quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Pai morto, mãe espancada e filha violada por causa da feitiçaria em Biombo

Image result for biombo guinea bissauPopulares de uma aldeia de Biombo, no nordeste da Guiné-Bissau, assassinaram um homem idoso, espancaram a sua mulher e violaram a filha de 24 anos, por consideram que o progenitor era um feiticeiro.

Samba Baldé, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos na região de Biombo, confirmou à Lusa a ocorrência do macabro caso, que, disse, "abalou e está a intrigar toda população" daquela região, situada a 60 quilómetros de Bissau.
"Toda a gente está por saber quem foi, ou quem foram os autores destes atos hediondos", afirmou Baldé, salientando que o ataque teria acontecido na madrugada de segunda-feira.
Citando relatos de populares, o presidente da Liga dos Direitos Humanos de Biombo, indicou que o patriarca, de cerca de 70 anos, foi encontrado morto e o corpo deixado debaixo de cajueiros.
A filha disse ter sido violado por cinco homens e que só escapou quando um sexto homem a tentava levar à força para fora da casa do pai que, entretanto, já tinham assassinado com golpes de armas brancas, contou.
A jovem referiu que o pai foi morto quando se encontrava deitado no seu quarto. A mãe, uma idosa também, foi agredida pelos carrascos do pai.
Os autores do crime disseram que "estavam a castiga-lo pelas práticas de feitiçarias que ele andava a fazer na aldeia", observou a filha do homem assassinado.
"Há muito tempo que certas pessoas aqui da aldeia ameaçavam que um dia ainda matariam o meu pai e foi o que acabou por acontecer", explicou a jovem, citada por uma rádio de Bissau.
O presidente da Liga dos Direitos Humanos de Biombo está a acompanhar o caso "até que os todos os implicados sejam traduzidos à Justiça".
Rispito.coom/Lusa, 30-08-2018

Guiné-Bissau debatida no Conselho de Segurança

mediaA situação da Guiné-Bissau esteve em debate na reunião do Conselho de Segurança, em sessão que aborda o relatório do secretário-geral sobre o país, que decorria em Nova Iorque, que contou com a presença do primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes.

A situação que a Guiné-Bissau atravessa, esteve em debate na reunião do Conselho de Segurança, que decorreu em Nova Iorque, nesta Quinta-Feira 30 de Agosto.
Em causa esteve o relatório do secretário-geral, António Guterres, sobre o país, que pediu a revisão da Constituição guineense com alguma urgência, para que o país possa sair do impasse político que vive há muito tempo.

O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, está em Nova Iorque onde participou no mesmo encontro,que pela primeira vez, teve a participação do representante do Escritório Integrado do ONU para a consolidação da Paz na Guiné-Bissau, o brasileiro José Viegas Filho.

Em declarações à Lusa, o enviado especial da ONU, José Viegas Filho considerou que a realização das eleições marcadas para o próximo dia 18 de Novembro estão "mais seguras" do que há algumas semanas, que tem notado uma evolução favorável na política do país, apesar dos vários desafios que aquele país africano enfrenta, entre os quais o atraso do "kits" biométrico prometidas por Cabo Verde, Timor Leste e Nigéria.
Rispito.com/RFI, 30-08-18

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

José Mário Vaz na cimeira China-África com expectativa de financiamento no horizonte

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, viajou hoje para Pequim para participar na cimeira África-China, que vai decorrer a 03 e 04 de setembro, com a expectativa de financiamento chinês ao país no horizonte.

"Vamos assistir à cimeira china-África onde vamos ter oportunidade de passar em revista a relação entre o nosso continente e a China e vamos eventualmente ver a disponibilidade da China em acompanhar o continente relativamente ao financiamento de uma série de projetos que nós temos em carteira", afirmou José Mário Vaz.

O chefe de Estado guineense falava aos jornalistas momentos antes de viajar para Pequim.
obre a Guiné-Bissau, o Presidente disse que há "expectativa" de financiamento de projetos, que vão ser "motores de crescimento" da economia do país.

Os projetos estão relacionados com os setores agrícola, do turismo, pescas, infraestruturas e minérios.
"Mas está tudo em aberto", disse.
Durante a sua estada na China, José Mário Vaz vai reunir-se com o seu homólogo, Xi Jinping.
Rispito.com/Lusa, 29-08-2018

Autoridades impedem manifestação contra a exploração conjunta de petróleo

Os activistas liderados por Sana Santé são também contra o adiamento das eleições legislativas de 18 de novembro.

As autoridades policiais impediram hoje, 27, na cidade de Bissau, a manifestação convocada pela sociedade civil, que exige a interrupção das negociações para o acordo da zona de exploração conjunta de recursos entre a Guiné-Bissau e o Senegal.

