dizer.
    Desculpe o erro.

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    1. Respeito a sua decisão de anonimato para de seguida agradecer a sua coragem.
      A luta é de todos nós, a diferença está na maneira de intervir para tentar ajudar resolver as coisas.

      Obgd pelo elogio e distinção (Competente e educado).
      Estamos sempre juntos

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  3. Não seja um covarde Escondendo-se da verdade
    Idade não vai alterar sua capacidade Mentira, mentira, súa vida é uma mentira!
    Que ninguém pode criar essa história é você quem irá contar seja sincero, não tenha medo!Se tudo tem o seu, porém,a vida também é assim
    É fácil ir mais além.

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    1. Se no seu entender a mentira e covardia é que consta em toda exposição, agradeço pela sua atenção de teres lido o artigo e as mordomias constantes.
      Certo é que não seria também demais dar a sua alternativa em ideias verdadeiras para ajudar informar, preferencialmente na base do respeito conforme o nome do espaço em crioulo.
      Leia mais vezes e participa nos comentários de acordo com a chamada de atenção em baixo.
      Um beijo ou um abraço

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  4. Que é já figura pública calha com pessoas de todo o jeito, mas que Rispito (Samba), nem se deve importar desse tipo de gente que por sinal nem formar sentido de uma frase sabe muito menos compreender o que ele ou ela aqui pretende explicar.

    Mentira de qué??? e covardia de qué??? covarde é ele(a), que esconde no anonimato
    Lisboa 21-01-13

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  5. É paaaaaaa... essa pessoa não tem noção do que é verdade ou mentira ou covardia. Porque se não ia só escrever de que:
    Como não gosto do Samba Bari vou lhe lançar uma provocação
    Mas não sei escrever nem vou-me identificar.

    Assim pelo menos ficamos a saber de que embora ele(a) é covarde mas não é mentiroso(a).

    Mas dessa forma: Essa pessoa mentiu e ainda é covarde.
    Rispito é de respeitar.
    Marselha 21de jan. 2013

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