sábado, 5 de setembro de 2015

RAIOS-X DO CIRCO POLÍTICO E SOCIAL DA GUINÉ-BISSAU

Patrício Baionco
Circo é um ambiente onde os profissionais do riso desenvolvem habilidades com intenção de provocar um mix de alegria e emoção com diferentes quadros artísticos.
No caso da Guiné-Bissau o CIRCO durou mais de quatro décadas sem conseguir provocar alegria e emoção, mas espalhando tristeza e angústia aos espectadores1 (1se refere à comunidade internacional e ao povo guineense).
Há sessenta dias Guiné-Bissau era um país poderoso, alegre, uma verdadeira jóia aos olhos da comunidade internacional pela forma organizada dos seus atos. Tinha um capital imensurável de motivações provocando uma escalada positiva de ideias e sonhos futurísticas que muitos achavam um sonho distante que associava a sentimento de juntos “podemos” em um Startup2 que equilibrava a balança do crescimento.
Com este entusiasmo e os resultados obtidos no espaço reduzido de tempo, o convite pela volta a Guiné-Bissau foi ouvida e recebida como um grito de guerra a desenvolvimento com a justificativa de que podemos fazer bonito e reescrever a história de forma diferente do que estávamos acostumados. A solicitação foi levada a sério por todos os Guigui´s. 
Pela primeira vez ao longo de quatro décadas de PURO SHOW DE CIRCO, não importava onde estava um guineense levantava a mão e batia no peito e gritava com toda sua força I'm from Guinea-Bissau (eu sou guineense com todo orgulho).
O ressuscitar da confiança e motivação foi uma resposta à duras penas que no primeiro momento houve mobilização de ideias e sentimento de mudança associado aos resultados obtidos, fez brotar a união do povo e ressurgimento do equilíbrio institucional até o fatídico 12 de Agosto.
Neste dia a Guiné-Bissau foi tirada a possibilidade do crescimento.
A Guiné-Bissau é um país velho. Digo isso porque o “velho é a pessoa que pensa que sabe tudo e não precisa mudar”.
As evidências mostram que os guineenses possuem habilidades extraordinárias e invejável de PIORAR O QUE ESTAVA BOM, utilizando o sentimento de “ALAM NÔ DJUSTA DJÁ”, ou seja, todo mundo nivelado por baixo.
A comunidade internacional, parceiros bilaterais e multilaterais da Guiné-Bissau estão cansados e intrigados com o “BISSAU CIRCO SHOW”. 
Toda confiança conquistada pelo povo guineense nos últimos tempos, evaporou-se num piscar de olhos sem nenhuma justificativa plausível suportada em uma decisão mal sucedida.

Diante do exposto surgem seguintes perguntas:
- O que queremos do nosso povo?
- De que tecido social viemos?
- Porque conformamos com a 1° posição de trás para frente (último lugar)?
- Onde estão as ideias inovadoras, proativas, conciliadoras, democráticas dos milhares dos experts produzidos ao longo de quatro décadas de puro BISSAU CIRCO SHOW?
- Qual é justificava para tudo o que os guineenses esta passando?
No passado o foco da instabilidade era atribuída às nossas gloriosos forças armadas, mas desta vez foi provado o contrário. O problema mora nos interesses particulares dos políticos.
A postura mostrada pela força de defesa e segurança é impar e madura até este momento, nunca antes na história deste país os militares ficaram tão distantes e imparciais frente aos problemas políticos e econômicos. 
Este exemplo de mudança de postura tem que ser levado à classe política.
Sem adentrar na análise legal ou constitucional é notável verificar o cansaço e a tristeza na face dos guineenses vendo tudo o que foi conquistado jogado fora.
Um grito de socorro: Tenha dó e respeito ao povo guineense. 
Vamos juntar as forças, ideias e conhecimento em prol do DESENVOLVIMENTO já passaram o tempo e hora de decisões extraordinárias. O povo já esta fragilizado, basta um leve grito para levar a morte súbita.
Todo o guineense tem o dever e obrigação de cuidar um do outro. O mundo esta em crise, a Europa o nosso maior parceiro esta com crise humanitária sem saber o que fazer com o Tsunami dos refugiados (nossos irmãos fugindo de guerra) e os nossos irmãos de CEDEAO e CPLP cada um com seus problemas internas. Dado a estas variáveis é pertinente repensarmos os nossos atos.
O problema que se põe não é abandono da comunidade internacional, mas sim a incapacidade de resolução de nossos problemas em ambiente normais sem prejudicar o curso do país. As promessas serão sempre feitas pelos nossos parceiros de CEDEAO, CPLP etc... mas no fundo estão todos cansados e intrigados com a nossa atitude.
Quem tem filho sabe como é difícil um pai ver o filho mais novo aconselhar o irmão mais velho. É de partir o coração Guiné-Bissau receber conselho dos nossos irmãos de cabo Verde,  Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Muitos não aceitam, mas é uma realidade, esses países atingiram maturidade política e níveis de discussões transcendem as arcaicas e ultrapassadas ainda utilizada por nós.
É preferível ter uma Guiné-Bissau idosa que se RENOVA NA MUDANÇA.
O futuro é o passado em construção, a cada dia fica mais distante esta realidade. Para conseguirmos um futuro próspero devemos construir um presente de entendimento, de confiança, de respeito com as instituições fortes e credíveis, sem famosos bajuladores.
A Guiné-Bissau deve ser um país INSATISFEITO POSITIVAMENTE, 
O que esta palavra mágica quer dizer? 
Querer mais e melhor, colocar as inteligências a serviço da mudança, dar vitalidade ao que já existe porque o impossível não é um fato, é uma opinião, podemos fazer muito mais.
Dá gosto passar na casa do nosso irmão mais novo “Cabo Verde” pela forma madura de fazer a política com ideias e procedimentos claros.
A Guiné-Bissau é um caso perdido? 
De jeito nenhum. Devemos aceitar as nossas limitações e aprender com dignidade. Todo risco trás oportunidade. Digo isto porque este é o momento de cada um fazer um julgamento silencioso para identificar o seu ponto forte e fraco e arrumar uma forma de contribuir para mudança.
Vamos aguardar e acatar o julgamento do STJ, um órgão independente e imparcial.
Que Deus abençoe a Guiné-Bissau e a faça ter vergonha e escutar pelo menos os irmãos mais novos e começar a enxergar os anseios do povo de forma diferente.
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1 Refere à comunidade internacional e ao povo guineense.
2 Um novo começo, uma ideia nova, mudança de comportamento, quebra de barreira do óbvio.

Patrício Baionco - Prof° Mestre, Consultor e Pesquisador
OBS: Todas as opiniões aqui editadas são da inteira responsabilidade do seu titular (autor)

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