Tal acordo foi assinado há 20 anos e que dá à Guiné-Bissau 15% contra 85% para o Senegal de recursos vindos de uma eventual exploração de hidrocarbonetos. 

A marcha impedida era liderada pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, cujo líder Sana Santé diz que o governo não tem legitimidade para discutir a questão de zona conjunta, em virtude de não ter sido eleito.

Ela argumenta que “não existe coisa alguma de zona conjunta (…) aquela zona é, exclusivamente, território da Guiné-Bissau e não pode haver negociações para partilha”.

Os activistas liderados por Santé são também contra o adiamento das eleições legislativas de 18 de novembro.

“Este governo foi criado para organizar eleições, na data de 18 de novembro, deste ano e esta data não pode, de alguma forma falhar, porque representa a esperança deste povo para sair desta situação,” diz Santé.

Santé promete continuar a lutar por estas duas causas. “Não desistimos. Estamos a reorganizar as forças para atacar, de novo, e vamos lutar até ao nosso último suspiro.”

Para este líder da sociedade civil, as “autoridades nunca agiram em defesa dos interesses nacionais, e aqui estão a agir, em claro interesse das autoridades do Senegal, o que não vamos tolerar”
Rispito.com/VOA, 29-08-2018

terça-feira, 28 de agosto de 2018

PJ de Cabo Verde apreende 50.000 comprimidos provenientes da Guiné-Bissau


Segundo um comunicado da PJ de Cabo Verde, os 49.180 comprimidos estavam dissimulados no interior de caixas de esferovite, com marisco congelado e malas de viagens.


Quase 50 mil comprimidos, anti-inflamatórios e contra a disfunção sexual, provenientes da Guiné Bissau, foram apreendidos pela Polícia Judiciária de Cabo Verde no aeroporto da Cidade da Praia.
Segundo um comunicado da PJ de Cabo Verde, os 49.180 comprimidos estavam dissimulados no interior de caixas de esferovite, com marisco congelado e malas de viagens.

A operação, que decorreu entre os dias 21 deste mês e sábado passado, foi realizada no âmbito da “prevenção e combate aos tráficos ilícitos por via aérea, tendo a apreensão sido efetuada na sequência do controlo de voos de duas companhias aéreas africanas, depois dos respetivos desembarques no Aeroporto Internacional Nelson Mandela”, na cidade da Praia, ilha de Santiago.

Esta ação da judiciária de Cabo Verde foi levada a cabo através da secção central de investigação de tráfico de estupefacientes e com o Serviço de Alfândega e a Guarda Fiscal — CAAT Praia.
Rispito.com/Obsevador, 28-08-2018

Cultivo de organismos geneticamente modificados

Image result for A organização não-governamental guineense TiniguenaA organização não-governamental guineense Tiniguena está preocupada com a aquisição de "grandes quantidades de terras aráveis" pelas multinacionais, que as usam para cultivo de produtos geneticamente modificados, desconhecidos pela população do país, informou a Lusa nesta terça-feira.

A preocupação foi transmitida nesta terça-feira à agência Lusa por Ericson Mendonça e Welena da Silva, juristas ligadas a Tiniguena (expressão que quer dizer esta terra é nossa, num dos dialetos guineense), ONG que se destaca na defesa do património biológico e recursos naturais da Guiné-Bissau.

Ericson Mendonça disse que "as multinacionais estão a comprar terras em grande quantidade" na Guiné-Bissau "para agroindústria bio".

"Mas de bio aquilo não tem nada. Aquilo é tudo organismos geneticamente modificados", disse, salientando que em Bafatá, uma empresa adquiriu uma grande quantidade de terras onde está a utilizar sementes geneticamente modificadas.

Welena da Silva, docente na Faculdade de Direito de Bissau, conhecido estudioso guineense de questões ligadas ao ambiente, urbanismo e energia, alerta para "um outro risco" para um subtipo da agricultura que é praticada pela maioria da população camponesa do país.

"Os camponeses costumam guardar as suas sementes para anos seguintes, mas os OGM não podem ser guardados, pois estragam-se e isso pode dar cabo da agricultura familiar", notou Welena da Silva.

Os dois juristas lembram o caso de uma multinacional "que quase assinou um contrato" com o Governo da Guiné-Bissau, em 2011, para aquisição de terras para plantação de jatrofa, que seriam utilizados para produção de biocombustíveis, a partir de plantas geneticamente modificados.

"Seria uma área igual a cerca de cinco campos de futebol", lembraram os dois juristas, para acrescentar que o contrato não foi adiante por causa da pressão da Tiniguena.

