segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Serifo Nhamadjo cria nova Comissão de Inquérito para caso dos sírios

O Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, criou uma nova Comissão de Inquérito para audição de pessoas alegadamente envolvidas no caso do embarque de 74 cidadão sírios, a 10 de Dezembro, de Bissau para Lisboa.

A notícia foi avançada por uma fonte próxima da comissão, que confirmou o início dos trabalhos ainda antes do fim da anterior comissão criada pelo Governo.

De acordo com a fonte, primeira pessoa nesta audicao é o ministro do Interior, António Suca Ntchama, esta segunda-feira (23 de Dez.), a partir das 15.30 horas nas instalações do Ministério da Justiça.

O grupo é liderado pelo ministro da Justiça do Governo de transição, Mamadu Saidu Balde, e composto por representantes do Ministério Público guineense e de Polícia Judiciaria.

A anterior Comissão de inquérito, criada por Rui Barros, Primeiro-ministro de transição, apresentou a conclusão dos trabalhos também esta segunda-feira, apontando o Chefe de Escala como tendo recebido as orientações do Director da Escala para África e América, Sérgio Manuel Monteiro Bagulho, no sentido de proceder ao embarque dos cidadãos sírios a 10 de Dezembro, para Lisboa, onde a questão seria resolvida.

A comissão revelou que o ministro do Interior fez questão, insistindo que os 74 sírios seguissem viagem no voo 202 da TAP, invocando razoes de segurança interna da Guiné-Bissau.

Em relação à situação de coacção aplicada à tripulação da TAP, conforme foi noticiado, o relatório concluiu não haver o mínimo sinal de ameaça ou actos contra a integridade física do pessoal de escala ou de outras pessoas eventualmente envolvidas no processo.

«Com a tripulação da TAP não houve qualquer tipo de contacto e nunca esteve perante pessoas empunhando qualquer tipo de arma», diz o relatório.

No que concerne aos vistos emitidos a estes passageiros, a partir de Marrocos para Guiné-Bissau, a comissão disse que este trabalho foi feito de uma forma descoordenada, sublinhando que o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira em Bissau está a ser utilizado como plataforma para a facilidade de entrada de pessoas na Europa, através do espaço Schengen, em particular para os cidadãos cujos países se encontram em guerra, aproveitando a fragilidade interna do sistema nacional.

Trata-se de um processo preparado e executado por uma rede organizada e espalhada entre Rabat e Bissau, a qual integram cidadãos nacionais e estrangeiros com cumplicidade de alguns elementos ligados aos serviços consulares, aeroportuários, serviços de informação e segurança, ainda por identificar, segundo o Presidente da comissão, Saido Balde.

Ao nível interno, Calido Balde aparece como a figura mais proeminente desta rede, de acordo com a comissão e com outras fontes.

Em termos de recomendações, o grupo instruiu o Ministério do Interior para imprimir maior rigor e disciplina na concessão de vistos a pessoas, logo à entrada no país, e proceder ao levantamento de sanções às pessoas suspensas, para os procedimentos disciplinares aos funcionários ou agentes directamente implicados neste caso, sem prejuízo de eventuais procedimentos judiciais. A terminar, a comissão disse que vai remeter os autos ao Ministério Público.

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público