sexta-feira, 19 de março de 2021

POR UMA NOVA CULTURA POLÍTICA

Nos últimos tempos, temos assistido nas redes sociais, a apelos reiterados à violência e à confrontação com base étnica.
Esta eclosão de violência verbal e escrita, é extremamente preocupante para a nossa segurança coletiva e para o futuro do nosso País.
Na sua origem estão os atos de intimidação e de agressão física contra cidadãos indefesos, nos últimos meses, que provocam cada vez mais a desaprovação da opinião pública.
Esta violência gratuita vem na pura tradição guineense, onde desde a independência, os diferentes detentores do poder do estado sentem-se "autorizados " a exerce-la de acordo com os seus interesses ou desejos mórbidos, através de agressões, raptos, assassinatos e crimes de massa contra cidadãos inocentes.
A Guiné Bissau encontra-se confrontada com graves problemas políticos,económicos e sociais, resultantes de décadas de má governação dos partidos que tiveram a responsabilidade de dirigir o Pais desde a independência.
Carentes de imaginação, os políticos retomam as velhas receitas de diabolização dos grupos étnicos.
No passado, na altura da independência, serviram-se desse argumento para justificar crimes de massa. O advento da democracia não melhorou infelizmente este quadro.
Para opor-se a um governante, estabelece-se a ligação ao seu grupo étnico ou à sua religião, com todos os riscos que tal representa para a coesão nacional.
Para combater Kumba Yala invocou-se o perigo balanta, quando foi Malam Bacai Sanha, era a ameaça muçulmana. Com Umaro Sissoko Embalo, é o perigo fulani.
Como se não houvessem suficientes argumentos políticos para denunciar a má governação.
Na verdade, não poderiam utilizar essa justificação pois todos eles governaram o Pais, sendo por isso responsáveis pelo trágico balanco político.
A maioria das vitimas deste regime, de há um ano a esta parte, não obedecem a critérios étnicos mas sim políticos.. Marciano Indi, Suleimane Seidi, o coronel Alassana Djalo, Idriça Djalo, Aly Silva, etc...
Os responsáveis políticos e todos os seus apoiantes que usam narrativas étnicas prestam um péssimo serviço ao nosso Pais.
Se há um futuro para a Guine Bissau, este terá que ser fruto da boa governação assegurada por patriotas que não tomaram parte na gestão danosa do Pais.
Novos dirigentes, limpos e competentes e não os políticos e respetivos partidos que pilharam grosseiramente o Pais durante anos a fio e que o conduziram ao impasse que vivemos atualmente.
O futuro por todos nós sonhado, não será possível sem a unidade dos diferentes grupos étnicos que compõem a Guine Bissau.
Nunca haverá uma Guine Bissau fula, papel balanta, mandinga, manjaca, felupe, bijagos, nalu, banhu, beafada,mancanha, etc...
Esta Guine Bissau será composta por um grupo cada vez mais numeroso, do qual raramente se fala: os guineenses resultantes de cruzamentos multiétnicos.
São eles quem constituirão a coluna vertebral da Nação Guineense, cuja criação está em curso, a passo acelerado.

Ela será inclusiva, bonita e rica de todas as culturas das quais é portadora.
Ela será tolerante pois transportará no seu DNA uma parte de cada uma das etnias.
Esta Nação Guineense multiétnica e multicultural, será o único futuro!
É ela a razão do meu combate cidadão e político.

Idriça Djalo - Presidente do PUN》

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