Welena da Silva e Ericson Mendonça não têm dúvidas de que permitir aquele contrato seria autorizar que se dessem cabo de extensas bolanhas (arrozais), mas também colocar em causa os lugares de práticas ancestrais das populações daquelas zonas, observaram.

"As multinacionais vêem a Guiné-Bissau como um Estado frágil, económica e politicamente, entram aqui e fazem o que querem", defendeu Ericson Mendonça, citando um estudo feito pela Tiniguena em relação a sete situações de "açambarcamento de terras" por empresas estrangeiras "de intenções duvidosas".
Rispito.com/Lusa, 28-08-2018

Organizações da Sociedade Civil pede o desbloqueio de fundos para as eleições

O Grupo das Organizações da Sociedade Civil para as Eleições (GOSCE) instou esta segunda-feira 27 de agosto a Comunidade Internacional para acelerar o processo de desbloqueamento dos fundos para as eleições legislativas previstas para novembro, de modo a viabilizar um cronograma a ser actualizado para estas eleições. 

Em comunicado de imprensa, o GOSCE incitou também o Governo a convocar o parlamento, os partidos políticos, as organizações da Sociedade Civil e todos
os parceiros internacionais implicados no processo para denir um novo cronograma eleitoral e deste modo anunciar o início efectivo do recenseamento eleitoral.

O GOSCE apelou também a suspensão de anúncios da campanha que estão a ser levados a cabo nos órgãos de Comunicação Social sobre o início do recenseamento com vista a actualização e melhoria dos conteúdos a serem difundidos.

Outra situação levantada pelo grupo está ligada ao lançamento do recenseamento a 23 de agosto que consideram sem condições técnicas, operacionais, matérias e nanceiras para que as pessoas possam realizar  os seus registos. “O lançamento ocial do recenseamento não foi acompanhado com o início efectivo do recenseamento eleitoral em todo o espaço nacional e na diáspora”, 
lê-se no comunicado.

Como nota positiva o GOSCE realçou os esforços que estão a ser empreendidos, destacando a  elhoria das instalações para o funcionamento do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), tornando-as mais adequadas para a gestão eleitoral, e a disponibilidade de Timor Leste em apoiar as autoridades nacionais no processo eleitoral, com a disponibilização de uma equipa técnica que se vai instalar no país para o efeito.
Rispito.com/e-Global, 28-08-2018


UNIOGBIS capacita Forças da Defesa e Segurança da Provincial Sul sobre Violência e Segurança Eleitoral

A imagem pode conter: 3 pessoas, interioresA Unidade da Policia das Nações Unidas (UNPOL/UNIOGBIS) esté em Buba até 31 de agosto, num seminário de capacitação sobre Violência e Segurança Eleitoral, destinado aos agentes das Forças da Defesa e Segurança.
O objetivo é capacitar cerca 200 policias e militares a nível nacional, no âmbito do planeamento e de capacitação com as ferramentas necessárias para conseguirem a nível estratégico planear todo o processo eleitoral.

De acordo com Sílvia Caçador, policial da UNPOL, Durante 5 dias, agentes do comando militar da Zona Sul, da Policia de Ordem Publica (POP), da Guarda Nacional (GN) e dos Serviços de Informação e Segurança (SIS) , num total de 32 participantes, provenientes das Regiões de Quinara, Tombali e Bolama Bijagós, vão beneficiar das técnicas sobre Violência e Segurança Eleitoral, Tendências recentes de violências nas eleições, Gestão de Conflito das Eleições e Policiamento Comunitário e segurança das Eleições.

Segundo a fonte de UNIOGBIS, estas formações foram promovidas pelo UNIOGBIS no âmbito da parceria com o Instituto de formação KOFI ANNAN no Gana, co-financiado pelo Governo Alemão.
Rispito.com/UNIOGBIS, 28-08-2018

domingo, 26 de agosto de 2018

ENTREVISTA EXCLUSIVA COM BRAIMA CAMARA

Numa altura em que o país vive com espetativas de mais um ato eleitoral marcado, mas com uma levada duvida na sua materialização, devido falta de meios próprios e as promessas tardam a chegar.

Rispito.com e a Radio Rispito Online, convidou o coordenador da recente formação politica MADEM-G15, na pessoa do Braima Camará, para uma entrevista exclusiva. Objetivado em saber e partilhar as principais razões que motivaram a criação do Movimento para a Alternância Democrática.

Uma entrevista que sempre pode acompanhar em detalhe no youtube, basta clicar aqui.


Rispito.com/Radio Rispito Online - Acabam de lançar uma campanha nacional de militância de MADEM-G5, o que isso representa?

