domingo, 3 de fevereiro de 2013

Período transitório em alivio paulatino
Querido leitores, nas constantes analises que se faz dentro de diferentes aspetos da nossa vida, chega-nos o momento em que somos obrigados a repisar nalgumas passagens já abordadas.

Valendo a pena dentro da razão e de verificação coincidente dos fatos analisados com a realidade... No "Ponto de Mira" do dia 16 de Setembro do ano findo, quando escrevi "Milagre está nos detalhes do quotidiano", onde pude realçar que neste mundo um ser humano pode estar convicto da sua capacidade de influencia, ganancioso da sua inteligência, até forte na manobra estratégica de estar, mas nunca poderá reverter a realidade dessa vida... E a realidade dessa vida, a divergência, o conflito e as guerras fazem parte do caráter inato da sociedade humana. Onde infelizmente, os conflitos estão sempre no meio da nossa convivência diária.
Pelo que nunca devemos ignorar de forma alguma, de que os problemas só se ultrapassam de maneira eficaz e segura, por intermédio do diálogo seja qual for a situação ou a natureza do conflito, da guerra ou da crise. Por isso, não nos ajuda em nada tirar conclusões precipitadas perante um desentendimento, até no ponto defender que uma parte tem toda a razão e a outra parte totalmente culpada e que nem merece ser ouvida.

Guiné-Bissau durante esse ultimo conflito no meio de tantos, que se calhar hoje estão a sentir com o peso na consciência e um estado não confortável... Agora, preferem rever as suas posições e corrigir os passos errados.

Todos fomos em desfavor do golpe... Mas a ausência do dialogo entre os oponentes quando o pior aconteceu, em nada ajudou tendo em conta que o país não precisava de imposições nem de sanções muito menos de braço armado. Mas sim de pessoas com paciência para cativar consensos e de achar uma solução mais pacificada possível... Daí a ação peremptória de CEDEAO com a solução imediata do "mal menor", sendo a via unicamente passiva a nos devolver a constitucionalidade perdida. Porque a tentativa de penalizar uma pessoa ou grupo de pessoas determinados convictamente "ou a vida, ou a morte", só arrasta o tempo de chegar o
 fim de qualquer tipo de contenda, aumentando o sofrimento dos mais desfavorecidos e ainda pode promover ódio... 

Se toda a comunidade internacional tivesse em consideração a priori essa mesma percepção e de que a Guiné-Bissau foi um país que viveu de traição interna entre os camaradas, a raiva e processos mal resolvidos desde a morte de Amílcar Cabral. A postura para travar esse ciclo seria de empenhar numa verdadeira ação, não só de palavras, em reformar tudo o que é para reformar... Até nos que fazem politica apoiando nos homens de farda para se fazerem valer as suas afirmações. 

Pois é sempre mais seguro reconciliar com um inimigo interno, para depois elimina-lo de forma brando e tácito, do que tentar estanca-lo com brutalidade e derrota-lo... Porque ao derrotar um inimigo interno e próximo por violência, só podes priva-lo de algum momento o seu veneno e a sua capacidade de agir, mas nunca consegues privar a sua vontade de envenenar e de prejudicar.

Seja como for, estamos assistir uma conjuntura muito diferente que agora procura concurso de esforços a todos para gerir o momento da transição do país. O que significa reconhecimento tácito de que o regressar do momento politico vivido até 11 de Abril, não passava de uma mera ilusão outrora vivido e que podia empurrar o país até numa guerra civil outra vez.

Embora tardios em aceitar o inevitável, devemos ser tão breves no pensamento, de maneiras a que possamos continuar ser compreensíveis e cautelosos, para cuidar com os nossos comportamentos e lutar para o entendimento entre todos nós; Rápidos na acção para uma reposição urgente da nossa imagem que outrora nos caracterizou de humildade e  de respeito; E convictos na determinação em tudo o que temos para fazer enquanto responsáveis do nosso próprio bem-estar.

Quando todos empenhamos em volta dessa transição, do qual não podemos abdicar, ela passa mais de pressa... E nós teremos mais tempo de pensar e de unir esforços... De formas a que possamos estender braços numa cruz definitiva nos cíclicos sobressaltos e a incapacidade de instaurar a verdadeira democracia e uma justiça consistente e responsável no nosso país.

Porque afinal, com os nossos pensamentos, as nossas ações e as nossas palavras é que podemos construir o verdadeiro mundo em que vivemos. Tendo em conta que os factores fundamentais para nosso entendimento, depende exclusivamente de nós mesmos... Com certeza de que é dentro do que nós pensamos, do que nós fazemos e das nossas palavras que pronunciamos é que parte a comunidade internacional, para seguir os nossos passos e a nossa vontade.

Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá

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