terça-feira, 25 de junho de 2019

Líder do PAIGC acusa José Mário Vaz de golpe de Estado

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, sapatos e ar livreO líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou, esta terça-feira, o Presidente guineense de tentar realizar um golpe de Estado, com apoio do Senegal, para nomear um Governo de iniciativa presidencial. Domingos Simões Pereira também acusou José Mário Vaz de condicionar a formação do governo à prorrogação do seu mandato pelo Parlamento.

O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou, esta terça-feira, o Presidente guineense de tentar realizar um golpe de Estado, com o apoio do Senegal, para nomear um Governo de iniciativa presidencial.

Domingos Simões Pereira expressou-se, em conferência de imprensa, para explicar o que se passou desde sexta-feira, nomeadamente as razões pelas quais o partido desistiu de indicar o seu nome para o cargo de primeiro-ministro.

"Na sexta-feira, durante todo o dia, mas sobretudo à noite, o então Presidente José Mário Vaz montou toda uma operação de golpe de Estado e que consistia, primeiro, em nomear o doutor Edmundo Mendes ou o doutor Malam Sambu como primeiro-ministro e a ocupação de todas as instituições públicas por elementos das forças da defesa e segurança antes da nomeação e empossamento de um governo da sua iniciativa", afirmou Domingos Simões Pereira.

O presidente do PAIGC explicou que a "intenção não foi consumada ou terá sido abortada", porque dois dos seus "principais colaboradores" (referindo-se a Braima Camará, coordenador do Madem-G15, e Sola Nanquilim, vice-presidente do PRS) o "teriam avisado de que as estruturas de apoio poderiam não suster a reacção de outras forças de defesa e segurança e a fúria popular".

Por outro lado, Domingos Simões Pereira disse suspeitar que José Mário Vaz “não teria recebido luz verde do padrinho da sub-região (o Presidente do Senegal, Macky Sal), que tem coordenado toda esta operação e outros desmandos do Presidente José Mário Vaz".

Em nome da maioria parlamentar, Domingos Simões Pereira, também disse que o Presidente da República condiciona a formação do governo à prorrogação do seu mandato pelo Parlamento.
“O Presidente da República disse ao primeiro-ministro que não iria tratar do dossier porque aguarda que o Parlamento prorrogue o seu mandato”, afirmou Domingos Simões Pereira.

A maioria parlamentar alertou que a partir de agora qualquer acto associado ao posto do Presidente da República é susceptível de um processo-crime.

Domingos Simões Pereira disse que os partidos da maioria parlamentar vão formar Governo e exigir a responsabilização de quem não cumpre regras democráticas.

José Mário Vaz cumpriu cinco anos de mandato no domingo e apesar de a CEDEAO ter pedido a nomeação de um Governo, o Presidente guineense continua sem o nomear.

Entrentato, a deputada do MADEM-G15, Adja Satu Camará, foi eleita a segunda vice-Presidente do Parlamento com 54 votos das bancadas da maioria parlamentar. A oposição (Madem G15 e o PRS) boicotou a votação.

A comissão permanente do Madem-G15 indicou, na sexta-feira, o nome da deputada Satu Camará para o cargo de segunda vice-presidente da mesa do parlamento guineense. Antiga militante do PAIGC, Satu Camará já assumiu funções de ministra do Interior na Guiné-Bissau e é a primeira mulher guineense a ter a patente de major-general. Na quinta-feira, o líder do Madem-G15, Braima Camará, abdicou da sua candidatura ao lugar de segundo vice-presidente do parlamento para acabar com o impasse político.
Rispito.com/RFI, 25-06-2019

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público