quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Ministra da Justiça preocupada com falta de meios da Polícia Judiciária

A ministra da Justiça da Guiné-Bissau, Carmelita Pires, considerou nesta quarta-feira que a Polícia Judiciária (PJ) do país está desmotivada, desgastada e sem meios para combater o crime e pede a responsabilização dos anteriores titulares pela corporação.

Falando na tomada de posse da nova directora nacional da PJ, Filomena Lopes, a ministra da Justiça guineense fez uma radiografia negra da corporação e recordou o trabalho que fez quando já tinha sido ministra com a mesma pasta entre 2007 a 2009.  


Carmelita Pires afirmou que, na altura, a PJ caminhava para se transformar "numa verdadeira polícia científica", fruto de um "trabalho rigoroso e profissional" que tinha como finalidade o combate ao crime organizado e o tráfico de droga.  

Todo esse trabalho contava com os apoios dos parceiros da Guiné-Bissau, nomeadamente as Nações Unidas, União Europeia, Portugal, França, Reino Unido, entre outros países e organizações, realçou.  

"Hoje, neste Otubro de 2014, herdamos uma Polícia Judiciária desgastada, desmotivada e sem meios. Mais grave, sem dignidade, pois chegou-nos a informação de que até passou a cobrar dívidas", enfatizou a ministra da Justiça guineense.

Carmelita Pires sublinhou que esta não é a Polícia Judiciária de que o país precisa.  

A ministra quer que sejam responsabilizados os que fizeram com que a corporação esteja como está hoje para que possa voltar a merecer "o respeito e o crédito" dos parceiros internacionais.  

À nova directora, Filomena Lopes, a ministra apontou as prioridades para os próximos anos: dignificação da PJ, o reforço da sua capacidade institucional para o combate à criminalidade em geral e a capacitação dos órgãos operativos.

A nova responsável prometeu cumprir as orientações da ministra bem como expandir a PJ para as regiões. Actualmente, a corporação só tem agentes em Bissau que realizam diligências sempre que necessário fora da capital.  

Procuradora-geral adjunta, formada em direito na Rússia, Filomena Lopes é quadro do Ministério Publico guineense.   

Tem 50 anos e é pós-graduada em direito penal pela Faculdade de Direito de Bissau.  

Na cerimónia da posse de Filomena Lopes, nomeada em meados do passado mês de Setembro, não compareceu o seu antecessor, Armando Namontche, e esteve presente o novo Procurador-Geral da Guiné-Bissau, Hermenegildo Pereira.
Lusa, 08 de Outubro de 2014

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