DIÁRIO DOS QUE PRECISAM
Há quem diga que por aí é desaconselhável
revelar em palavras o sentimento que a realidade demonstra, a mente produz ou o
que a impressão dá que entender, quando se pretende passear num ambiente
tranquilo e sem chatices.
Mas eu acho que numa conjuntura
de compreensão, de interação e de inter-ajuda, não deve existir lugar de
exclusões ainda que de boa-fé, quando se pretende revelar algo na procura de
ideias para resolver ou melhorar… Porque as profundas danificações dos
edifícios do lazer que hoje se verifica, sempre farão efeitos drásticos a
qualquer momento em que chegar a verdade e a certeza de compor ou de recompô-los…
Em vários momentos e em varias ocasiões já foram escutadas
pela voz e nas palavras, o galgar daquela vontade de fazer bem ou de servir o
melhor, mas os círculos das incertezas, as continuas dificuldades provocadas pelas histórias passadas e a
sagas dos interesses e dos interessados, causaram entraves nos palpites e nas meditações
dos que pensam servir bem esta nação.
Uma república de terra boa, povo
humilde, mas com número significante de analfabetos e bastante pobre… Um
desajuste de necessária ponderação para compensar o povo o não mérito de viver
só de aproveitamento político pelo simples interesse de chegada ao poder.
Porque os aspectos de analfabetismo e a extrema pobreza são pesos de grande desvantagem
que fazem desse povo vulnerável de enganos até nas suas tomadas de decisão que
dizem respeito as suas próprias vidas.
O grande desafio que o país tem de
agora e nos momentos pós-eleitorais é, de convencer esse povo com acções não em
palavras, porque o sacrifício e o sofrimento desse povo já é muito… Não importa
nada fazer algo só para agradar os desígnios da comunidade internacional,
quando na realidade os feitos são outros… Chegar aqui é sinónimo de encontrar o
sacrifício nas ruas a bandeja e reparar o sofrimento na cara de cada irmão.
Cá se vive com irmandade e
solidariedade… Dá gosto de ouvir o pronunciar daquela vocação e auto-estima de
ca estar, a bondade extensiva de interação social… Mas quando se relaciona
tudo isso com o que é real, a situação é penosa, emocionante e de tirar
lágrimas na cara…
Quem se preocupa com esta terra,
não consegue ter espaço de vaidades contrariamente ao que se repara nos estilos
de algumas pessoas… E quando se trata de ser algum dirigente a situação não é só
penosa como também vergonhosa se se relacionar o estado do país com as viagens que
todos fazem e do que de certeza já viram no estrangeiro sem lições de cópia... Cada
deslocação nas ruas é sinonimo de se confrontar com sentimentos emocionais e cada
visita familiar, amigo ou conhecido é sinonimo de encontrar mais um necessitado
sem recursos nem futuro.
Caros irmãos e queridos
compatriotas
Peço imensas desculpas por
estar-me a mexer com esse tipo de conto emocional e “chocante”. Mas isso não
significa agir de má-fé ou de tentar expor má imagem do país ao mundo, antes pelo contrario é,
para demonstrar que a Guiné-Bissau necessita muito de ajuda de todos os seus
filhos de onde quer que esteja para se levantar nesta queda abaixante… Para
chamar atenção a todos os filhos desta terra de que a cada dia que nos chega é
mais uma responsabilidade crescida que pesa nos ombros de cada um guineense…
O país não está bem, é verdade, mas que ninguem se exclua pois cabe a todos nós a luta para faze-lo atingir o curso
de uma vida melhor.
Nunca e ninguém deve desistir do
seu empenho para Guiné-Bissau só porque ainda não atingiu alguma pasta para
dirigir algo. Mas como pertencente é já uma responsabilidade…
E, a
responsabilidade de empenho cresce quando a vontade de fazer algo enche a mente
de um responsável, e quando se trata de trabalhar a serio é ter um cuidado especial para que a boa intenção não caia de vitima nessas
valas dos interesses particulares que minam de forma clara e secreta o
dinamismo constante dos que pensam bem para esta terra.
Caros políticos…
O melhor poder
político e a melhor experiência política não é aquela reclamada em viva voz nos
discursos públicos, mas sim é aquela levada a cabo para traduzir todo esse
sacrifício e todo esse sofrimento, num bem-estar social, segurança e justiça
para todo esse povo.
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá
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