segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Grupo de partidos guineenses insurge-se contra mediação da África Ocidental

Um grupo de partidos da Guiné-Bissau, até aqui no governo do país, insurgiu-se  contra a forma de mediação da Comunidade Económica de Países da Africa Ocidental (CEDEAO), que pedem que seja isenta e imparcial.

O grupo é constituído pelo Partido da Renovação Social (PRS), segundo mais votado nas últimas eleições legislativas, um coletivo de 18 partidos sem assento no Parlamento, deputados de dois partidos com assento no hemiciclo e ainda pelos parlamentares expulsos do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Em conferência de imprensa e falando em nome do grupo, Fernando Vaz, líder da União Patriótica Guineense (UPG, extraparlamentar) e ministro do Turismo no Governo demissionário, apelou à CEDEAO "que seja isenta e imparcial" na condução da mediação da crise política na Guiné-Bissau.

"Apesar de sermos pan-africanistas convictos, exigimos o respeito dos nossos irmãos da sub-região porque nós os respeitamos", afirmou Fernando Vaz, lendo um comunicado em nome do grupo que se assume "contra imposições de soluções políticas" que, observou, não tomam em consideração a realidade sociopolítica guineense.
"A nossa soberania é o nosso maior orgulho, ninguém nos deu, nós conquistámo-la", sublinhou Fernando Vaz.

O dirigente político afirmou ainda que o grupo questiona a CEDEAO sobre "se não reparou" no facto de o Presidente guineense, José Mário Vaz, ter demitido o Governo de Umaro Sissoco Embaló com intenção de levar o PAIGC a promover a reconciliação interna.

Também pergunta à CEDEAO "se não reparou" que o líder do Parlamento, Cipriano Cassamá, não tomou nenhuma diligência no sentido de fazer aquele órgão funcionar na sua plenitude.

"Neste contexto, o grupo opõe-se inequivocamente a esta mediação tendenciosa e parcial, que aliás, já vem decorrendo dos posicionamentos anteriores da CEDEAO na crise política" na Guiné-Bissau, considerou Fernando Vaz.
Segundo o mesmo responsável, a organização sub-regional quer impor um nome para primeiro-ministro sem que prove, com documentos, que o mesmo teria sido objeto de consenso.

A CEDEAO tem defendido o nome do dirigente do PAIGC, Augusto Olivais, como pessoa que deverá ser nomeada, pelo Presidente José Mário Vaz, como primeiro-ministro de consenso na Guiné-Bissau.
O grupo de partidos que contestam essa pretensão considera de estranho o facto de a última missão ministerial da organização sub-regional a Bissau ter "ignorado por completo" o roteiro para saída da crise apresentado por José Mário Vaz na cimeira da organização ocorrida em Dezembro, na Nigéria.
Rispito.com/DN, 23-01-2018

1 comentário:

  1. Congratula como o conteudo deste imprensa, penso que acordamos ja uma vez que raparamos a posiçao da CEDEAO e ainda falta a raparar. O desenvolvimento do nosso Pais esta cada dia bloqueado por causa da Sub região, a partir de ja, todos actores ou seja os guineenses em geral, devem pontar o dedo nas feridas, se nao estaremos julgados pela geração vindura. Mais nada

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