Braima Camara - Isso é força de vontade popular... uma manifestação da força da vontade popular. Em suma, não é nada mais nada menos do que a demonstração da força da vontade dos guineenses. Na pressão da maioria dos jovens, ou a maioria da juventude da Guiné-Bissau, nós não conseguimos resistir as suas tentações, incluindo a maioria do povo guineense.
Tudo fazemos para que pudesse haver reconciliação dentro do PAIGC, mas a direção atual do partido se enveredou ao caminho de radicalismo, ausência de tolerância, uma dose elevada de arrogância. O que nos acabou de levar na tomada de decisão de criamos o Movimento de Alternânca Democrática.

Esse movimento que agora está numa onda crescente todos os dias. Em que todos os cidadãos dentro e fora do país, facilmente podem constatar claramente de que é uma força popular que veio trazer a mudança almejada.

Rispito.com/RRO - Braima  Camará, enquanto empresário de sucesso na Guiné-Bissau, o que lhe moveu na opção de decidir encarar a politica de vida ativa?

BC - Olha, eu sou um simples homem guineense... A liberdade do meu povo, a paz e estabilidade do meu povo, o desenvolvimento do meu povo, sobrepõem aos meus
interesses pessoais.

O que é que seria de mim sem uma Guiné-Bissau desenvolvida? 
O que seria de mim sem uma Guiné-Bissau em paz?  
O que seria de mim sem uma Guiné-Bissau livre? 
O que é que seria de mim com uma Guiné-Bissau sem juventude formada para um futuro muito bem preparado? 
O que seria de mim sem uma Guiné-Bissau com os combatente de Liberdade da Pátria terem uma vida condigna e uma assistência medica e medicamentosa garantida? 
O que seria de mim com uma Guiné-Bissau sem agua, luz e hospitais... Sem infraestruturas, sem educação, sem saude e uma agricultura mecanizada?

Eu não me podia conformar só com o meu conforto pessoal deixando Guiné-Bissau a deriva.
Por isso é que eu me decidi sacrificar, tal como fez Amílcar Cabral. Sacrificando o meu conforto pessoal em detrimento da maioria do povo da Guiné-Bissau.
E com isso não estou arrependido, antes pelo contrario estou orgulhoso, porque a minha convicção e a razão da minha luta é de trazer a paz e a estabilidade para o meu povo.

Rispito.com/RRO - MADEM - G15 se formou pela ineficácia politica da Guiné-Bissau? ou pelo fracasso do PAIGC? ou então pela impossibilidade do grupo dos 15 e apointes ja mais poderem voltar ao partido?

BC - É consequência da ditadura dentro do PAIGC... é consequência da violação dos estatutos do PAIGC... é consequência da ausência da democracia interna e o respeito escrupuloso dos estatutos de PAIGC.
Nós somos do PAIGC e a minha razão de luta não é combater o PAIGC, mas sim combater essa actual direção, seus seguidores e toda a sua comparsa.

Estamos determinados porque nós queremos constituir uma verdadeira alterntiva para que possamos traduzir na pratica aquele que foi sempre o verdaddeiro sonho dos Combatentes de Liberdade de Pátria. E sendo seguidor dos Combatenes da Liberdade de Pátria a minha luta será uma luta eterna e consistente ate que eu me consiga trazer na prática a razão da luta para a libertação nacional da Guiné-Bissau.


Rispito.com/RRO - Baciro Djá era um dos elementos importante dos 15, hoje não faz parte do grupo inclusive já tem um partido legalizado. Na sua ultima aparição ao publico disse que, se os 15 tem mãe ele é o pai, mas hoje esta onde a sua consciência não é violentada.
Quer comentar isso?


BC - Eu quero comentar o futuro do nosso projeto politico, o Movimento para a Alternância Democrática. Os verdadeiros homens, verdadeiros combatentes, pessoas  importantes e dignas, são esses é que eu estou a contar no seio do movimento... a vida está feita de encontros e desencontros.
Eu não me preocupo com as pessoas que não estão no grupo, aliás, hoje não temos o grupo dos 15, o que temos sim é o Movimento para a Alternância Democrática. Onde temos um conjunto de Combatentes de Liberdade da Pátria, um conjunto de mulheres com convicção, determinação e personalidade. Um conjunto de jovens com ambição de ter uma Guiné-Bissau prospera, pacifica e desenvolvida.
Neste momento nós estamos preocupados com o caso de recenseamento e as eleições. Isto é que nos intressa, do resto nós não queremos perder o tempo com as pessoas que não fazem parte do nosso projeto politico. Cada qual por si e Deus por todos.

