quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Taciana Baldé vai defender a Guiné-Bissau no Mundial

A judoca Taciana Rezende de Lima Baldé, de 29 anos, não terá vida fácil no Mundial de judô do Rio de Janeiro, que começa na próxima segunda-feira, no Maracanãzinho. Judoca do peso ligeiro (48kg), ela está na chave da atual campeã olímpica, a brasileira Sarah Menezes. Nascida em Olinda, em Pernambuco, e morando há anos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Taciana é uma brasileira genuína, mas defenderá outro país na competição: a Guiné-Bissau. E a opção da atleta de competir por outra bandeira tem tudo a ver com seu pai, que é do país da costa ocidental da África, colônia de Portugual, com 1,5 milhão de habitantes e uma grande variedade de etnias.

A história é bastante curiosa e remete aos anos 80. Naquela época, o jovem Óscar Suca Baldé, que veio da Guiné-Bissau para fazer faculdade de Engenharia no Brasil, conheceu a mãe de Taciana. Os dois se apaixonaram, e a moça engravidou. Mas, ao término dos estudos, o africano precisou voltar para seu país. Com o tempo, os dois perderam completamente o contato. Ele nem ao menos sabia o nome da filha e chegou a voltar ao país três vezes, mas não conseguiu contato, já que Taciana se mudou com a mãe e o padrasto para o Rio Grande do Sul.

Sou pernambucana. Meu pai estudou no Recife. Eles namoraram, e ela ficou grávida. Ele terminou a faculdade e voltou. Quando ela estava grávida, perderam contato. Viemos morar no Rio Grande do Sul porque meu padrasto foi transferido. Meu pai veio ao Brasil três vezes procurar, mas não achou - comentou a simpática Taciana.

Foi aí que, em 2007, ela teve um estalo. E se buscasse o nome do pai na internet? Como Óscar Suca Baldé foi ministro da Pesca em seu país, não foi difícil encontrá-lo. Ela entrou em contato com a embaixada e, no dia seguinte, conseguiu falar com ele pela primeira vez. A emoção e a expectativa de encontrá-lo pessoalmente foram alimentadas por conversas virtuais e por telefone até dezembro de 2012, quando, finalmente, Taciana viajou à Guiné-Bissau para passar o ano novo com seu pai e conhecer o país.

- Em 2007, eu achei na internet porque ele foi ministro. Liguei na embaixada. No outro dia, eu consegui falar com ele por telefone. A gente só se viu em dezembro de 2009. Passamos o ano novo juntos para que eu pudesse conhecê-lo pessoalmente e também o país. Se ele soubesse meu nome antes, colocaria na internet e me acharia fácil, porque luto desde 1998. Mas ele não sabia - lamentou a judoca.

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