Governo da Guiné-Bissau quer parceiros para criar educação sustentável no país
O ministro da Educação da Guiné-Bissau disse que o Governo quer parcerias para criar um sistema de ensino sustentável para todos os estudantes do país, que neste momento são 500 mil.
"Há muito trabalho para fazer para garantir a estabilização do sistema educativo, a sua funcionalidade, aumentar e diversificar a oferta educativa, garantir a equidade e a qualidade do serviço", considerou Dautarin da Costa.
Para isso, o executivo guineense precisa "de caminhar com parceiros", que o apoiem e que também possam ser apoiados nessas parcerias, para se “enquadrar aquilo que são os objetivos globais”, acrescentou.
Dautarin da Costa falava à margem da assinatura de um acordo, em Lisboa, entre o Ministério da Educação Nacional e Ensino Superior da República da Guiné-Bissau e a organização não governamental (ONG) Millennium Education para a consultoria técnica em projetos que permitam criar esse sistema de ensino.
O ministro da Educação Nacional e do Ensino Superior da Guiné-Bissau, em declarações à Lusa e à RTP, disse que a ONG vai caminhar com o Governo "para a mudança definitiva" que o executivo quer fazer "em termos de educação na Guiné-Bissau".
"Nós temos uma projeção integral, que visa a transformação desde o pré-escolar até ao ensino superior. E o trabalho com a Millenium Education vai permitir enquadrar o nosso esforço naquilo que são os objetivos globais, para que de facto consigamos construir uma educação sustentável", afirmou.
Neste âmbito, explicou o ministro, a ONG vai fazer uma assessoria especializada ao Ministério da Educação da Guiné-Bissau.
"A educação na Guiné é como tudo na Guiné, tem muito potencial, mas precisa de fazer as pazes com o seu potencial. A educação não é exceção. Temos muita gente que quer aprender e muita gente que quer abraçar oportunidades. E a nossa ambição é criar essas oportunidades de crescimento para as nossas crianças e para os nossos jovens", frisou.
O acordo "é muito interessante, porque não tem custos diretos para o ministério”, explicou Dautarin da Costa.
“Trata-se de uma assessoria especializada que vai acompanhar-nos neste processo de irmos buscar os recursos necessários para materializar aquilo que são os nossos objetivos. A contrapartida estará inscrita nesses recursos que vão sendo angariados", salientou.
Segundo o governante guineense aquela ONG vê na Guiné-Bissau "uma oportunidade de fazer crescer esta filosofia de educação sustentável e o Ministério da Educação apreciou bastante essa perspetiva, porque alinha com a visão do Governo."
"Neste momento temos perto de 500 mil estudantes e a ideia é que esta perspetiva de educação sustentável abranja todos os estudantes da Guiné-Bissau, de forma a podermos criar um modelo de intervenção que não seja segmentado, mas que seja absolutamente estruturante", sublinhou.
O presidente executivo da Fundação Millenium Education, Mário Franco, à margem da assinatura do protocolo, referiu que a ONG dedica-se a promover e a articular entre diversas entidades, incluindo governos, projetos de educação para o desenvolvimento sustentável e de educação sustentável.
O responsável considerou fundamental neste tipo de projetos "as lideranças" e apontou o sentido do acordo na Guiné-Bissau: “Acreditamos que a visão que neste momento está [no país] vai permitir desenvolver este projeto, que é um projeto a longo prazo, de três, quatro anos”.
O projeto visa promover a educação para o desenvolvimento sustentável, mas assente em projetos de educação por si só sustentáveis, do ponto de vista económico, do ponto de vista social, do ponto de vista ambiental e educacional.
“Este projeto tem um forte componente tecnológica”, que permite reduzir custos e melhorar a eficiência do sistema de educação, mas também proporcionar a professores e alunos contacto com as novas tecnologias.
Assim, "o primeiro passo do acordo agora assinado é desenhar todo o plano operacional", que funcionará depois com financiamentos internacionais, avançou Mário Franco.
O prazo para desenhar esse plano oscila entre seis meses e um ano.
"No primeiro ano temos de ter um plano bem definido. Isso não impede que sejam realizadas ações antes do plano ser concretizado", concluiu o presidente executivo da ONG.
Rispito.com/Lusa, 22-08-2019
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