Rispito.com/RRO - Há quem diga que o emblema do MADEM-G15 é confundível com o do PAIGC ou praticamente cópia deste que poderá causar o eleitorado nas suas decisões de voto.
Como pode explicar isso?

BC - Isso revela uma certa ignorância de quem pensa assim. Porque se de facto existe na verdade algo que possa confundir é sim a bandeira do PAIGC e a bandeira da republica da Guiné-Bissau.
Se há alguma coisa para se questionar neste aspeto de bandeiras dos partidos, tem que ser com o PAIGC, que ate hoje não conseguiu ter a sua própria bandeira. Tem sua bandeira igualzinho à do estado e da republica da Guiné-Bissau. 
Por isso eu não faço esta comparação e nem me passa pela cabeça. Até porque a bandeira do MADEM-15 tem duas frutas de caju, tem dois ramos de arroz. Portanto não tem absolutamente nada a ver com a do PAIGC.

Se alguém está desesperada ou frustrado com a afirmação do Movimento para a Alternância Democrática que arranja outros argumentos, porque esse argumento não pega.


Rispito.com/RRO - Neste momento temos 45 partidos legalizados, e há quem diga que o numero crescente dos partidos afigura-se como obstáculo na procura do reencontro dos guineenses, na medida em que cada cidadão será adversário até inimigo do outro na procura de ser fiel e defensor do seu partido.
Enquanto politico o que pode ser o seu comentário  no que se toca a necessidade de unidade nacional, face a esse elevado numero de formações politicas?


BC - Na minha apreciação, isso não passa de rivalidade democrática...
Para mim, apariçao de muitas formações politicas isso não constitui problema. O que constitui problema é grande numero de partidos que se afigura so no papel depositado no Supremo Tribunal de Justiça, quando na pratica da vida politica na Guiné-Bissau esses partidos não existem.
Eu não vim na politica para caprichos... Humildemente, eu me conheço e sei quais são as minhas faculdades. Sou homem de sector privado, fiz toda a minha carreira no sector privado, onde consegui consolidar e afirmar-me um grande empresário,  tanto a nível interno como a nível externo. Fui fundador da confederação empresarial de CPLP a nível dos Palop's.
Portanto, eu não vivo da politica, eu estou na politica para ajudar o meu povo, por isso é que nunca radicalizei.
Fui para o Congresso de Cacheu, ganhei o congresso, roubaram-me no resulto e eu nunca pronunciei uma única palavra. Sempre tive a humildade, bom senso e tolerância, para provar as pessoas de que a politica é um exercício nobre, portanto, nós não tínhamos que chegar aos extremos.
Eu estou tranquilo e a fazer a minha vida normal, estou neste processo porque na verdade temos todas as condições para contribuir enquanto cidadãos democráticos para trazer uma nova visão, nova forma de estar e de fazer a politica. Por isso é que nós queremos ter uma força alternativa, uma força democrática, que é para trazer uma nova visão, uma nova forma de estar e de fazer politica na Guiné-Bissau. E eu tenho profunda convicção, com esta aparição do MADEM-G15 o xadrez politica na Guiné-Bissau vai mudar pela positiva.

Rispito.com/RRO - O MADEM vai concorrer em todos os círculos eleitorais do país e também dos círculos de África e da Europa?

BC - Sem dúvidas... O povo é quem mais ordena. Quando o povo quer, não há nenhuma outra força que resiste. Eu já lhe disse a trás, que o surgimento do Movimento para a Alternância Democrática é a consequência da pressão popular. É um movimento do povo, para o povo.
Estamos a trabalhar, estamos determinados e eu estou profundamente convicto de que nós temos todas as condições. Com esta onda crescente, quer na África, Europa, Ásia, América e em todas as outras paragens, tenho profunda convicção de que vamos concorrer em todos os círculos eleitorais. E o nosso propósito não é nada mais, nada menos que ganhar as eleições legislativas com maioria absoluta... com muita humildade. 

É a minha convicção, é a minha fé, porque o povo é quem mais ordena na democracia. E o meu sentimento é que a maioria do povo guineense está neste momento ao lado do Movimento para a Alternância Democrática, porque o povo está cansado.
O povo da Guiné-Bissau está muito cansado  de conjunto de promessas eleitorais que nunca se materializaram. Por isso que não há outra forma, não há outra alternativa a não ser a vitória do MADEM, Movimento para a Alternância Democrática com maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.

Rispito.com/RRO - Gostava de saber qual é alinhamento de MADEM-15 (Esquerda, Direita, Centro, Centro Esquerda, Centro Direita ou os verdes e etc..)?

