terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Ativistas guineenses contestam visita de Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau

Um grupo de ativistas sociais guineenses, residentes em Portugal, promovem, esta segunda-feira (18), ao início da tarde, uma manifestação em frente à embaixada de Cabo Verde em Lisboa, para contestar a visita oficial de Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau. A porta-voz da manifestação, em declarações à RCV, questiona o real motivo da visita, sobretudo agora em tempos de pandemia de Covid-19. JCF encara a manifestação com normalidade.

“Quem é a pessoa que vai visitar a outra em tempos de pandemia. Queremos saber o que é que está debaixo do fundo dessa visitam, porque não é normal, ninguém está a visitar ninguém, porque estamos no momento da pandemia, para começar. Guiné-Bissau está perante um golpe de estado, que é a segunda coisa. Para quê que o presidente de Cabo Verde vai estragar o nome da nação cabo-verdiana. É isso que não percebemos, por isso estaremos na embaixada de Cabo Verde à 1h da tarde, com os nossos panfletos”, diz.

Di Furtado conta com a participação de guineenses e cabo-verdianos residentes em Portugal. Um convite extensivo a cidadãos de todos os países africanos de língua portuguesa.
“Não temos um presidente que saiu das urnas, porque não houve uma acta de apuramento. Os militares meteram Umaro no poder, ele não é presidente da Guiné, porque não votamos nele. Está lá à revelia, com arma no pescoço de todos os guineenses. Não foi eleito democraticamente e o Jorge Carlos Fonseca é um constitucionalista, um homem de lei. Eu peço ao povo cabo-verdiano em geral que nos ajudem, que estejam amanhã na embaixada de Cabo Verde para dizermos não. Estragar o nome da nação cabo-verdiana não. Nós estamos a promover em Lisboa porque nós vivemos aqui em Lisboa. Neste momento estou aqui em Portugal e decidimos que vamos em frente à Embaixada de Cabo Verde. Não há como ir a Guiné, onde não temos liberdade de expressão, até porque nós não estamos a viver lá. Estou a falar como activista da diáspora.”

Abordado pela RCV, presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, diz que desconhece a manifestação mas encara-a com normalidade.
“Eu estou na vida política há mais de 50 anos. Há liberdade, há redes sociais e qualquer pessoa pode fazer um vídeo, desabafar, fazer reclamações (…) Portanto é natural que haja visões e perspectivas diferenciadas, mas mesmo por isso, eu creio que a minha visita pretende ser um elemento de renovação, diria até quase de refundação de um condicionamento que ultrapassa esse tipo de divergências. São normais num ambiente de democracia, em sociedades abertas, com uma comunicação globalizada em que é fácil as pessoas manifestarem de uma forma ou de outra a sua opinião”, expõe.

Jorge Carlos Fonseca diz que está seguro de um bom acolhimento na Guiné-Bissau e mais, realça que sabe, por experiência própria que os cabo-verdianos e guineenses nutrem uns pelos outros simpatia e amizade e um grande sentimento de fraternidade
Fonte:C/RCV - Por: Jason Fortes

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