segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Petróleo negociado com o Senegal é guineense

O antigo chefe da diplomacia guineense João Monteiro defendeu que, "perante os dados novos", o petróleo que se está a negociar com o Senegal "é da Guiné-Bissau" e exortou os cidadãos a estarem todos do mesmo lado, noticiou a Lusa esta segunda-feira.

João Monteiro faz parte de um grupo de notáveis guineenses, entre académicos, activistas sociais, ambientalistas e militares, que querem ver a Guiné-Bissau "a ter uma abordagem mais convincente" nas negociações com o Senegal sobre a partilha dos lucros do petróleo e gás que se acredita existirem "em grandes quantidades" numa zona marítima constituída pelos dois países.

O antigo chefe da diplomacia guineense admite "um traçado injusto da fronteira com o Senegal", mas considerou que neste momento o que está em discussão é a partilha dos lucros do petróleo e gás, embora não coloque de parte a possibilidade de a questão da divisão da fronteira ser discutida "um dia".
Monteiro defende a união de todos os guineenses, para se constituírem "numa força de pressão para que as autoridades adoptem  uma posição mais robusta" nas negociações com o Senegal sobre a nova partilha que deve ser feita, notou.

O acordo de partilha dos eventuais lucros dos  recursos vigorou durante 20 anos, até que, em Dezembro de 2014, o actual Presidente guineense, José Mário Vaz, denunciou os moldes sobre os quais assentava a divisão, previa 85% para o Senegal e 15% para a Guiné-Bissau.

As vozes da sociedade civil e o ex-chefe das Forças Armadas guineenses, almirante Zamora Induta, consideram aquela partilha de injusta e alegam agora que "na realidade o petróleo pertence por inteiro à Guiné-Bissau".
"Os dados dizem-nos que o petróleo é nosso", disse, em entrevista à Lusa, Monteiro, que, contudo, não quer que esta questão levante sentimentos de nacionalismos extremos nos dois lados.

No final de Agosto, os dois países vão encontrar-se, em Bissau, para mais uma ronda negocial sobre a nova partilha dos lucros do petróleo e gás que possam ser encontrados na zona de exploração conjunta, que comporta uma plataforma marítima de cerca de 25 quilómetros, sendo que a Guiné-Bissau disponibilizou 46% do seu território marítimo e o Senegal 54%.
O almirante Zamora Induta defende que antes de se falar da partilha de lucros do petróleo, a Guiné-Bissau deve obrigar o Senegal a redefinir o traçado da fronteira marítima entre os dois países, para provar que a zona em questão pertence "por inteiro à Guiné-Bissau".

Para levar a que haja um "único posicionamento" e evitar "dispersão de opiniões" sobre o que deve ser o contributo da sociedade civil, o  Monteiro pretende organizar na próxima semana, em Bissau, um encontro que junte todos os que têm algo a dizer sobre o assunto.
"Queremos apresentar ao Governo uma estratégia de apoio para influenciar o curso destas negociações", declarou Monteiro, sublinhando que o executivo e o Presidente José Mário Vaz teriam "muito a ganhar" se liderassem o debate nacional sobre a questão do petróleo e gás com o Senegal.
Rispito.com/Lusa, 13-08-2018

2 comentários:

  1. O senegal simplesmete tem que desistir da quela zona ponto final.

    ResponderEliminar
  2. A zona em conflito pertence a guine Bissau o Senegal que desiste desta negociacao eles saben muito bem que nao lhe pertenece nos nao vamos dormir nem a partilha merecen estao nos a clasificar dos fracos

    ResponderEliminar

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público