BC - Centro de esquerda, somos do povo... Há espaço para todos, nós estamos abertos para receber toda a gente, todo o mundo.
MADEM-G15 é um partido do povo, um partido de massas, um partido centro de esquerda. Toda a gente que quer participar ativamente no processo politico da Guiné-Bissau, toda a gente que quer participar na democracia interna, têm no Movimento para a Alternância Democrática um espaço para exprimirem livremente, para darem as suas contribuições livremente. Daí é que nós achamos que o povo compreendeu a nossa mensagem. Não é por a caso que temos assistido cada dia que passa uma onda crescente de aderência em toda a parte. Neste momento quero-lhe assegurar de que até as próximas eleições temos todas as condições de conseguir  assinar o cartão numero duzentos e cinquenta mil militantes e membros de MADEM.
É inédito, é histórico, conforme os nossos feitos têm acontecidos até a data presente... Que culminou hoje, ficando provado de que realmente o nosso movimento é sim, um movimento popular. Um movimento de povo para povo.

Rispito.com/RRO - Se MADEM-G15 for ganhador das legislativas, qual ou quais serão as principais ações prioritárias?

BC - É... Em primeiro lugar, materializar essa confiança que o povo tem a volta do MADEM...Trazer a paz, a reconciliação e a unidade nacional, no seu verdadeiro sentido da palavra. Depois para implementar na pratica aquilo que nós temos como sete eixos para a nossa governação.

Primeiro Eixo: consolidação do factor energético na Guiné-Bissau. Tornar a energia um algo vulgar, um algo comum para toda a gente na Guiné-Bissau. Todas as tabancas e centros urbanos, toda a parte, para termos energia como água de dia-a-dia para nós.
Nós não podemos falar do desenvolvimento hoje em dia, no pleno seculo XXI com carrencia energetica. Portanto, o meu primeiro eixo será factor de energia.

Segundo eixo: Educação. Que é para preparar o futuro da juventude.
Preparar a tecnologia, porque hoje em dia,  com a globalização do mundo é cada vez mais competitivo. Um mundo globalizado impõe que os nossos jovens sejam preparados para os desafios do futuro.

Terceiro eixo: Saúde. Criar  infraestruturas sanitárias a nível nacional com hospitais de referencia. Criar centros de saúde em todas as cidades, em todos os bairros e todos os círculos eleitorais. Para que cada circulo eleitoral, cada secção possa ter centro de saúde devidamente equipado que possa estar a altura de responder as  primeiras exigências medica e medicamentosa das populações.

Quarto eixo: Agricultura. Dizia o nosso saudoso líder Amílcar Lopes Cabral de a agricultura era a base da nossa economia.
Sendo um país com chuva abundante, solo muito fértil, nós temos que criar as condições para que possamos mecanizar a nossa agricultura. Daí é que elegemos a agricultura como o nosso quarto eixo

Quinto eixo: Tem a ver efetivamente, com a industrialização e transformação.
Nós não podemos criar condições para mecanizar a nossa agricultura sem pensarmos em criar também condições para transformar esses produtos agrícolas. Daí e que elegemos como o nosso quinto eixo a industrialização e transformação dos nossos produtos.

Sexto eixo: Infraestruturas. Temos que infraestruturar o nosso país... Edifícios em condições, pontes em condições, estradas e barragens.
Temos que infraestruturar o nosso país para que possa estar a altura de um país considerado de um sonho que um dia Amílcar Cabral sonhou.

Sétimo e ultimo eixo: Tem a ver com a modernização do Estado. Fazer reforma do aparelho do estado, reforma da administração publica.
Quando falo da reforma e modernização do estado, temos que ter forças de defesa e de segurança a altura. Com forças armadas completamente republicanas, e, também uma administração publica eficiente.
Criar condições para os tribunais. Para que os atores judiciais possam estar a altura de exercerem as suas atividades. Que os magistrados possam trabalhar com dignidade e para que os tribunais possam ter todas as condições de equipamento a altura de poderem fazer justiça sã e célere.

Portanto, são esses sete eixos principais que nós escolhemos como prioridades da nossa governação.


Rispito.com/RRO - A nossa administração publica está completamente politizada. Qual é a politica contribuinte do MADEM seja no governo ou na oposição para banir este factor estrangulante do desenvolvimento da administração publica da Guiné-Bissau?

