Instrução de Alassana Djaló poderá compromete entidades superiores
O Director-Geral dos Serviços de Emigração e Fronteiras da GuinéBissau, Alassana Djaló, foi detido a 11 de Setembro pela Polícia Judiciária (PJ) por presumível envolvimento no desvio
de droga. Este sábado,
12 de Setembro, foi
exonerado das funções
pelo ministro do Interior,
Botche Candé, e o Juiz
de Instrução Criminal
deverá conrmar a sua
detenção esta segundafeira.
O Governo ainda não se
pronunciou ocialmente
sobre a detenção de
Alassana Djaló, mas
sabe-se que, mesmo
durante ausência do
primeiro-ministro,
deverá tomar uma
posição. Todavia, foi
conrmado que
responsáveis da Defesa
e do Interior serão
convocados pela Polícia
Judiciária.
Os factos remontam a
Março de 2020 quando
os serviços de Guarda
Nacional terão detido no
Aeroporto Internacional
da Guiné-Bissau um
cidadão nacional
apresentado como Aliu
Baldé de 53 anos que
preparava-se para
embarcar num voo com
destino a Lisboa
(Portugal) com 83
cápsulas de droga.
Depois da apreensão da
droga, a Brigada da
Polícia judiciária nos
serviços aeroportuários
tomaram conta do caso e
exigiu que lhe fosse
entregue os
estupefacientes
apreendidos. Um pedido
que negado rapidamente
pela Guarda Nacional,
que alegou ter recebido
“ordem superior” para
que o produto fosse
levado para o Ministério
do Interior. A Brigada da
Guarda Nacional de
buscas no Aeroporto,
está sob o controlo dos
serviços de Emigração e
Fronteiras do qual,
Alassana Djaló era então
o Director-Geral.
Quando viram gorada a
pretensão de levar a
droga, os agentes da
Polícia Judiciária (PJ)
decidiram proceder à
contagem das cápsulas
existentes assim
conrmaram a natureza
do produto. Cumpridas
estas etapas, a PJ
permitiu que a droga
fosse transferida para o
destino que denira a
“ordem superior”, tendo
em conta que foi garantido no momento
que a droga apreendida
seria posteriormente
entregue à Polícia
Judiciária.
No entanto, as cápsulas
com droga não foram
entregues,
consequentemente os
responsáveis da Polícia
Judiciária pediram
explicações ao
Ministério do Interior,
que tutela não só os
Serviços de Emigração e
Fronteiras mas também
a Guarda Nacional.
Perante a relutância do
Ministério do Interior
em responder à PJ, o
caso chegou ao
Presidente da República,
Umaro Sissoco Embaló,
que terá convocado uma
reunião com a PJ e o
Ministério do Interior.
Na reunião foi discutido,
entre outras questões,
quem tem competência
legal para levar a cabo a
investigação
Depois de o Presidente
da República ter
defendido publicamente
que qualquer pessoa,
independentemente do
seu cargo ou estatuto,
deveria ser submetido a
um inquérito caso fosse
suspeito de um crime, a
Directora-Geral da
Polícia Judiciária
informou que os seus
homens têm sido
“perturbados” pelo
Ministério do Interior
que alega também ter
competência para
investigar e apreender
drogas.
Segundo fonte da eGlobal, responsáveis do
Ministério do Interior
foram “duramente
criticados pelo Chefe de
Estado” que
imediatamente deu
ordens para que “a droga
apreendida em Março
seja imediatamente
entregue a PJ” e que esta
proceda à sua
incineração.
Terá sido durante o
processo de
transferência da droga
para a PJ que se
envolveu o Ministério da Defesa. Quando
procediam à entrega a PJ
voltou a efectuar testes
e concluiu que das 83
cápsulas apreendidas,
apenas 21 eram reais e
as demais eram “falsas”.
A PJ recusou receber a
droga e retomou a
investigação
convocando o DirectorGeral dos Serviços de
Emigração e Fronteiras
para que explicasse a
origem da dita “ordem
superior” para que a
droga não fosse
entregue à PJ no devido
momento. A PJ tentou
compreender também
por que motivo faltavam
cerca de 62 cápsulas.
As respostas de
Alassana Djaló não
convenceram e o
Inspector do processo
ordenou a detenção
imediata do DirectorGeral por suspeitas de
crime de desvio de
estupefacientes. Depois
da detenção de Alassana
Djaló, o ministro Botche
Candé recebeu ordens
para demitir o DirectorGeral.
Contudo, fonte da PJ
garantiu a e-Global que,
a investigação deverá
prosseguir, devendo nos
próximos dias serem
ouvidos os ministros do
Interior e da Defesa. A
PJ pretende esclarecer
“como é que a droga
chegou ao Ministério da
Defesa” e “qual foi o
papel desempenhado no
processo pelo ministro
do Interior”.
Rispito.com/e-Global, 15/09/2020
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