Nota de esclarecimento
A Presidência da Guiné-Bissau refere numa nota de esclarecimentos que a Lusa teve acesso, dando conta que as declarações feitas segunda-feira pelo chefe de Estado, José Mário Vaz, que envolveram Cabo Verde foram mal interpretadas e deturpadas.
"Em circunstância alguma, Sua Excelência o Senhor Presidente da República apontou defeitos a nenhum país amigo, muito menos a Cabo Verde, cuja história o destino juntou com o da República da Guiné-Bissau", refere em nota de esclarecimento o porta-voz do chefe de Estado guineense, Fernando Mendonça.
Na nota, Fernando Mendonça explica que o chefe de Estado convidou a "imprensa nacional a dar também a sua contribuição na promoção de uma imagem positiva do país, abdicando de publicar mensagens suscetíveis de comprometer o seu bom nome".
"Como exemplo desse jornalismo patriótico, mas nem por isso menos profissional, o Presidente da República apontou a República irmã de Cabo Verde, enquanto país estandarte de boas práticas políticas".
"Contudo, tanto a referência à República irmã de Cabo Verde como o convite à imprensa nacional a apropriar-se dos bons exemplos da comunicação social cabo-verdiana foram mal interpretados e até deturpados", sublinha.
Segundo Fernando Mendonça, a "circunstância da interpretação deturpada do chefe de Estado é uma oportunidade para demonstrar a pertinência do seu apelo no sentido de as pessoas, particularmente a imprensa, não procurarem apenas o lado negativo das coisas a publicar".
Na segunda-feira, o Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, pediu aos jornalistas para contribuírem para a construção do país, evitando passar mensagem que ponham em causa a Guiné-Bissau.
"Aos jornalistas vou pedir só uma coisa. Vamos fazer como faz Cabo Verde. Se eu falar coisas que coloquem a Guiné-Bissau mal lá fora, cortem", afirmou José Mário Vaz.
Reação de jornalistas de Cabo Verde
Esta nota de esclarecimento da Presidência vem na sequência de Associação de Jornalistas de Cabo Verde terem classificado como "extremamente infelizes" as declarações de José Mário Vaz, considerando-as reveladoras de um desconhecimento total da imprensa cabo-verdiana.
"A nossa primeira reação foi de estupefação. Para o Presidente da Guiné-Bissau ter feito estas declarações só poderemos considerar que não conhece Cabo Verde, não conhece os cabo-verdianos e muito menos a imprensa cabo-verdiana", disse Carla Lima.
A presidente da AJOC acrescentou que as declarações de José Mário Vaz revelam desconhecimento sobre "o trabalho que é feito há muito tempo pela classe jornalística, pela associação que representa a classe na promoção da liberdade de imprensa e pelas lutas travadas pelos jornalistas para terem liberdade de fazer o seu trabalho sem condicionalismos".
"Foi extremamente infeliz ao citar Cabo Verde e os jornalistas cabo-verdianos. Esperemos que a partir daqui possa acompanhar com maior atenção o que se faz em Cabo Verde para perceber que os jornalistas cabo-verdianos não estão, nem nunca estiveram, dispostos a serem censurados por quem quer que seja", reforçou.
Carla Lima disse ainda que gostaria de ouvir outras vozes de repúdio à posição do chefe de Estado da Guiné-Bissau.
"Esta é uma questão que todos os cabo-verdianos deviam lamentar e repudiar, que o nome do país, dos jornalistas, dos cabo-verdianos esteja a ser envolvido em algo que é conotado com autocensura por parte de um chefe de Estado de outro país", afirmou.
Enquanto que internamente, o bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau reagiu ao repto do chefe de Estado, José Mário Vaz, afirmando que o pedido não poderá ser atendido em nenhuma circunstância. António Nhaga considerou ainda de graves as declarações do Presidente guineense que pede "aos jornalistas locais que façam censura aos discursos políticos como acontece em Cabo Verde".
Rispito.com/Lusa, 28-06-2017
Reação de jornalistas de Cabo Verde

"A nossa primeira reação foi de estupefação. Para o Presidente da Guiné-Bissau ter feito estas declarações só poderemos considerar que não conhece Cabo Verde, não conhece os cabo-verdianos e muito menos a imprensa cabo-verdiana", disse Carla Lima.
A presidente da AJOC acrescentou que as declarações de José Mário Vaz revelam desconhecimento sobre "o trabalho que é feito há muito tempo pela classe jornalística, pela associação que representa a classe na promoção da liberdade de imprensa e pelas lutas travadas pelos jornalistas para terem liberdade de fazer o seu trabalho sem condicionalismos".
"Foi extremamente infeliz ao citar Cabo Verde e os jornalistas cabo-verdianos. Esperemos que a partir daqui possa acompanhar com maior atenção o que se faz em Cabo Verde para perceber que os jornalistas cabo-verdianos não estão, nem nunca estiveram, dispostos a serem censurados por quem quer que seja", reforçou.
Carla Lima disse ainda que gostaria de ouvir outras vozes de repúdio à posição do chefe de Estado da Guiné-Bissau.
"Esta é uma questão que todos os cabo-verdianos deviam lamentar e repudiar, que o nome do país, dos jornalistas, dos cabo-verdianos esteja a ser envolvido em algo que é conotado com autocensura por parte de um chefe de Estado de outro país", afirmou.
Enquanto que internamente, o bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau reagiu ao repto do chefe de Estado, José Mário Vaz, afirmando que o pedido não poderá ser atendido em nenhuma circunstância. António Nhaga considerou ainda de graves as declarações do Presidente guineense que pede "aos jornalistas locais que façam censura aos discursos políticos como acontece em Cabo Verde".
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