BC - Isso insere-se no quadro do nosso sétimo eixo, naquilo que elegemos como reforma da administração publica. Para fomentar e incentivar a "meritocracia". Ninguém pode subir na administração publica na governação do MADEM só por ser amigo, família, irmão ou compadrio do Braima Camará, o coordenador nacional do Movimento para a Alternância Democrática. É dar a oportunidade, dar a razão a quem eles la tiverem.
É estar a nossa forma de estar e é esta a nossa visão... Até porque eu vim do sector privado, onde nós sempre damos primazia a justiça em função de cada homem de acordo com o resultado e a capacidade de resposta que cada um possa trazer para o projeto.
Daí que neste aspeto, nós estamos completamente a vontade. Isso não constitui qualquer problema para nós.
É fazer uma coisa justa, livre, transparente e igualdade de oportunidade para todos. Não há  aqui privilegiados.

Obrigado meu caro amigo.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

PRS duvida da realização de eleições a 18 de novembro

Image result for prs guine bissauO Partido da Renovação Social manifestou hoje ter "sérias dúvidas" quanto à realização de eleições legislativas a 18 de novembro e acusou o primeiro-ministro de "distração e incompetência".
Partido da Renovação Social (PRS), segunda força política no parlamento guineense, manifestou esta quinta-feira ter “sérias dúvidas” quanto à realização de eleições legislativas a 18 de novembro e acusou o primeiro-ministro de “distração e incompetência”.

Em conferência de imprensa, Orlando Viegas, vice-presidente do PRS, considerou que o decreto do Presidente guineense, José Mário Vaz, “corre sérios riscos de não ser cumprido” já que o primeiro-ministro, Aristides Gomes, afirmou que a data do início do recenseamento eleitoral “é indicativa”.
O recenseamento eleitoral arrancou oficialmente esta quinta-feira, para decorrer até 23 de setembro, mas, de acordo com Aristides Gomes, os potenciais eleitores ainda não estão a ser recenseados por dificuldades na receção dos ‘kits’ de recenseamento. A Nigéria conta emprestar 300 desses equipamentos ao Governo guineense.
Em comunicado, lido por Victor Pereira, porta-voz do PRS, o partido considera que o Governo tinha “tempo mais que suficiente” para preparar todos os atos prévios para que as eleições pudessem ter lugar a 18 de novembro. Mas, adiantou Pereira, tendo conta “a forma atrapalhada” como o Governo marcou a data do recenseamento, tudo leva a crer que já não terá lugar na data marcada, tudo por causa de “distração, incompetência e joguinhos políticos”.

Em vez de realizar ações, dada a exiguidade do tempo disponível, o PRS acusa o primeiro-ministro de ter preferido destruir tudo o que já tinha sido feito pelo anterior executivo, nomeadamente os trabalhos da cartografia eleitoral. O partido liderado por Alberto Nambeia acusa ainda o primeiro-ministro de ter enveredado em “joguinhos políticos obscuros” ao preferir gerir o processo eleitoral à margem da lei e da opinião pública, disse Victor Pereira.

No documento lido na conferência de imprensa, o também ministro da Comunicação Social defendeu que os atuais órgãos de administração eleitoral “passaram a prestar vassalagem” aos seus superiores hierárquicos. Para o PRS, “toda trapalhada potenciadora de conflitos” chegou a tal ponto, por ter sido permitido pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes.

O partido negou quaisquer responsabilidades pelo atraso no cumprimento de prazos eleitorais, conforme pretende fazer crer o primeiro-ministro, assinalou ainda Victor Pereira, salientando que o PRS “apenas defende a legalidade”. O PRS disse ainda que todos os partidos legalmente constituídos no país devem ser consultados para busca de consensos para atos eleitorais, nomeadamente encurtamento de prazos, contrariamente ao que defende o primeiro-ministro que apenas quer ouvir os cinco partidos com assento parlamentar.
Rispito.com/Lusa, 23-08-2018

