segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A JUSTIÇA NO CÉU DA REPUBLICA

Estimados leitores e caros compatriotas guineenses...
O espaço "Ponto di Mira" do projeto "Rispito" na luta continua para alicerçar a união, entendimento e a compreensão dentro da família guineense. Vive atento, com muita preocupação dos problemas da Guiné-Bissau e sempre interveniente para opor o desentendimento e as ações conducentes aos endurecimentos das tensões no país.

Porque querendo ou não, todos nós temos a consciência de que é só com entendimento, união e trabalho na base de uma pura verdade seremos capazes de nos desmancharmos do rolho em que ainda se encontramos, para construirmos uma nação e o nosso bem estar. Pois uma nação é reflexo da capacidade de realização e, sobretudo, do carácter dos seus políticos, governantes, e demais agentes públicos, unidos numa linha de entendimento é que determina a grandeza e a solidez das instituições que compõem o Estado.

A Guiné-Bissau está num momento em que só perde com arrogâncias ou emoções transcendentes... Ou de palavras que do ponto de vista ético e moral só cultivam um corporativismo obscuro e inexplicável, que tem mais a ver com o truque diário que se faz na política do que com a realidade que se deve enfrentar com transparência... Todos nós temos que pautar pelo que nos puxa mais para verdade e trabalho. Pois o contrario,  torna mais complicado alcançar os níveis de progresso desejáveis para galgar uma posição de real desenvolvimento.

É bom que cada um de nós esteja a usufruir com a bondade de trabalho do outro e em conjunto beneficiados com a mãozinha de bênção de Deus... Mas para isso, não vale a pena que ninguém esteja confiante em triunfar com os propósitos de tramar alguém, de fazer mal ou de agir com espírito de vingança. Porque se o maltrato cria ódio, semeia rancor e espírito de revolta... A vingança propositada também não  consegue promover o reencontro e entendimento, já que não nos afasta daquela linha continua do ataque e de contra-ataque. E qualquer sociedade que vive nessa rotina, não consegue estar em sossego nem contar com o sucesso e muito menos alcançar o desenvolvimento.

É verdade que na Guiné-Bissau, muita história passada nos demonstrou a inexistência de uma justiça consistente e responsável, pelo que, todos se vociferam pela necessidade de haver uma justiça séria para inúmeros casos que precisam de esclarecimento e de punir os seus responsáveis. Contudo, não é menos importante ter atenção para que essa justiça que tanto queremos seja conduzida de forma isenta de vingança, de forma coerente em ação e de forma equilibrada na decisão.
Porque os desafios são enormes numa sociedade completamente desorganizada... As acusações são muitas, partilhadas em autorias morais e práticas... As responsabilidades são misturadas, entre políticas e pessoais... E o país vive num mundo de inocentes, cheio de suspeitas e nenhum acusado formal.

Tudo isso, são factos que se deve ter em conta, para moldar uma justiça maleável, de formas a não ultrapassar as barras de uma justiça justa e de saltar as regras sem dar por isso, para as margens de vingança. Porque a vingança em si, transpõe as medidas isentas, criando em contrapartida uma outra injustiça.
E toda injustiça é uma degradação do ser humano, uma humilhação e uma afronta aos seus direitos. A Guiné-Bissau vive um momento de dificuldades marcado pela impunidade, pelo que o trabalho dos responsáveis da Justiça são muito importantes para o futuro imediato do país.  

A nomeação do novo PGR e a Diretora de PJ vêm colmatar as lacunas existentes e enriquecer a corporação da classe judicial guineense. Porque na vida, cada mudança significa mais uma esperança renovada, mas... 
Como se usa muito na gíria popular, "o sistema está podre" Os tamanhos processuais não devem ser pequenas, porque as gerações envolvidas são diversas... As suspeitas não são poucas, e as aparições surpreendentes serão eminentes... Numa sociedade completamente desorganizada em que prevalece o espírito de querer enriquecer agora  ou depressa...
Para desafiar este sistema, sem dúvidas é preciso uma equipa coordenada de justiça e com muita coragem.

Quem será o homem forte, para acusar tão delicados processos e de tamanha complexidade?
Será o Hermenegildo?... ou o seu sucessor?...
Quais serão o colectivo de Juízes heróicos e corajosos para decidir de forma justa e aplausível as futuras sentenças?...Serão os de agora?... ou os que vão suceder?...

Quando uma pessoa comete uma injustiça contra alguém, no fundo o que faz o injusticeiro se sentir superior, é a certeza de que a sua conduta injusta ficará impune.
Na terra dos acontecimentos, os culpados devem viver de sabor amarga das suas culpas. Mas a vulnerabilidade de fazer justiça na Guiné-Bissau, é como um atravessar de pés descalços o fio da navalha.

Em todo caso, quem precisa de voar alto, é normal que comece olhar para o céu... Mas sempre cuidando com os degraus de vida, sem pressa e com atenção... E ao subir, não esquecer, a cada passo mais alto do chão, é o sinónimo de mais um perigo de queda repentina.
Samba Bari

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