PM  abre recenseamento eleitoral, mas ainda sem 'kits' para registo

PM guineense propõe ao parlamento dispositivo jurídico para financiar eleiçõesO primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, anunciou hoje a abertura oficial do recenseamento eleitoral no país, para as eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, mas os 'kits' para o registo biométrico ainda não estão disponíveis.
Num discurso proferido na direção-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) e na presença de representantes da comunidade internacional, Aristides Gomes salientou que têm existido dificuldades, que são "inerentes a um processo organizado por um Governo que não tem o controlo efetivo de todos os parâmetros do processo de organização das eleições legislativas".
"Em todo o processo há sempre uma previsão e a previsão tem as suas margens de erro. A margem de erro depende do controlo sobre os parâmetros que participam neste processo. Neste caso concreto, como eu disse, há parâmetros fundamentais que agem naturalmente fora do controlo do Governo a começar pelo financiamento", afirmou.
Segundo o primeiro-ministro, até hoje há teoricamente um orçamento para as eleições legislativas e promessas de apoio da comunidade internacional, mas em "termos reais e práticos a única disponibilidade que existe, no tocante ao aspeto financeiro, é a disponibilidade do Governo".
"Uma disponibilidade cuja primeira parte é gerida pelo PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento), segundo os acordos assinados entre o Governo e as Nações Unidas, e a segunda parte é gerida pelo próprio Governo. Portanto, nós temos esse parâmetro que é uma condicionante forte e que impõe um caracter aleatório ao processo de forma significativa", disse.
Por isso é que, continuou o primeiro-ministro, em "virtude desse carácter aleatório e do peso desse carácter aleatório, nós nesse momento ainda não temos à nossa disposição todos os ?kits' necessários para o início do recenseamento eleitoral".
"No entanto, podemos assegurar a todos os partidos políticos, à sociedade em geral, que nós batemos em todas as portas, mobilizamos todos os esforços para que os diferentes planos que estabelecemos desde o início possam funcionar. As eleições vão ser realizadas na Guiné-Bissau a 18 de novembro, apesar dos condicionalismos a que já me referi, apesar da dimensão do aspeto aleatório do processo", afirmou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro explicou também se a compra de 'kits' fosse só uma "questão de compra" e não de "encomenda para fabrico em função do cenário utilizado", o recenseamento eleitoral estaria neste momento a ser feito e haveria a "garantia fundamental do 18 de novembro", data das eleições.
"Apesar disso, os amigos da Guiné-Bissau estão a trabalhar com muita intensidade para que possamos iniciar dentro de alguns dias o exercício efetivo da realização do referendo", disse.
Destacando o apoio da Nigéria, que emprestou 300 'kis', que ainda não chegaram devido a questões logísticas e de Timor-Leste, que destacou uma equipa que vai estar na Guiné-Bissau durante três meses, Aristides Gomes anunciou que Cabo Verde vai emprestar alguns 'kits' de registo biométrico para se avançar com o recenseamento.
"Dou por aberto o processo de recenseamento eleitoral no nosso país", concluiu Aristides Gomes.
O recenseamento eleitoral vai decorrer até 23 de setembro.
Rispito.com/Lusa, 23-08-2018

PM guineense propõe ao parlamento dispositivo jurídico para financiar eleições

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse hoje que vai propor à Assembleia Nacional Popular a criação de um dispositivo jurídico que imponha a qualquer Governo a contribuição para um fundo para a realização de eleições no país.
"Vamos propor à Assembleia Nacional a institucionalização de um dispositivo jurídico que imponha a qualquer equipa governativa do nosso país a necessidade ou mesmo a imperatividade de contribuir anualmente para que nós possamos alimentar um fundo que permita à Guiné-Bissau realizar a partir de futuras eleições com os nossos próprios meios, qualquer processo de eleições", afirmou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro falava durante a cerimónia oficial de lançamento do recenseamento para as eleições legislativas, previstas para 18 de novembro, na direção-geral do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral.
"A partir daí, nós teríamos controlado esse parâmetro aleatório (apoio da comunidade internacional) do processo de organização de qualquer eleição do nosso país e seria um passo importante para assegurarmos a soberania na Guiné-Bissau, o exercício da soberania exige esforços e tem o seu preço", afirmou o primeiro-ministro.
O recenseamento eleitoral arrancou hoje oficialmente, mas sem os necessários 'kits' de registo biométrico que o Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) adquiriu. A Nigéria prometeu emprestar 300 'kits' à Guiné-Bissau, que segundo o primeiro-ministro, ainda não chegaram ao país, devido a problemas logísticos.
O recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau vai decorrer até ao dia 23 de setembro.
Rispito.com/Lusa, 23-08-2018

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Pacto de Estabilidade  antes das eleições 

Image result for pacto de estabilidade guine bissauO Governo guineense referiu, em comunicado, que o Pacto de Estabilidade deve estar concluído e ser assinado antes das eleições legislativas, previstas para 18 de novembro.
A assinatura do Pacto de Estabilidade consta nos acordos de Conacri e Lomé e visa um compromisso nacional para a estabilidade política, económica e social do país.

A decisão de o Pacto de Estabilidade ser assinado até à realização das eleições legislativas de 18 de novembro foi tomada segunda-feira num encontro entre o primeiro-ministro guineense e os partidos com representação parlamentar (PAIGC, PRS, PCD, PND e UM), que serviu para definir as "modalidades para a finalização" daquele instrumento.

"Quanto aos prazos para a finalização do documento do Pacto de Estabilidade, o encontro de segunda-feira deliberou que os mesmos sejam definidos até setembro, por forma a permitir a assinatura do referido pacto antes das eleições de novembro", refere o comunicado.
Rispito.com/DN, 21-08-2018